O Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19 determinou medidas mais restritivas para o combate à Covid-19 em todo o Ceará. O anúncio foi feito pelo governador Camilo Santana (PT), pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), e pelo secretário estadual da Saúde, Dr. Cabeto, durante live transmitida pelas redes sociais na noite desta quarta-feira (17/02). As novas medidas constarão nos novos decretos municipal e estadual, que terão vigor entre os dias 18 e 28 de fevereiro.
Acesse os Decretos 14.930 e 14.931
O comitê que delibera sobre os decretos é formado por profissionais de saúde, presidentes do Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa do Ceará, Ministério Público Estadual e Federal.
Medidas para o período de 18 a 28 de fevereiro
A partir desta quinta-feira (18/02), haverá maior controle das atividades econômicas e comportamentais a fim de prevenir aglomerações. O novo decreto define o horário de funcionamento do comércio de segunda a sexta-feira até as 20h. Após esse horário, permanecem apenas os serviços essenciais.
Aos sábados e domingos, restaurantes e outros estabelecimentos para alimentação fora do lar continuam com funcionamento restrito até as 15h. Comércio e shopping centers ficarão abertos até as 17h.
Espaços públicos terão circulação restrita todos os dias a partir das 17h. Haverá ainda toque de recolher das 22h às 5h, diariamente, preservando apenas as atividades essenciais.
Estão suspensas as aulas presenciais nas escolas e universidades públicas e privadas, permanecendo o ensino remoto. Esta medida, em específico, terá validade a partir da próxima sexta-feira (19/02).
O trabalho de servidores em âmbito público municipal e estadual será realizado de forma remota, com exceção das atividades essenciais. O prefeito e o governador recomendam, também, o trabalho remoto no setor privado.
As barreiras sanitárias serão mantidas em Fortaleza e no Interior. Há permissão de transporte intermunicipal público com fiscalização e medição de temperatura nas saídas e chegadas.
Aumento de casos
O governador justificou as novas restrições com o crescimento exponencial e a velocidade de transmissão do coronavírus, sobretudo em Fortaleza, além da sobrecarga da capacidade do atendimento da rede de saúde.
De acordo com Camilo Santana, em 19 de setembro, havia 49 pessoas internadas em leitos de UTI no Ceará. Em 18 de janeiro, o número subiu para 226 e, neste 17 de fevereiro, já são 652 pessoas em terapia intensiva.
Em relação aos leitos de enfermaria, o Estado possuía 470 pessoas ocupando vagas do tipo. No dia 15 de janeiro, o número passou para 558 e, em 17 de fevereiro, o número é quase o dobro, com 1.026 cearenses demandando assistência na rede de saúde estadual.
Considerando apenas as 12 UPAs da Capital, em setembro, 3.728 pessoas foram atendidas com suspeita da Covid-19. Em janeiro, o número já subiu para 12.509 e, em fevereiro, o número permanece alto, com 10.909 atendimentos.
Ampliação de leitos
Durante a transmissão, o prefeito Sarto reiterou que o Município tem dedicado todo o esforço ao combate à Covid-19. Entre as ações, ele destaca a ampliação de leitos de enfermaria e de UTI em toda a rede de saúde, com destaque para 100 novos leitos até então já instalados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além do acréscimo de 200 novos ônibus para evitar aglomerações no transporte público e a intensificação das ações de fiscalização.
“Estamos esperançosos. Vamos continuar ampliando leitos e tomando as medidas necessárias para preservar a saúde da população. É importante não se aglomerar em casa, na rua e nem no serviço público. E que todos continuem obedecendo as autoridades sanitárias”, afirmou Sarto.
Vacinas
O governador comentou que há perspectiva da chegada de novas vacinas na próxima semana. As doses deverão ser suficientes para imunizar o público acima de 75 anos em todo o Estado e só então será possível ter mais tranquilidade assistencial nos serviços de saúde público e privado.
“Eu faço um apelo às pessoas que se conscientizem da importância desse momento. Estas medidas são importantes para diminuir a circulação de pessoas no Ceará. Sabemos da condição de vulnerabilidade da população, é preciso que todos colaborem para que não seja preciso tomar medidas mais duras no futuro”, enfatizou Camilo Santana.