A primeira-dama Carol Bezerra participou, nesta sexta-feira (28/06), da solenidade em comemoração pelo primeiro ano do Família Acolhedora, serviço que consiste no acolhimento de crianças e adolescentes afastados da convivência familiar por medida protetiva judicial. O evento ocorreu no auditório da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) e contou com a presença do titular da pasta, Elpídio Nogueira, e de representantes de outras secretarias municipais e do sistema judiciário.
O projeto, sob coordenação da SDHDS e apoio do Gabinete da Primeira-dama, foi iniciado em 2018 e integra o Plano Municipal para Primeira Infância (Lei 10.221 de 13/06/2014), tendo como base legal a Lei Federal 8.069/90, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O serviço é uma modalidade de acolhimento preferencial e provisório que visa a garantir à criança e ao adolescente o direito constitucional à convivência familiar e comunitária, bem como a individualização do atendimento e a desinstitucionalização.
Após o cadastro e seleção das famílias, a criança pode passar uma média de 18 meses no acolhimento familiar. Entre a seleção e a mudança, e durante o processo, tanto a família acolhedora como a de origem recebem capacitações e participam de reuniões para entender melhor o processo e oferecer o melhor amparo às crianças.
“Desde a criação, já foram atendidas 11 crianças que saíram de abrigos para serem cuidadas por uma família selecionada, o que, de acordo com o ECA, é o ideal. Foi uma conquista para nós”, declarou a gerente do Família Acolhedora, Ana Paula Mourão. Segundo o secretário da SDHDS, Elpídio Nogueira, a ideia é tirar essas crianças de um abrigo e inseri-los em um núcleo familiar pelos benefícios que isto traz a elas. “Enquanto no acolhimento institucional elas não têm liberdade, no familiar é praticamente uma nova vida”, comenta.
Durante a cerimônia, as famílias cadastradas receberam um certificado como forma de reconhecimento. Para participar, elas precisam ter, entre outros critérios, moradia fixa em Fortaleza, idade entre 21 e 65 anos, não possuir interesse em adoção e ter disponibilidade de tempo para oferecer apoio às crianças e adolescentes acolhidos. O casal de professores Zenádia Sabóia e Vladimir Barroso, presentes na solenidade, atenderam todos os requisitos e em breve receberão os irmãos Ismael e Felipe. Depois de realizarem algumas visitas ao abrigo, eles já fizeram alguns ajustes em casa para receber os jovens de 13 e 14 anos.
Depois de saber do projeto, o casal, que disse que “já tinha essa vontade no coração”, resolveu se inscrever. Zenádia conta que antes de chegar ao abrigo para a primeira visita já sentiu um carinho muito grande pelos irmãos, mesmo sem os conhecer. “Eles ficaram meio ressabiados, eu os abracei logo e senti aquela carência de amor, de cheiro, de beijo de mãe, que eles não tiveram”, diz.
Para a primeira-dama Carol Bezerra, esse afeto entre as famílias e os jovens é essencial para mudar os sonhos dos adolescentes e transformar suas vidas. “Acreditamos que as crianças podem vencer quaisquer problemas com o amor, e essas famílias têm muito amor a oferecer”, destacou. Segundo ela, “por melhores que sejam os acolhimentos institucionais, a criança terá menos prejuízos recebendo um amparo familiar.”
Após um ano do serviço, visando facilitar ainda mais a inscrição das famílias, o cadastro, que era feito apenas na sede da SDHDS, agora pode ser feito pela internet. O objetivo, com isso, é ampliar o serviço e permitir que mais crianças e adolescentes tenham uma convivência comunitária enquanto preservam vínculos com a família de origem e recebem acolhimento.
Mais informações: (85) 3105-3445