A Prefeitura de Fortaleza está modernizando a comunicação dos semáforos inteligentes da cidade, substituindo a tecnologia via telefônica pela de fibra óptica. O processo de migração já foi iniciado em outubro deste ano, contemplando primeiramente 240 equipamentos. A segunda etapa da substituição começará neste sábado (05/11), com a instalação da fibra em 200 outros pontos semafóricos, localizados principalmente nas regiões da Aldeota e do Centro.
Técnicos da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) darão todo o suporte operacional à medida. Entretanto, solicitam a compreensão e colaboração dos condutores, visto que a mudança na rede de transmissão de dados pode vir a afetar o sincronismo de alguns semáforos. A recomendação é que o munícipe acione o órgão, através do 190, caso verifique esse tipo de problema.
Dentre as principais vantagens da utilização da fibra óptica para redes de comunicação de dados, podem ser citadas:
1. Maior largura de banda do que os cabos metálicos. Por isso, a fibra óptica é candidata ideal nas redes convergentes que trafegam dados, voz e vídeo;
2. Uma vez que a fibra óptica transmite informação através da luz, então ela é totalmente imune a interferências eletromagnéticas geradas por motores elétricos, lâmpadas, outros cabos elétricos, etc, evitando falhas devido a essas interferências;
3. Os limites nominais de comprimento das fibras óticas são bem maiores do que os cabos metálicos. Por isso, as fibras são ideais como solução de cabeamento de redes de longa distância;
4. As fibras ópticas apresentam perdas de transmissão extremamente baixas. Dessa forma, é possível implementar sistemas com um espaçamento muito grande entre os repetidores, o que reduz os custos do sistema;
5. Maior capacidade de monitoramento da rede, o que possibilita identificação mais rápida em casos de falhas;
6. Maior estabilidade.
A redução de problemas relacionados à perda de comunicação, esperados com a implantação da comunicação via fibra óptica, implica também em maior confiabilidade na operação semafórica, garantindo o sincronismo dos relógios dos controladores em campo, possibilitando a correta aplicação dos planos programados, partições dos tempos de verde e coordenação dos semáforos, além de permitir a intervenção da central em casos de eventos inesperados no tráfego.
Segundo o superintendente da AMC, Arcelino Lima, “assegurar a estabilidade da comunicação entre central e equipamentos de campo é imprescindível para garantir identificação precoce de falhas e evitar perdas de dados de tráfego que são armazenados com fins de planejamento, manutenção e operação”.
Em meio aos benefícios dessa tecnologia para a operação semafórica, ele enumera: manutenção do sincronismo dos relógios dos controladores em campo com a central, atualização remota de planos semafóricos, manutenção da programação semafórica atualizada em campo, operação adaptativa em tempo real, identificação e intervenção rápida em casos de eventos inesperados no tráfego, obtenção e armazenamento de um banco de dados de tráfego com variáveis como volume, ocupação, saturação, atrasos, paradas e tempos de viagens, utilizadas no planejamento, gestão e operação do tráfego e identificação ágil de falhas.
Entenda o caso
Desde o projeto de implantação do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFor) nos meados dos anos 2000, a AMC adotou um novo sistema de gerência conhecido como SCOOT (Split Cycle Offset Optimisation Technique), que como o próprio nome sugere, possibilita aperfeiçoar os tempos semafóricos, partições de verde e coordenação dos semáforos, em tempo real, reduzindo o número de atrasos e paradas, através da otimização do modelo de tráfego inserido, tendo por base as informações de ocupação dos laços detectores instalados nas vias em campo.
Para que isto pudesse acontecer, o sistema foi concebido de forma que houvesse comunicação de dados entre os equipamentos in situ e a central de operação. Na época de desenvolvimento do sistema, as tecnologias disponíveis para a comunicação de dados eram poucas e optou-se pela comunicação via par metálico, a mesma utilizada para linhas telefônicas por voz em telefones fixos.
Com o desenvolvimento da cidade de Fortaleza em seu crescimento acelerado, essa rede de transmissão de dados passou a apresentar problemas recorrentes fazendo com que houvesse enormes dificuldades na operação semafórica dos equipamentos, gerando prejuízos na vida dos cidadãos fortalezenses, com a perda de tempo no trânsito. Tais problemas originavam-se na demora no atendimento das ocorrências pela empresa prestadora destes serviços (Oi).
De acordo com Juliana Coelho, gerente do CTAFor, em virtude da dificuldade presenciada, "houve a necessidade de mudança no meio de comunicação por uma forma de comunicação de dados mais estável e com mais possibilidades operacionais a exemplo do que já acontece em São Paulo", esclarece.