26 de Maio de 2025 em Social IMPRIMIR

Conferência define prioridades para políticas de igualdade racial em Fortaleza

Convidados refletiram sobre necessidade de efetivar políticas públicas para equidade racial, combater o racismo institucional e dialogar com a população sobre o tema


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grupo de pessoas posa para a foto no palco do evento
Conferência foi realizada no último sábado (24/5) no Cuca José Walter

A 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, realizada no último sábado (24/5), Dia da Abolição de Escravizados em Fortaleza, teve ampla adesão popular para construção de políticas públicas. No Cuca José Walter, cerca de 160 participantes credenciados representaram coletivos do movimento negro, universidades, Justiça, governos estadual e municipal e definiram as prioridades para a cidade de Fortaleza nos próximos anos.

O encontro foi realizado pela Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Coppir), com apoio da Secretaria de Igualdade Racial (Seir) do Estado do Ceará.

Na cerimônia de abertura, o Afoxé Omõrisá Odé fez a apresentação cultural exaltando a cultura negra afro-brasileira. A solenidade teve a presença das seguintes autoridades: a secretária dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza e vice-prefeita, Gabriella Aguiar; a secretária executiva da mesma pasta, Cynthia Studart; a secretária estadual de Igualdade Racial, Zelma Madeira; a ex-ministra de Igualdade Racial Matilde Ribeiro, o coordenador especial de Igualdade Racial, Isaac Santos; as vereadoras Mari Lacerda e Adriana Almeida; o artista e advogado Haroldo Guimarães; o representante do Movimento Negro Unificado Tim Lopes; o presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará, Paulo do Vale; o vice-presidente do Conselho Municipal e Mestre da Cultura, Pai Neto Tranca Rua e o juiz do Tribunal Regional Eleitoral, Wesley Sodré.

Nas falas, os convidados refletiram sobre a necessidade de efetivar políticas públicas para equidade racial, combater o racismo institucional, dialogar com a população sobre o tema, aprovar leis como o Estatuto da Igualdade Racial, além de garantir orçamento para assegurar direitos das populações racializadas em Fortaleza.

A vice-prefeita firmou o compromisso da atual gestão com a busca por equidade racial em Fortaleza. “Vale lembrar que Fortaleza é a terra do Dragão do Mar e de Tia Simoa e que nós temos uma reparação histórica a fazer na nossa Capital”, explicou a gestora.

O coordenador Isaac Santos destacou que o combate ao racismo necessita do reconhecimento e adesão de pessoas brancas. “O Brasil produz uma engenharia que finge que não tem racismo e ele vai atacando a gente. O pior inimigo que a gente pode enfrentar é aquele que a gente não consegue enxergar. Então, o racismo do Brasil está lá todo dia, matando a juventude negra na periferia de Fortaleza. A gente precisa dizer que ele existe e atuar contra ele”, afirmou.

A secretária estadual de Igualdade Racial, Zelma Madeira, endossou a presença de grupos étnicos em Fortaleza, como povos de terreiro e de matriz africana, quilombolas, ciganos e indígenas e incentivou a participação social na luta antirracista e na construção do plano municipal e estadual de igualdade racial.

“O convite é para irmos juntos, definir e debater este tema Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial. É esta igualdade que, desde de que aqui chegamos nos navios negreiros, apontamos para um pacto civilizatório para a igualdade”, destacou Zelma.

A palestra magna foi proferida por Matilde Ribeiro e Haroldo Guimarães. Matilde é professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), assistente social e ativista política nos movimentos negro e feminista. Foi ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Em sua fala, a convidada enfatizou a defesa de direitos para populações negras.

“Por 400 anos, foram seres humanos escravizados e depois seres humanos livres não incluídos na nova ordem. Neste aprendizado, que passa pelo poder público, a gente aprende sobre transversalidade, capilaridade e orçamento público”, disse. A conferencista ressaltou a resolução da ONU para a Segunda Década Internacional de Afrodescendentes, de 2025 a 2034, e a realização da segunda Marcha Nacional de Mulheres Negras.

O ator e advogado cearense Haroldo Guimarães, conhecido por seu trabalho em defesa da democracia e da diversidade, refletiu sobre o crescimento da discriminação, especialmente, nas redes sociais, e a busca pelo diálogo e pela conscientização racial. “A luta é de um pra um e também coletiva. É uma obrigação de quem tem conhecimento passar para quem não tem”, concluiu.

Mais informações:
Coordenadoria Especial de Políticas Públicas da Igualdade Racial (Coppir)
Endereço: Rua Padre Pedro de Alencar, 2230 - Messejana
Telefone: (85) 2028-0480

Conferência define prioridades para políticas de igualdade racial em Fortaleza

Convidados refletiram sobre necessidade de efetivar políticas públicas para equidade racial, combater o racismo institucional e dialogar com a população sobre o tema

grupo de pessoas posa para a foto no palco do evento
Conferência foi realizada no último sábado (24/5) no Cuca José Walter

A 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, realizada no último sábado (24/5), Dia da Abolição de Escravizados em Fortaleza, teve ampla adesão popular para construção de políticas públicas. No Cuca José Walter, cerca de 160 participantes credenciados representaram coletivos do movimento negro, universidades, Justiça, governos estadual e municipal e definiram as prioridades para a cidade de Fortaleza nos próximos anos.

O encontro foi realizado pela Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Coppir), com apoio da Secretaria de Igualdade Racial (Seir) do Estado do Ceará.

Na cerimônia de abertura, o Afoxé Omõrisá Odé fez a apresentação cultural exaltando a cultura negra afro-brasileira. A solenidade teve a presença das seguintes autoridades: a secretária dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza e vice-prefeita, Gabriella Aguiar; a secretária executiva da mesma pasta, Cynthia Studart; a secretária estadual de Igualdade Racial, Zelma Madeira; a ex-ministra de Igualdade Racial Matilde Ribeiro, o coordenador especial de Igualdade Racial, Isaac Santos; as vereadoras Mari Lacerda e Adriana Almeida; o artista e advogado Haroldo Guimarães; o representante do Movimento Negro Unificado Tim Lopes; o presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará, Paulo do Vale; o vice-presidente do Conselho Municipal e Mestre da Cultura, Pai Neto Tranca Rua e o juiz do Tribunal Regional Eleitoral, Wesley Sodré.

Nas falas, os convidados refletiram sobre a necessidade de efetivar políticas públicas para equidade racial, combater o racismo institucional, dialogar com a população sobre o tema, aprovar leis como o Estatuto da Igualdade Racial, além de garantir orçamento para assegurar direitos das populações racializadas em Fortaleza.

A vice-prefeita firmou o compromisso da atual gestão com a busca por equidade racial em Fortaleza. “Vale lembrar que Fortaleza é a terra do Dragão do Mar e de Tia Simoa e que nós temos uma reparação histórica a fazer na nossa Capital”, explicou a gestora.

O coordenador Isaac Santos destacou que o combate ao racismo necessita do reconhecimento e adesão de pessoas brancas. “O Brasil produz uma engenharia que finge que não tem racismo e ele vai atacando a gente. O pior inimigo que a gente pode enfrentar é aquele que a gente não consegue enxergar. Então, o racismo do Brasil está lá todo dia, matando a juventude negra na periferia de Fortaleza. A gente precisa dizer que ele existe e atuar contra ele”, afirmou.

A secretária estadual de Igualdade Racial, Zelma Madeira, endossou a presença de grupos étnicos em Fortaleza, como povos de terreiro e de matriz africana, quilombolas, ciganos e indígenas e incentivou a participação social na luta antirracista e na construção do plano municipal e estadual de igualdade racial.

“O convite é para irmos juntos, definir e debater este tema Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial. É esta igualdade que, desde de que aqui chegamos nos navios negreiros, apontamos para um pacto civilizatório para a igualdade”, destacou Zelma.

A palestra magna foi proferida por Matilde Ribeiro e Haroldo Guimarães. Matilde é professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), assistente social e ativista política nos movimentos negro e feminista. Foi ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Em sua fala, a convidada enfatizou a defesa de direitos para populações negras.

“Por 400 anos, foram seres humanos escravizados e depois seres humanos livres não incluídos na nova ordem. Neste aprendizado, que passa pelo poder público, a gente aprende sobre transversalidade, capilaridade e orçamento público”, disse. A conferencista ressaltou a resolução da ONU para a Segunda Década Internacional de Afrodescendentes, de 2025 a 2034, e a realização da segunda Marcha Nacional de Mulheres Negras.

O ator e advogado cearense Haroldo Guimarães, conhecido por seu trabalho em defesa da democracia e da diversidade, refletiu sobre o crescimento da discriminação, especialmente, nas redes sociais, e a busca pelo diálogo e pela conscientização racial. “A luta é de um pra um e também coletiva. É uma obrigação de quem tem conhecimento passar para quem não tem”, concluiu.

Mais informações:
Coordenadoria Especial de Políticas Públicas da Igualdade Racial (Coppir)
Endereço: Rua Padre Pedro de Alencar, 2230 - Messejana
Telefone: (85) 2028-0480