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21 de March de 2025 em Social

Alunos da Rede Pública de Ensino participam do primeiro passeio do projeto Rotas Negras

A data foi escolhida por coincidir com o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março


grupo de estudantes em frente à Igreja do Rosário dos Pretos
Os alunos da Escola Municipal Professora Maria José Macário Coelho participaram da caminhada. Guiados por professores de História e pesquisadores parceiros do coletivo, os estudantes visitaram pontos históricos como a Igreja do Rosário dos Pretos (Fotos: Marcos Moura)

A Prefeitura de Fortaleza iniciou, nesta sexta-feira (21/3), o projeto Rotas Negras, conduzido pela Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Coppir), vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). A iniciativa conta ainda com a parceria da Secretaria Municipal da Educação (SME) e do Coletivo Fortaleza Negra. A data de lançamento foi escolhida por ser o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

Nesta primeira edição, os alunos da Escola Municipal Professora Maria José Macário Coelho participaram da caminhada. Guiados por professores de História e pesquisadores parceiros do coletivo, os estudantes visitaram pontos históricos como a Igreja do Rosário dos Pretos, o Passeio Público e o Centro Cultural Dragão do Mar, conhecendo o protagonismo negro na luta pela abolição da escravatura.

Ana Kethlenn, Ana Paula Lopes e Alice Silva
Ana Kethlenn, Ana Paula Lopes e Alice Silva avaliaram positivamente a atividade

“A ideia do Rotas Negras é, basicamente, construir e revitalizar a memória negra na cidade de Fortaleza. Existe um mito de que Fortaleza não é uma cidade negra, de que não há pessoas negras aqui ou que não há uma história negra significativa. Mas a cidade foi marcada não só pela escravidão e pela dor, mas também pela alegria e grandiosidade da cultura negra. Esse é um mito que buscamos desconstruir com o projeto, reconstruindo essa memória e disputando esse espaço”, explicou Isaac Santos, coordenador da Coppir.

Os alunos que participaram do passeio avaliaram positivamente a iniciativa e comentaram que ela ajudou a fortalecer os conhecimentos sobre a história de Fortaleza, reforçando noções de pertencimento e identidade.

“Eu já sabia um pouco sobre a história e sobre o que aprendemos aqui, mas acho que, como já disseram, é muito legal poder visitar os lugares sobre os quais ouvimos falar na escola. Ver de perto a história, as pessoas, os povos originários, os negros. Tudo isso torna o aprendizado ainda mais significativo”, disse Ana Kethlenn, aluna do 9º ano.

“Achei interessante porque acredito que, se fosse em qualquer outro dia, eu passaria por ali sem imaginar a história daquele lugar. Caminhar por espaços históricos influencia muito no nosso aprendizado. Apenas ouvir falar sobre um local, sem vê-lo pessoalmente ou observar seus detalhes, não tem o mesmo impacto. Então, achei a experiência muito enriquecedora”, comentou Ana Paula Lopes, também aluna do 9º ano.

Memória negra no ensino

A professora de História Maria Adaiza Gomes destacou a importância de incorporar a história negra ao currículo escolar de forma contínua.

“A gente sempre busca organizar as aulas coletivamente, planejar eventos dentro da escola e, até mesmo, escolher materiais didáticos que contemplem essa perspectiva. Sempre que discutimos um tema, procuramos apresentar um personagem negro que participou daquele evento ou analisamos como a população negra estava inserida (ou excluída) nesse contexto. Quando há casos de exclusão, problematizamos as razões por trás disso. Esse trabalho é essencial para que os alunos desenvolvam uma consciência histórica crítica. Queremos garantir que a memória da população negra esteja sempre presente e que os alunos se sintam pertencentes a essa história.”

A escola também se destacou recentemente ao conquistar a medalha de prata na última edição da Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB). A professora comentou como ações como a Olimpíada e as visitas guiadas enriquecem o aprendizado.

“As escolas de Fortaleza e do Ceará sempre tiveram um grande destaque na ONHB. No ano passado, foi a primeira vez que uma escola municipal chegou à final, e foi uma alegria imensa. Essa experiência vai desde o crescimento pessoal dos alunos até a construção de perspectivas profissionais, ajudando-os a pensar no futuro, a perceber que são capazes e a valorizar o conhecimento adquirido ao longo de toda a trajetória da Olimpíada.”

Apoio do poder público

Douglas Souza, um dos coordenadores do Coletivo Fortaleza Negra, celebrou a realização do projeto e ressaltou a importância de recuperar a memória negra da cidade.

Ainda segundo Douglas, a criação da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial, no início do ano, foi um passo significativo para fortalecer políticas públicas.

“É muito importante que a Prefeitura esteja envolvida. No início da gestão, conversei com o prefeito Evandro, que me garantiu que, dentro das possibilidades dele, haveria uma abertura maior para a pauta racial na cidade.”

Alunos da Rede Pública de Ensino participam do primeiro passeio do projeto Rotas Negras

A data foi escolhida por coincidir com o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março

grupo de estudantes em frente à Igreja do Rosário dos Pretos
Os alunos da Escola Municipal Professora Maria José Macário Coelho participaram da caminhada. Guiados por professores de História e pesquisadores parceiros do coletivo, os estudantes visitaram pontos históricos como a Igreja do Rosário dos Pretos (Fotos: Marcos Moura)

A Prefeitura de Fortaleza iniciou, nesta sexta-feira (21/3), o projeto Rotas Negras, conduzido pela Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Coppir), vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). A iniciativa conta ainda com a parceria da Secretaria Municipal da Educação (SME) e do Coletivo Fortaleza Negra. A data de lançamento foi escolhida por ser o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

Nesta primeira edição, os alunos da Escola Municipal Professora Maria José Macário Coelho participaram da caminhada. Guiados por professores de História e pesquisadores parceiros do coletivo, os estudantes visitaram pontos históricos como a Igreja do Rosário dos Pretos, o Passeio Público e o Centro Cultural Dragão do Mar, conhecendo o protagonismo negro na luta pela abolição da escravatura.

Ana Kethlenn, Ana Paula Lopes e Alice Silva
Ana Kethlenn, Ana Paula Lopes e Alice Silva avaliaram positivamente a atividade

“A ideia do Rotas Negras é, basicamente, construir e revitalizar a memória negra na cidade de Fortaleza. Existe um mito de que Fortaleza não é uma cidade negra, de que não há pessoas negras aqui ou que não há uma história negra significativa. Mas a cidade foi marcada não só pela escravidão e pela dor, mas também pela alegria e grandiosidade da cultura negra. Esse é um mito que buscamos desconstruir com o projeto, reconstruindo essa memória e disputando esse espaço”, explicou Isaac Santos, coordenador da Coppir.

Os alunos que participaram do passeio avaliaram positivamente a iniciativa e comentaram que ela ajudou a fortalecer os conhecimentos sobre a história de Fortaleza, reforçando noções de pertencimento e identidade.

“Eu já sabia um pouco sobre a história e sobre o que aprendemos aqui, mas acho que, como já disseram, é muito legal poder visitar os lugares sobre os quais ouvimos falar na escola. Ver de perto a história, as pessoas, os povos originários, os negros. Tudo isso torna o aprendizado ainda mais significativo”, disse Ana Kethlenn, aluna do 9º ano.

“Achei interessante porque acredito que, se fosse em qualquer outro dia, eu passaria por ali sem imaginar a história daquele lugar. Caminhar por espaços históricos influencia muito no nosso aprendizado. Apenas ouvir falar sobre um local, sem vê-lo pessoalmente ou observar seus detalhes, não tem o mesmo impacto. Então, achei a experiência muito enriquecedora”, comentou Ana Paula Lopes, também aluna do 9º ano.

Memória negra no ensino

A professora de História Maria Adaiza Gomes destacou a importância de incorporar a história negra ao currículo escolar de forma contínua.

“A gente sempre busca organizar as aulas coletivamente, planejar eventos dentro da escola e, até mesmo, escolher materiais didáticos que contemplem essa perspectiva. Sempre que discutimos um tema, procuramos apresentar um personagem negro que participou daquele evento ou analisamos como a população negra estava inserida (ou excluída) nesse contexto. Quando há casos de exclusão, problematizamos as razões por trás disso. Esse trabalho é essencial para que os alunos desenvolvam uma consciência histórica crítica. Queremos garantir que a memória da população negra esteja sempre presente e que os alunos se sintam pertencentes a essa história.”

A escola também se destacou recentemente ao conquistar a medalha de prata na última edição da Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB). A professora comentou como ações como a Olimpíada e as visitas guiadas enriquecem o aprendizado.

“As escolas de Fortaleza e do Ceará sempre tiveram um grande destaque na ONHB. No ano passado, foi a primeira vez que uma escola municipal chegou à final, e foi uma alegria imensa. Essa experiência vai desde o crescimento pessoal dos alunos até a construção de perspectivas profissionais, ajudando-os a pensar no futuro, a perceber que são capazes e a valorizar o conhecimento adquirido ao longo de toda a trajetória da Olimpíada.”

Apoio do poder público

Douglas Souza, um dos coordenadores do Coletivo Fortaleza Negra, celebrou a realização do projeto e ressaltou a importância de recuperar a memória negra da cidade.

Ainda segundo Douglas, a criação da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial, no início do ano, foi um passo significativo para fortalecer políticas públicas.

“É muito importante que a Prefeitura esteja envolvida. No início da gestão, conversei com o prefeito Evandro, que me garantiu que, dentro das possibilidades dele, haveria uma abertura maior para a pauta racial na cidade.”