03 de December de 2015 em Cultura

Conselho de Proteção do Patrimônio aprova por unanimidade o registro do maracatu

Decreto de registro segue para a assinatura do prefeito Roberto Cláudio


Luci Magalhâes (Az de Ouro), Raimundo Praxedes (Nação Baobab), Paul Moura (Nação Palmares), pesquisador Paulo Tadeu e Izidoro dos Santos, carnavalesco

O Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (Comphic) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (03/12), o registro do maracatu como patrimônio imaterial de Fortaleza. A reunião aconteceu no Teatro Antonieta Noronha e contou com a participação dos conselheiros, do titular da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) e presidente do Comphic, Magela Lima, do coordenador de Patrimônio da Secultfor, Jober Pinto, além de brincantes e pesquisadores de maracatus e cultura popular tradicional.

A instrução de registro do maracatu foi elaborada numa parceria entre Secretaria de Cultura de Fortaleza, por meio da Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural, e Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos da Universidade Estadual do Ceará (Iepro). A apresentação foi feita pela gerente de patrimônio imaterial da Secultfor, Graça Martins.

"O registro do maracatu cearense como patrimônio imaterial de Fortaleza é um dado importante que, a partir de hoje, passa a compor nossa história. Todos ganhamos com esse fato, os grupos detentores da manifestação, os gestores, a cultura tradicional popular, enfim, a cidade”, comemora Graça Martins.

Para Jober Pinto, a iniciativa é motivo de imensa alegria. "Essa bela e importante manifestação de nossa cultura há muito tempo merecia esse reconhecimento. Lembro que todo dia 25 de cada mês, dentro do projeto '25 é dia de Maracatu', sempre em um lugar diferente de nossa cidade, temos a oportunidade de apreciar o belo cortejo e som cadenciado e envolvente do batuque do nosso maracatu", celebra.

“O registro do maracatu é muito importante pelo seu reconhecimento como uma das atividades marcantes da cultura tradicional popular e para a preservação deste folguedo que é, sem dúvida, o mais característico traço da cearensidade no contexto do ciclo folclórico carnavalesco”, esclarece o jornalista, pesquisador e fundador de diversos maracatus, Paulo Tadeu.

Ainda se manifestaram em favor da ação Luci Magalhães, do Maracatu Az de Ouro, o mais antigo em atividade em Fortaleza, e William Augusto, do Maracatu Nação Iracema. Izidoro dos Santos, carnavalesco e figurinista cearense homenageado no carnaval de rua em 2013, também esteve presente na reunião.

Após a aprovação pelo Comphic, o decreto de registro segue para a assinatura do prefeito Roberto Cláudio. O tombamento tem como enquadramento legal a Lei n.º 9347, de 11 de março de 2008, que dispõe sobre a proteção do patrimônio histórico-cultural e natural do município de Fortaleza (entre outras providências).

Sobre o maracatu cearense
Definir o Maracatu como “um cortejo composto por diversos personagens que, com acompanhamento sonoro, anunciam pelas ruas da cidade, a coroação de reis negros, evidenciando a figura de uma rainha” é muito pouco diante da multiplicidade de usos e sentidos dessa manifestação.

Entre suas especificidades estão usos rituais dos espaços de apresentação, utilização de determinados instrumentos musicais, estilo rítmico e melódico das músicas (loas), presença de personagens específicos no cortejo, inserção de novos elementos e vínculo com as comunidades onde estão situados.

A manifestação se desenvolveu com características específicas. Entre elas, negrume (como forma de homenagear e sublinhar a herança afro-brasileira) e ferro (que marca a sonoridade solene do Maracatu Cearense), elementos que demarcam a diferença em relação aos maracatus de outras localidades brasileiras.

 

Conselho de Proteção do Patrimônio aprova por unanimidade o registro do maracatu

Decreto de registro segue para a assinatura do prefeito Roberto Cláudio

Luci Magalhâes (Az de Ouro), Raimundo Praxedes (Nação Baobab), Paul Moura (Nação Palmares), pesquisador Paulo Tadeu e Izidoro dos Santos, carnavalesco

O Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (Comphic) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (03/12), o registro do maracatu como patrimônio imaterial de Fortaleza. A reunião aconteceu no Teatro Antonieta Noronha e contou com a participação dos conselheiros, do titular da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) e presidente do Comphic, Magela Lima, do coordenador de Patrimônio da Secultfor, Jober Pinto, além de brincantes e pesquisadores de maracatus e cultura popular tradicional.

A instrução de registro do maracatu foi elaborada numa parceria entre Secretaria de Cultura de Fortaleza, por meio da Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural, e Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos da Universidade Estadual do Ceará (Iepro). A apresentação foi feita pela gerente de patrimônio imaterial da Secultfor, Graça Martins.

"O registro do maracatu cearense como patrimônio imaterial de Fortaleza é um dado importante que, a partir de hoje, passa a compor nossa história. Todos ganhamos com esse fato, os grupos detentores da manifestação, os gestores, a cultura tradicional popular, enfim, a cidade”, comemora Graça Martins.

Para Jober Pinto, a iniciativa é motivo de imensa alegria. "Essa bela e importante manifestação de nossa cultura há muito tempo merecia esse reconhecimento. Lembro que todo dia 25 de cada mês, dentro do projeto '25 é dia de Maracatu', sempre em um lugar diferente de nossa cidade, temos a oportunidade de apreciar o belo cortejo e som cadenciado e envolvente do batuque do nosso maracatu", celebra.

“O registro do maracatu é muito importante pelo seu reconhecimento como uma das atividades marcantes da cultura tradicional popular e para a preservação deste folguedo que é, sem dúvida, o mais característico traço da cearensidade no contexto do ciclo folclórico carnavalesco”, esclarece o jornalista, pesquisador e fundador de diversos maracatus, Paulo Tadeu.

Ainda se manifestaram em favor da ação Luci Magalhães, do Maracatu Az de Ouro, o mais antigo em atividade em Fortaleza, e William Augusto, do Maracatu Nação Iracema. Izidoro dos Santos, carnavalesco e figurinista cearense homenageado no carnaval de rua em 2013, também esteve presente na reunião.

Após a aprovação pelo Comphic, o decreto de registro segue para a assinatura do prefeito Roberto Cláudio. O tombamento tem como enquadramento legal a Lei n.º 9347, de 11 de março de 2008, que dispõe sobre a proteção do patrimônio histórico-cultural e natural do município de Fortaleza (entre outras providências).

Sobre o maracatu cearense
Definir o Maracatu como “um cortejo composto por diversos personagens que, com acompanhamento sonoro, anunciam pelas ruas da cidade, a coroação de reis negros, evidenciando a figura de uma rainha” é muito pouco diante da multiplicidade de usos e sentidos dessa manifestação.

Entre suas especificidades estão usos rituais dos espaços de apresentação, utilização de determinados instrumentos musicais, estilo rítmico e melódico das músicas (loas), presença de personagens específicos no cortejo, inserção de novos elementos e vínculo com as comunidades onde estão situados.

A manifestação se desenvolveu com características específicas. Entre elas, negrume (como forma de homenagear e sublinhar a herança afro-brasileira) e ferro (que marca a sonoridade solene do Maracatu Cearense), elementos que demarcam a diferença em relação aos maracatus de outras localidades brasileiras.