21 de September de 2021 em Saúde

Emergência do IJF já acolheu mais de 80 vítimas de acidentes com cobras este ano

A jararaca (Bothrops) é a espécie mais recorrente, com 68 casos


a imagem mostra um pote fechado com uma cascaval dentro
O Núcleo de Assistência Toxicológica do Instituto Doutor José Frota (IJF) é referência regional 

O Núcleo de Assistência Toxicológica do Instituto Doutor José Frota (IJF), unidade da rede de emergência em saúde da Prefeitura de Prefeitura, é referência regional no socorro às vítimas de intoxicações agudas graves causadas, principalmente, por acidentes com animais peçonhentos. Os especialistas do Hospital alertam para os riscos do envenenamento por mordidas de cobra. Nos três últimos anos, o Hospital registrou cinco mortes decorrentes de intoxicações causadas por picadas de serpentes.

Somente este ano, 86 pacientes chegaram ao IJF após sofrerem acidentes com cobras, sendo a jararaca (Bothrops) a espécie mais recorrente, com 68 casos. Em 2020, ao todo, 144 vítimas foram hospitalizadas. Já em 2019, a Emergência somou 212 internações.

Observando as rotinas de atendimento, os trabalhadores das zonas rurais, nos sertões e nas serras, estão entre os que mais se expões aos riscos de acidentes, já que estão mais próximos das áreas de proteção, caça e reprodução de cobras peçonhentas.

“A expansão das áreas de pasto e plantio, além das ocorrências de queimadas e desmatamentos, também forçam o deslocamento dos animais para perto das residências e regiões urbanizadas, tanto em busca de abrigo como de alimento, ampliando o risco de contato com humanos e as reações de defesa dessas espécies, que, geralmente, só acontecem quando elas sentem alguma ameaça”, explica a médica Polianna Lemos, chefe no Núcleo de Assistência Toxicológica do IJF.

Procure ajuda o mais rápido possível

Além da dor e do inchaço no local da picada, as toxinas das serpentes podem causar sangramentos, manchas arroxeadas, diarréia, náusea, vômito, pressão baixa, urina escura, sonolência, visão turva, dor muscular e dor de cabeça. Dependendo da espécie, em poucas horas o quadro pode evoluir para a necrose de tecidos, hemorragia, insuficiência renal, insuficiência respiratória e na eventual morte da vítima, caso ela não receba a assistência necessária. Por isso, o atendimento médico especializado deve ser procurado o mais rápido possível.

Polianna Lemos explica que “não existe nenhuma receita tradicional baseada em ervas curativas, unguentos, chás ou bebidas alcoólicas capaz de conter a ação das toxinas de uma serpente. Usar torniquete ou garrote, fazer cortes ou mesmo tentar sugar o veneno da ferida com a boca também não têm qualquer efeito positivo a ainda podem agravar a condição da vítima”. A médica ainda reforça que o tempo perdido com a negação da gravidade da situação e a recusa para a procura de atendimento especializado, que poderia ser aproveitado no tratamento dos efeitos do envenenamento, só aumenta os riscos de agravamento do quadro clínico do paciente, resultando em sequelas permanentes ou mesmo em óbito.

Em caso de acidente, apenas lave o local com água e sabão e mantenha a vítima deitada e hidratada. Procure a unidade de saúde mais próxima para a administração do soro antiofídico, que é o medicamento usado para tratar picadas de serpentes, sendo produzido para cada espécie de cobra e distribuído gratuitamente para hospitais de vários municípios do Estado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Matar animais silvestres é crime

Nunca tente matar ou pegar uma cobra. Não é incomum o relato de duas ou mais mordidas em uma mesma pessoa ou a ocorrência de mais vítimas durante o processo, que ainda é considerado crime ambiental, tendo em vista a sua importância para o ecossistema local, como o controle de ratos e demais roedores, que afetam as plantações e os estoques de alimentos, além de transmitir doenças. Se possível, tente fazer uma foto do animal com a câmera do celular ou só observe as características dele, como cor, tamanho e desenhos na pele para a orientação da equipe de saúde que irá atender a vítima. Um grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) pode ser acionado para realizar a captura da serpente com segurança.

Equipamentos de proteção salvam vidas

A maioria dos acidentes com cobras pode ser evitada com o uso de calçados de cano alto, principalmente em áreas de matas e próximas de fontes de água. O uso de luvas grossas também é indispensável ao manusear lenha, palhas de milho e feijão, folhas secas, tijolos e pedras, que servem de abrigo e proteção para esses animais, assim como tocas, buracos na terra e troncos ocos. A presença de ratos atraídos pelo acumulo de lixo, entulho ou mesmo nos locais de armazenamento de sementes, rações e cereais também pode chamar a atenção das serpentes, que se alimentam deles. Por isso, a organização, a limpeza e o controle correto de roedores nos terrenos e áreas de armazenamento também são de grande importância para evitar a aproximação de animais peçonhentos.

Atendimento em plantão 24 horas

O Núcleo de Assistência Toxicológica do IJF conta com uma equipe de especialistas para o atendimento aos pacientes em plantão 24 horas e, além da assistência hospitalar, esclarece dúvidas sobre primeiros socorros e compartilha informações tanto para a população como para profissionais da saúde de outras unidades por meio dos telefones (85) 3255-5050 / 5012 e 9 8439-7494 (WhatsApp).

Emergência do IJF já acolheu mais de 80 vítimas de acidentes com cobras este ano

A jararaca (Bothrops) é a espécie mais recorrente, com 68 casos

a imagem mostra um pote fechado com uma cascaval dentro
O Núcleo de Assistência Toxicológica do Instituto Doutor José Frota (IJF) é referência regional 

O Núcleo de Assistência Toxicológica do Instituto Doutor José Frota (IJF), unidade da rede de emergência em saúde da Prefeitura de Prefeitura, é referência regional no socorro às vítimas de intoxicações agudas graves causadas, principalmente, por acidentes com animais peçonhentos. Os especialistas do Hospital alertam para os riscos do envenenamento por mordidas de cobra. Nos três últimos anos, o Hospital registrou cinco mortes decorrentes de intoxicações causadas por picadas de serpentes.

Somente este ano, 86 pacientes chegaram ao IJF após sofrerem acidentes com cobras, sendo a jararaca (Bothrops) a espécie mais recorrente, com 68 casos. Em 2020, ao todo, 144 vítimas foram hospitalizadas. Já em 2019, a Emergência somou 212 internações.

Observando as rotinas de atendimento, os trabalhadores das zonas rurais, nos sertões e nas serras, estão entre os que mais se expões aos riscos de acidentes, já que estão mais próximos das áreas de proteção, caça e reprodução de cobras peçonhentas.

“A expansão das áreas de pasto e plantio, além das ocorrências de queimadas e desmatamentos, também forçam o deslocamento dos animais para perto das residências e regiões urbanizadas, tanto em busca de abrigo como de alimento, ampliando o risco de contato com humanos e as reações de defesa dessas espécies, que, geralmente, só acontecem quando elas sentem alguma ameaça”, explica a médica Polianna Lemos, chefe no Núcleo de Assistência Toxicológica do IJF.

Procure ajuda o mais rápido possível

Além da dor e do inchaço no local da picada, as toxinas das serpentes podem causar sangramentos, manchas arroxeadas, diarréia, náusea, vômito, pressão baixa, urina escura, sonolência, visão turva, dor muscular e dor de cabeça. Dependendo da espécie, em poucas horas o quadro pode evoluir para a necrose de tecidos, hemorragia, insuficiência renal, insuficiência respiratória e na eventual morte da vítima, caso ela não receba a assistência necessária. Por isso, o atendimento médico especializado deve ser procurado o mais rápido possível.

Polianna Lemos explica que “não existe nenhuma receita tradicional baseada em ervas curativas, unguentos, chás ou bebidas alcoólicas capaz de conter a ação das toxinas de uma serpente. Usar torniquete ou garrote, fazer cortes ou mesmo tentar sugar o veneno da ferida com a boca também não têm qualquer efeito positivo a ainda podem agravar a condição da vítima”. A médica ainda reforça que o tempo perdido com a negação da gravidade da situação e a recusa para a procura de atendimento especializado, que poderia ser aproveitado no tratamento dos efeitos do envenenamento, só aumenta os riscos de agravamento do quadro clínico do paciente, resultando em sequelas permanentes ou mesmo em óbito.

Em caso de acidente, apenas lave o local com água e sabão e mantenha a vítima deitada e hidratada. Procure a unidade de saúde mais próxima para a administração do soro antiofídico, que é o medicamento usado para tratar picadas de serpentes, sendo produzido para cada espécie de cobra e distribuído gratuitamente para hospitais de vários municípios do Estado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Matar animais silvestres é crime

Nunca tente matar ou pegar uma cobra. Não é incomum o relato de duas ou mais mordidas em uma mesma pessoa ou a ocorrência de mais vítimas durante o processo, que ainda é considerado crime ambiental, tendo em vista a sua importância para o ecossistema local, como o controle de ratos e demais roedores, que afetam as plantações e os estoques de alimentos, além de transmitir doenças. Se possível, tente fazer uma foto do animal com a câmera do celular ou só observe as características dele, como cor, tamanho e desenhos na pele para a orientação da equipe de saúde que irá atender a vítima. Um grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) pode ser acionado para realizar a captura da serpente com segurança.

Equipamentos de proteção salvam vidas

A maioria dos acidentes com cobras pode ser evitada com o uso de calçados de cano alto, principalmente em áreas de matas e próximas de fontes de água. O uso de luvas grossas também é indispensável ao manusear lenha, palhas de milho e feijão, folhas secas, tijolos e pedras, que servem de abrigo e proteção para esses animais, assim como tocas, buracos na terra e troncos ocos. A presença de ratos atraídos pelo acumulo de lixo, entulho ou mesmo nos locais de armazenamento de sementes, rações e cereais também pode chamar a atenção das serpentes, que se alimentam deles. Por isso, a organização, a limpeza e o controle correto de roedores nos terrenos e áreas de armazenamento também são de grande importância para evitar a aproximação de animais peçonhentos.

Atendimento em plantão 24 horas

O Núcleo de Assistência Toxicológica do IJF conta com uma equipe de especialistas para o atendimento aos pacientes em plantão 24 horas e, além da assistência hospitalar, esclarece dúvidas sobre primeiros socorros e compartilha informações tanto para a população como para profissionais da saúde de outras unidades por meio dos telefones (85) 3255-5050 / 5012 e 9 8439-7494 (WhatsApp).