14 de April de 2015 em Cultura

Cineclube Vila das Artes traz a mostra A Literatura Brasileira pelas Lentes do Cinema Novo

São cinco filmes da produção nacional, baseados em textos de diferentes momentos do modernismo literário brasileiro


As exibições acontecem toda quarta-feira, sempre às 18h30. Entrada franca (Foto: Vila das Artes)

No mês de abril, o Cineclube Vila das Artes, por meio do projeto Telas Abertas, traz a mostra “A Literatura Brasileira pelas Lentes do Cinema Novo”, com curadoria de Isadora Rodrigues. As exibições acontecem toda quarta-feira, sempre às 18h30. Entrada franca.

A mostra apresenta cinco filmes da produção nacional, baseados em textos de diferentes momentos do modernismo literário brasileiro. A finalidade é pensar esse momento particular de entrelaçamento das duas artes.

A prática da adaptação cinematográfica é tão antiga quanto o próprio cinema. Segundo os teóricos franceses Jacques Aumount e Michel Marie, a primeira adaptação da história do Cinema foi o curta-metragem "L’Arroseur Arrosé", de 1895, ano em que os irmãos Lumière fizeram a primeira exibição pública de filmes no Grand Café, em Paris.

No contexto brasileiro, o encontro do cinema com as letras teve o seu momento decisivo e radical com o Cinema Novo, um dos movimentos cinematográficos mais importantes do País, que ficou marcado pelo lema de Glauber Rocha: "Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". Segundo Nelson Pereira dos Santos, a literatura moderna brasileira havia dado uma expressão estética aos problemas do povo e o Cinema Novo queria fazer o mesmo com o audiovisual.

O Cineclube Vila das Artes é promovido pela Escola Pública de Audiovisual (EAV) da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).

Sobre a curadora Isadora Rodrigues
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFC e graduada em Jornalismo pela mesma universidade. Participa do grupo de pesquisa em Tradução Intersemiótica do curso de Comunicação e desenvolve pesquisa sobre a relação entre cinema e literatura.

Sobre o Projeto Telas Abertas
O Projeto Telas Abertas consiste na realização de curadorias para mostras do Cineclube Vila das Artes. No processo seletivo deste ano, ao todo, foram selecionadas 11 mostras que comporão a programação do Cineclube da Vila entre os meses de setembro de 2014 e julho de 2015.

Programação

15/04- O Padre e a Moça, Dir.: Joaquim Pedro de Andrade/ 1966, Brasil/ Livre/ Drama/91 min.

Sinopse: o Padre e a Moça é um filme brasileiro de 1965, do gênero drama, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, e com roteiro baseado no poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade. Mariana (Helena Ignês) é a única mulher bonita e jovem do lugar. E não está conformada. Não sabe exatamente o que quer, mas sabe que não quer morrer com a cidade, sem ter conhecido o que a vida tem de bom. Mariana vê no padre (Paulo José), recém-chegado à cidade, a sua salvação. Sente-se atraída. Quer falar-lhe, quer sentir alguma coisa a mais, que não seja a realidade mesquinha da cidadezinha. Honorato (Mário Lago) proíbe Mariana de avistar-se com o padre. Faz mais: resolve casar-se com ela. É neste instante que a estória começa a subir até a aguda dramaticidade do epílogo.

22/04- Vidas Secas, Dir.: Nelson Pereira dos Santos/ 1963, Brasil/ Livre/ Drama/ 103 min.

Sinopse: uma família miserável tenta escapar da seca no sertão nordestino. Fabiano (Átila Iório), Sinhá Vitória (Maria Ribeiro), seus dois filhos e a cachorra Baleia vagam sem destino e já quase sem esperanças. Adaptação da obra de Graciliano Ramos.

29/04- A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Dir.: Roberto Santos/ 1965, Brasil/ Livre/ Drama/ 109 min.

Sinopse: Augusto Matraga é um violento fazendeiro. Traído pela esposa, ele é emboscado por seus inimigos e dado como morto. Mas, ele é salvo e volta-se para a religiosidade. Augusto conhece Joãozinho Bem Bem, jagunço que o faz viver um conflito interno, instigando os instintos violentos de sua personalidade. Matraga começa então a oscilar entre seu temperamento agressivo e o misticismo que não consegue mais abandonar.

06/05- Macunaíma, Dir.: Joaquim Pedro de Andrade/ 1969/ Brasil/ 12 anos/ comédia/108 minutos

Sinopse: Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu negro (Grande Otelo), na selva, e virou branco (Paulo José) depois de adulto, deixando o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva. Essa narrativa é um compêndio de mitos, de lendas e da alma do brasileiro, adaptado do clássico romance homônimo de Mário de Andrade.

13/05 A Falecida, Dir.: Leon Hirszman/ 1965, Brasil/ Livre/ 90 min.

Sinopse: Zulmira é uma mulher obcecada pela ideia da morte e assim ter um enterro de luxo para compensar a sua vida simples e miserável num subúrbio do Rio de Janeiro. Ao saber que tem uma boa saúde, fica totalmente abalada e por fim acaba contraindo uma tuberculose. Como último pedido, pede ao marido desempregado um grande e luxuoso enterro. Para isso, precisa pedir dinheiro do homem mais rico do bairro, Guimarães (Paulo Gracindo). O homem não aceita pagar o funeral, e acaba contando que teve um caso com a falecida, isso sem saber que o sujeito com quem esta falando é o viúvo. O marido, então enfurecido, passa a chantagear Guimarães.

Mais informações: Rúbia Mércia Medeiros - Coordenadora da Escola Pública de Audiovisual - 85 3105.1404.

Cineclube Vila das Artes traz a mostra A Literatura Brasileira pelas Lentes do Cinema Novo

São cinco filmes da produção nacional, baseados em textos de diferentes momentos do modernismo literário brasileiro

As exibições acontecem toda quarta-feira, sempre às 18h30. Entrada franca (Foto: Vila das Artes)

No mês de abril, o Cineclube Vila das Artes, por meio do projeto Telas Abertas, traz a mostra “A Literatura Brasileira pelas Lentes do Cinema Novo”, com curadoria de Isadora Rodrigues. As exibições acontecem toda quarta-feira, sempre às 18h30. Entrada franca.

A mostra apresenta cinco filmes da produção nacional, baseados em textos de diferentes momentos do modernismo literário brasileiro. A finalidade é pensar esse momento particular de entrelaçamento das duas artes.

A prática da adaptação cinematográfica é tão antiga quanto o próprio cinema. Segundo os teóricos franceses Jacques Aumount e Michel Marie, a primeira adaptação da história do Cinema foi o curta-metragem "L’Arroseur Arrosé", de 1895, ano em que os irmãos Lumière fizeram a primeira exibição pública de filmes no Grand Café, em Paris.

No contexto brasileiro, o encontro do cinema com as letras teve o seu momento decisivo e radical com o Cinema Novo, um dos movimentos cinematográficos mais importantes do País, que ficou marcado pelo lema de Glauber Rocha: "Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". Segundo Nelson Pereira dos Santos, a literatura moderna brasileira havia dado uma expressão estética aos problemas do povo e o Cinema Novo queria fazer o mesmo com o audiovisual.

O Cineclube Vila das Artes é promovido pela Escola Pública de Audiovisual (EAV) da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).

Sobre a curadora Isadora Rodrigues
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFC e graduada em Jornalismo pela mesma universidade. Participa do grupo de pesquisa em Tradução Intersemiótica do curso de Comunicação e desenvolve pesquisa sobre a relação entre cinema e literatura.

Sobre o Projeto Telas Abertas
O Projeto Telas Abertas consiste na realização de curadorias para mostras do Cineclube Vila das Artes. No processo seletivo deste ano, ao todo, foram selecionadas 11 mostras que comporão a programação do Cineclube da Vila entre os meses de setembro de 2014 e julho de 2015.

Programação

15/04- O Padre e a Moça, Dir.: Joaquim Pedro de Andrade/ 1966, Brasil/ Livre/ Drama/91 min.

Sinopse: o Padre e a Moça é um filme brasileiro de 1965, do gênero drama, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, e com roteiro baseado no poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade. Mariana (Helena Ignês) é a única mulher bonita e jovem do lugar. E não está conformada. Não sabe exatamente o que quer, mas sabe que não quer morrer com a cidade, sem ter conhecido o que a vida tem de bom. Mariana vê no padre (Paulo José), recém-chegado à cidade, a sua salvação. Sente-se atraída. Quer falar-lhe, quer sentir alguma coisa a mais, que não seja a realidade mesquinha da cidadezinha. Honorato (Mário Lago) proíbe Mariana de avistar-se com o padre. Faz mais: resolve casar-se com ela. É neste instante que a estória começa a subir até a aguda dramaticidade do epílogo.

22/04- Vidas Secas, Dir.: Nelson Pereira dos Santos/ 1963, Brasil/ Livre/ Drama/ 103 min.

Sinopse: uma família miserável tenta escapar da seca no sertão nordestino. Fabiano (Átila Iório), Sinhá Vitória (Maria Ribeiro), seus dois filhos e a cachorra Baleia vagam sem destino e já quase sem esperanças. Adaptação da obra de Graciliano Ramos.

29/04- A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Dir.: Roberto Santos/ 1965, Brasil/ Livre/ Drama/ 109 min.

Sinopse: Augusto Matraga é um violento fazendeiro. Traído pela esposa, ele é emboscado por seus inimigos e dado como morto. Mas, ele é salvo e volta-se para a religiosidade. Augusto conhece Joãozinho Bem Bem, jagunço que o faz viver um conflito interno, instigando os instintos violentos de sua personalidade. Matraga começa então a oscilar entre seu temperamento agressivo e o misticismo que não consegue mais abandonar.

06/05- Macunaíma, Dir.: Joaquim Pedro de Andrade/ 1969/ Brasil/ 12 anos/ comédia/108 minutos

Sinopse: Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu negro (Grande Otelo), na selva, e virou branco (Paulo José) depois de adulto, deixando o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva. Essa narrativa é um compêndio de mitos, de lendas e da alma do brasileiro, adaptado do clássico romance homônimo de Mário de Andrade.

13/05 A Falecida, Dir.: Leon Hirszman/ 1965, Brasil/ Livre/ 90 min.

Sinopse: Zulmira é uma mulher obcecada pela ideia da morte e assim ter um enterro de luxo para compensar a sua vida simples e miserável num subúrbio do Rio de Janeiro. Ao saber que tem uma boa saúde, fica totalmente abalada e por fim acaba contraindo uma tuberculose. Como último pedido, pede ao marido desempregado um grande e luxuoso enterro. Para isso, precisa pedir dinheiro do homem mais rico do bairro, Guimarães (Paulo Gracindo). O homem não aceita pagar o funeral, e acaba contando que teve um caso com a falecida, isso sem saber que o sujeito com quem esta falando é o viúvo. O marido, então enfurecido, passa a chantagear Guimarães.

Mais informações: Rúbia Mércia Medeiros - Coordenadora da Escola Pública de Audiovisual - 85 3105.1404.