Em 100 dias de gestão do prefeito José Sarto, o trabalho de combate e prevenção aos focos do mosquito Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya) da Prefeitura de Fortaleza já traz resultados positivos. Apenas 497 casos de dengue foram confirmados, uma redução de 73,48% em relação ao mesmo período do ano passado, com 1.874 pessoas infectadas.
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e divulgados no Informe Semanal da 12ª semana epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) foram responsáveis por 46,7% das notificações (232/497), seguidas pelas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) e hospitais Estaduais/Federais com 41,9% (208/497) e 5,2% (26/497) respectivamente. Nos hospitais Municipais 3,8% (19/497).
Os casos confirmados de 2021 estão distribuídos principalmente em agregados nos Bairros Barra do Ceará, Cristo Redentor, Pirambu, Álvaro Weyne, Carlito Pamplona, Pan Americano, Bom Sucesso e Parangaba.
Houve também baixa incidência de chikungunya nas primeiras semanas de 2021: no Sinan há apenas 57 registros e 19 confirmações, sem óbitos. Em 2020, foram 253 casos confirmados e dois óbitos.
Há somente, ainda, nove registros de suspeitas de zika em 2021, das quais se já foram investigadas e descartadas e três ainda estão sendo investigadas. Em 2020, até a 53ª semana, foram 176 notificações, sendo 18 confirmações, 156 descartes e duas classificadas como inconclusivas.
Com o início da quadra chuvosa, as ações foram intensificadas a partir do mês de janeiro. A ação multisetorial engloba, além do trabalho domiciliar realizado pelos Agentes Comunitário de Endemias (ACE), visitas aos estabelecimentos comerciais, afixação de cartazes e blitze educativas. Os esforços visam intensificar a prevenção, reduzir o número de criadouros do mosquito e sensibilizar a população sobre as práticas preventivas a serem adotadas.
É o que explica o coordenador em Vigilância em Saúde do município, Nélio Morais. “Os mutirões nos bairros mais críticos e vulneráveis ao risco de acometimento das doenças são importantíssimos. As medidas do Comitê da Quadra Chuvosa, deflagradas em novembro do ano passado e fortalecida nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, incluem ações como identificação de criadouros, eliminação de focos e mobilização social, dialogando com os segmentos da sociedade. Esse conjunto faz a diferença para que não existam epidemias de dengue no município”, esmiúça.
O trabalho, que é permanente ao longo do ano, precisou ser readaptado por conta da pandemia da Covid-19. Existe uma limitação para adentrar o interior do imóvel. Nesse momento, o agente comunitário de endemias investe no diálogo com cada morador, com uma distância de dois metros, usando Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), e o próprio morador faz a vistoria, informando para o agente na calçada sobre a situação que encontrou.
Este é o caso do agente comunitário de endemias Walner Leite da Silva. Ele participa de mutirões na Regional 6, e conta que a população tem se empenhado em prevenir as arboviroses para evitar idas às unidades de saúde. “Principalmente agora, por conta da pandemia, é preciso o máximo de cuidado para não proliferar o mosquito e aumentar os casos. Este é um período no qual a gente não pode adoecer”, frisou.
O agente contabiliza de 200 a 750 agentes envolvidos nos mutirões. “Esta é uma forma de agilizar a estratégia de trabalho e chamar a atenção das pessoas. É um trabalho gratificante, pois estamos promovendo saúde para a população através da prevenção e a recepção tem sido muito boa”, avalia.
Efeitos climáticos e prevenção
De acordo com Nélio Morais, o início das chuvas e o aumento da umidade potencializam o ciclo de reprodução do Aedes aegypt, possibilitando um maior índice de infestação nesta etapa do ano e aumentando as chances de transmissão.
Dessa forma, o coordenador afirma que é essencial a supervisão uma vez por semana no imovel, além da obrigatoriedade do proprietário do imóvel de vedar a caixa d'água, registrada em legislação municipal, bem como verificar calhas entupidas e outros pontos de acúmulo de água no interior da residência como tanques, tambores, potes, ralos, pratos de plantas, por exemplo.