25 de May de 2024 em Economia

Dia da Costureira: Entrelaçando linhas e Costurando o Futuro

Ações da Prefeitura ensinam e estimulam profissão milenar pela cidade


mulher de costas costurando em uma máquina
Até hoje, o Projeto Costurando o Futuro já beneficiou mais de 30 mil pessoas em toda a cidade. (Foto: Tainá Cavalcante)
O Dia da Costureira, celebrado no dia 25 de maio, foi escolhido para reconhecer a relevância dessa profissão milenar e valorizar o talento único das costureiras de transformar pedaços de tecido em obras de arte e no ganha pão de cada dia. A fim de impulsionar o crescimento da profissão e garantir um lugar de acolhimento, produção e potências, a Prefeitura de Fortaleza desenvolve o Projeto Costurando o Futuro. A iniciativa promove o empoderamento dos profissionais da área de costura e ajuda na autonomia através de capacitações de profissionais.

Realizado através da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, o programa leva oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica. Com espaço compartilhado e gratuito, a ação oferece estrutura adequada para quem não tem máquina de costura, proporcionando inclusão produtiva à população.

A coordenadora do Projeto, Cássia Vasconcelos, destaca o poder de mudança de vida que a oportunidade pode trazer para as costureiras do projeto. “O Costurando o Futuro vai muito além de máquinas, tecido, agulha e linha. Ele possibilita o crescimento de pessoas e a geração de renda para dentro de suas casas.” A coordenadora ressalta que a maioria do público alcançado são mulheres, mães solos, algumas foram inclusive vítimas de violência doméstica e estavam em depressão à procura de uma oportunidade, “uma luz no fim do túnel”, declara Cássia.

Foi o caso de Mercia Veras, a dona de casa conheceu o projeto em um momento delicado de sua vida, enquanto estava no tratamento de câncer. Mercia participou de vários cursos durante esse período pelo seu bairro, Vila Velha. Até que lhe convidaram para visitar o ateliê do Vila Velha e sua vida mudou por completo.

“Entrei para aprender e com o decorrer do tempo eu tanto aprendi a costurar como comecei a ensinar a fazer crochê. Então hoje eu sou professora voluntária no ateliê. Algumas meninas já até vendem seus crochês, o que é muito gratificante de ver. Eu só tenho a agradecer a esse projeto.” Dentro dele conheceu histórias semelhantes à sua e pode se distrair e aliviar a mente. Hoje, Mercia ganha seu próprio dinheiro e voltou a estudar incentivada pela sensação de aprender coisas novas e ter mais independência.

Até hoje, o Projeto Costurando o Futuro já beneficiou mais de 30 mil pessoas em toda a cidade. A iniciativa faz parte da política municipal de promoção à inclusão produtiva, economia criativa e ao desenvolvimento econômico dos bairros da capital. São 12 ateliês distribuídos por Fortaleza, nos bairros: Pici, Bom Jardim, Vila União, Jangurussu, Vila Velha, José Walter, Cristo Redentor, Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Vicente Pinzon, Canindezinho e Mondubim. Além da Unidade Móvel que atualmente atende no Antônio Bezerra.

O Secretário do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Nogueira, afirma que o potencial do programa vai muito além de disponibilizar um espaço adequado e gratuito, mas até onde essas mulheres podem chegar como costureiras. “Temos vários projetos para costureiras em Fortaleza, o Costurando o Futuro é o principal deles com doze unidades e uma móvel. Também temos o Nossas Guerreiras, possibilitando às mesmas mulheres pegarem crédito para comprar sua própria máquina de costura. É um setor bem pujante na Capital, que emprega muito formalmente e também informalmente.”

Grande parte das participantes já possuem ou pretendem montar o próprio negócio. Dessa forma, percebendo as necessidades e os anseios do público alvo, o projeto iniciou uma formação para tornar as futuras empreendedoras aptas na agulha e no comércio.

Dentro dos ateliês as alunas passam por um percurso que vai de aprender a costurar até comercializar seu próprio trabalho. Há um processo de incubação gerencial, no qual elas têm aulas de marketing, finanças e empreendedorismo, ministrados pelo Centro de Treinamento e Desenvolvimento, a Fundação Cetrede. A expectativa para os próximos meses é implantar um projeto de consultoria para que esses espaços se tornem cooperativas. Desse modo, as costureiras poderão vender diretamente ao mercado.

”Costurar é a Arte das Mãos”

Na busca para contribuir na inserção profissional das participantes, foi idealizado o ateliê móvel. A unidade é um espaço de aprendizagem para quem procura cursos de costura, diferente dos outros ateliês mantidos pelo projeto que são espaços para pessoas que já sabem costurar. São 10 máquinas do tipo reta, overloque, galoneira e bordado, e máquina de corte à disposição das interessadas. As oficinas são ministradas pela professora do projeto, Jana Moura.

Jana é designer de moda e começou auxiliando nas oficinas como voluntária há dois anos. Hoje é oficialmente uma professora do projeto e trabalha no primeiro ateliê itinerante. “Tivemos a visão de fazer esse ateliê diferente. Aqui nós damos os primeiros passos com elas em todos os tipos de máquina e no corte também. É a costura do zero, para pessoas que nunca pegaram numa máquina de costura.”

Dentre as funções que Jana já exerceu, ensinar é o que lhe dá propósito de vida. A instrutora aprendeu o ofício com a própria mãe e passar esse conhecimento para a frente é motivo de orgulho. “Eu amo ensinar, porque a costura é arte e também pode ser algo terapêutico. Para mulheres que não tinham nenhuma perspectiva de vida, mães solo que não podem trabalhar fora e veem nos nossos ateliês esse canal para a vida delas serem transformadas. Na costura, elas criam asas, é uma profissão que as permite arranjar um trabalho e se tornarem independentes. A costura pode trazer uma renda extra, uma esperança, um reinício.”

É o caso de Nágela Alves, a professora do ensino médio sempre teve vontade de aprender a costurar e quando uma amiga apresentou o ateliê móvel, não pensou duas vezes. Para além do interesse pessoal, Nágela também estava a procura de uma renda extra, juntou o útil ao agradável e está com muitas expectativas para o futuro. “Meus instrutores comandaram todo o percurso do curso com muita seriedade e compromisso. Dando não só pra mim, como para todos que ali se encontravam a segurança e a certeza de que seríamos excelentes profissionais. O tempo todo eles já nos chamavam de costureiras. A minha experiência com o projeto é totalmente positiva, sinto satisfação, a sensação de dever cumprido e muito orgulho em saber que agora eu sou uma costureira e pretendo me aperfeiçoar cada vez mais.”

Serviço:
Inscrição e Informações sobre os Projetos desenvolvidos pela SDE:
Funcionamento: 08 às 12h e 13h às 17h
Local: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico
Endereço : Rua Tibúrcio Cavalcante, 1233 - Aldeota
Contato: (85) 3452-5712

Dia da Costureira: Entrelaçando linhas e Costurando o Futuro

Ações da Prefeitura ensinam e estimulam profissão milenar pela cidade

mulher de costas costurando em uma máquina
Até hoje, o Projeto Costurando o Futuro já beneficiou mais de 30 mil pessoas em toda a cidade. (Foto: Tainá Cavalcante)
O Dia da Costureira, celebrado no dia 25 de maio, foi escolhido para reconhecer a relevância dessa profissão milenar e valorizar o talento único das costureiras de transformar pedaços de tecido em obras de arte e no ganha pão de cada dia. A fim de impulsionar o crescimento da profissão e garantir um lugar de acolhimento, produção e potências, a Prefeitura de Fortaleza desenvolve o Projeto Costurando o Futuro. A iniciativa promove o empoderamento dos profissionais da área de costura e ajuda na autonomia através de capacitações de profissionais.

Realizado através da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, o programa leva oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica. Com espaço compartilhado e gratuito, a ação oferece estrutura adequada para quem não tem máquina de costura, proporcionando inclusão produtiva à população.

A coordenadora do Projeto, Cássia Vasconcelos, destaca o poder de mudança de vida que a oportunidade pode trazer para as costureiras do projeto. “O Costurando o Futuro vai muito além de máquinas, tecido, agulha e linha. Ele possibilita o crescimento de pessoas e a geração de renda para dentro de suas casas.” A coordenadora ressalta que a maioria do público alcançado são mulheres, mães solos, algumas foram inclusive vítimas de violência doméstica e estavam em depressão à procura de uma oportunidade, “uma luz no fim do túnel”, declara Cássia.

Foi o caso de Mercia Veras, a dona de casa conheceu o projeto em um momento delicado de sua vida, enquanto estava no tratamento de câncer. Mercia participou de vários cursos durante esse período pelo seu bairro, Vila Velha. Até que lhe convidaram para visitar o ateliê do Vila Velha e sua vida mudou por completo.

“Entrei para aprender e com o decorrer do tempo eu tanto aprendi a costurar como comecei a ensinar a fazer crochê. Então hoje eu sou professora voluntária no ateliê. Algumas meninas já até vendem seus crochês, o que é muito gratificante de ver. Eu só tenho a agradecer a esse projeto.” Dentro dele conheceu histórias semelhantes à sua e pode se distrair e aliviar a mente. Hoje, Mercia ganha seu próprio dinheiro e voltou a estudar incentivada pela sensação de aprender coisas novas e ter mais independência.

Até hoje, o Projeto Costurando o Futuro já beneficiou mais de 30 mil pessoas em toda a cidade. A iniciativa faz parte da política municipal de promoção à inclusão produtiva, economia criativa e ao desenvolvimento econômico dos bairros da capital. São 12 ateliês distribuídos por Fortaleza, nos bairros: Pici, Bom Jardim, Vila União, Jangurussu, Vila Velha, José Walter, Cristo Redentor, Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Vicente Pinzon, Canindezinho e Mondubim. Além da Unidade Móvel que atualmente atende no Antônio Bezerra.

O Secretário do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Nogueira, afirma que o potencial do programa vai muito além de disponibilizar um espaço adequado e gratuito, mas até onde essas mulheres podem chegar como costureiras. “Temos vários projetos para costureiras em Fortaleza, o Costurando o Futuro é o principal deles com doze unidades e uma móvel. Também temos o Nossas Guerreiras, possibilitando às mesmas mulheres pegarem crédito para comprar sua própria máquina de costura. É um setor bem pujante na Capital, que emprega muito formalmente e também informalmente.”

Grande parte das participantes já possuem ou pretendem montar o próprio negócio. Dessa forma, percebendo as necessidades e os anseios do público alvo, o projeto iniciou uma formação para tornar as futuras empreendedoras aptas na agulha e no comércio.

Dentro dos ateliês as alunas passam por um percurso que vai de aprender a costurar até comercializar seu próprio trabalho. Há um processo de incubação gerencial, no qual elas têm aulas de marketing, finanças e empreendedorismo, ministrados pelo Centro de Treinamento e Desenvolvimento, a Fundação Cetrede. A expectativa para os próximos meses é implantar um projeto de consultoria para que esses espaços se tornem cooperativas. Desse modo, as costureiras poderão vender diretamente ao mercado.

”Costurar é a Arte das Mãos”

Na busca para contribuir na inserção profissional das participantes, foi idealizado o ateliê móvel. A unidade é um espaço de aprendizagem para quem procura cursos de costura, diferente dos outros ateliês mantidos pelo projeto que são espaços para pessoas que já sabem costurar. São 10 máquinas do tipo reta, overloque, galoneira e bordado, e máquina de corte à disposição das interessadas. As oficinas são ministradas pela professora do projeto, Jana Moura.

Jana é designer de moda e começou auxiliando nas oficinas como voluntária há dois anos. Hoje é oficialmente uma professora do projeto e trabalha no primeiro ateliê itinerante. “Tivemos a visão de fazer esse ateliê diferente. Aqui nós damos os primeiros passos com elas em todos os tipos de máquina e no corte também. É a costura do zero, para pessoas que nunca pegaram numa máquina de costura.”

Dentre as funções que Jana já exerceu, ensinar é o que lhe dá propósito de vida. A instrutora aprendeu o ofício com a própria mãe e passar esse conhecimento para a frente é motivo de orgulho. “Eu amo ensinar, porque a costura é arte e também pode ser algo terapêutico. Para mulheres que não tinham nenhuma perspectiva de vida, mães solo que não podem trabalhar fora e veem nos nossos ateliês esse canal para a vida delas serem transformadas. Na costura, elas criam asas, é uma profissão que as permite arranjar um trabalho e se tornarem independentes. A costura pode trazer uma renda extra, uma esperança, um reinício.”

É o caso de Nágela Alves, a professora do ensino médio sempre teve vontade de aprender a costurar e quando uma amiga apresentou o ateliê móvel, não pensou duas vezes. Para além do interesse pessoal, Nágela também estava a procura de uma renda extra, juntou o útil ao agradável e está com muitas expectativas para o futuro. “Meus instrutores comandaram todo o percurso do curso com muita seriedade e compromisso. Dando não só pra mim, como para todos que ali se encontravam a segurança e a certeza de que seríamos excelentes profissionais. O tempo todo eles já nos chamavam de costureiras. A minha experiência com o projeto é totalmente positiva, sinto satisfação, a sensação de dever cumprido e muito orgulho em saber que agora eu sou uma costureira e pretendo me aperfeiçoar cada vez mais.”

Serviço:
Inscrição e Informações sobre os Projetos desenvolvidos pela SDE:
Funcionamento: 08 às 12h e 13h às 17h
Local: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico
Endereço : Rua Tibúrcio Cavalcante, 1233 - Aldeota
Contato: (85) 3452-5712