Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e divulgados no Informe Semanal da 12ª semana epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) foram responsáveis por 46,7% das notificações (232/497), seguidas pelas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) e hospitais Estaduais/Federais com 41,9% (208/497) e 5,2% (26/497) respectivamente. Nos hospitais Municipais 3,8% (19/497).
Os casos confirmados de 2021 estão distribuídos principalmente em agregados nos Bairros Barra do Ceará, Cristo Redentor, Pirambu, Álvaro Weyne, Carlito Pamplona, Pan Americano, Bom Sucesso e Parangaba.
Houve também baixa incidência de chikungunya nas primeiras semanas de 2021: no Sinan há apenas 57 registros e 19 confirmações, sem óbitos. Em 2020, foram 253 casos confirmados e dois óbitos.
Há somente, ainda, nove registros de suspeitas de zika em 2021, das quais se já foram investigadas e descartadas e três ainda estão sendo investigadas. Em 2020, até a 53ª semana, foram 176 notificações, sendo 18 confirmações, 156 descartes e duas classificadas como inconclusivas.
Com o início da quadra chuvosa, as ações foram intensificadas a partir do mês de janeiro. A ação multisetorial engloba, além do trabalho domiciliar realizado pelos Agentes Comunitário de Endemias (ACE), visitas aos estabelecimentos comerciais, afixação de cartazes e blitze educativas. Os esforços visam intensificar a prevenção, reduzir o número de criadouros do mosquito e sensibilizar a população sobre as práticas preventivas a serem adotadas.
É o que explica o coordenador em Vigilância em Saúde do município, Nélio Morais. “Os mutirões nos bairros mais críticos e vulneráveis ao risco de acometimento das doenças são importantíssimos. As medidas do Comitê da Quadra Chuvosa, deflagradas em novembro do ano passado e fortalecida nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, incluem ações como identificação de criadouros, eliminação de focos e mobilização social, dialogando com os segmentos da sociedade. Esse conjunto faz a diferença para que não existam epidemias de dengue no município”, esmiúça.
O trabalho, que é permanente ao longo do ano, precisou ser readaptado por conta da pandemia da Covid-19. Existe uma limitação para adentrar o interior do imóvel. Nesse momento, o agente comunitário de endemias investe no diálogo com cada morador, com uma distância de dois metros, usando Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), e o próprio morador faz a vistoria, informando para o agente na calçada sobre a situação que encontrou.
Este é o caso do agente comunitário de endemias Walner Leite da Silva. Ele participa de mutirões na Regional 6, e conta que a população tem se empenhado em prevenir as arboviroses para evitar idas às unidades de saúde. “Principalmente agora, por conta da pandemia, é preciso o máximo de cuidado para não proliferar o mosquito e aumentar os casos. Este é um período no qual a gente não pode adoecer”, frisou.
O agente contabiliza de 200 a 750 agentes envolvidos nos mutirões. “Esta é uma forma de agilizar a estratégia de trabalho e chamar a atenção das pessoas. É um trabalho gratificante, pois estamos promovendo saúde para a população através da prevenção e a recepção tem sido muito boa”, avalia.
Efeitos climáticos e prevenção
De acordo com Nélio Morais, o início das chuvas e o aumento da umidade potencializam o ciclo de reprodução do Aedes aegypt, possibilitando um maior índice de infestação nesta etapa do ano e aumentando as chances de transmissão.
Dessa forma, o coordenador afirma que é essencial a supervisão uma vez por semana no imovel, além da obrigatoriedade do proprietário do imóvel de vedar a caixa d'água, registrada em legislação municipal, bem como verificar calhas entupidas e outros pontos de acúmulo de água no interior da residência como tanques, tambores, potes, ralos, pratos de plantas, por exemplo.