16 de August de 2019 em Economia

Feiras livres em equipamentos públicos movimentam mercado independente de Fortaleza

Iniciativas populares, gratuitas e saudáveis promovidas ou apoiadas pelo Município atraem públicos de todas as idades


Pessoas escolhendo verduras em feira
A maioria dos produtos comercializados na feira vem da região serrana do Ceará

Uma feira livre. Produtos frescos. Café quentinho. Ponto de encontro. As definições para o Mercado dos Pinhões, assim como para outros equipamentos públicos de Fortaleza, ganharam amplitude. Nos últimos anos, o espaço centenário e suas estruturas de ferro francesas, aliam a beleza arquitetônica do século XIX com iniciativas populares, gratuitas e saudáveis promovidas ou apoiadas pela Prefeitura para públicos de todas as idades.

As terças-feiras começam muito antes do sol raiar. O movimento inicial é de produtores, oito atualmente e quatro parceiros, que abastecem a Feira de Orgânicos do Mercado dos Pinhões. Mas aos poucos, abrem os boxes com produtos regionais, também sem agrotóxicos, chegam as merendas da manhã, sobe o cheiro do café quentinho e do som dos primeiros carrinhos em busca de frutas e vegetais frescos. 

Homem de óculos sentado falando com braços abertos
Wagner está à frente da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica (Adao) há 18 anos e é um dos produtores

“A gente começava às sete horas da manhã, mas já tinha gente esperando. Então, fomos começando cada vez mais cedo. Hoje, antes das cinco horas já tem gente comprando”, explica Wagner Pedrosa, que está à frente da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica (Adao) há 18 anos.

A Feira Orgânica é realizada pela Adao e todos os produtores cadastrados têm uma certificação que os classifica como isentos de agrotóxicos. A maioria vem da região serrana do Ceará: Guaraciaba do Norte, Redenção, Baturité, entre outros. O próprio Wagner começou consumindo e há 18 anos comprou um sítio em Mulungu e virou produtor.

"A Associação produz cerca de 40 toneladas de vegetais orgânicos por mês e como desinformatizamos o processo para não gerar custos, tem preços congelados há 10 anos, como o alface, por exemplo", destaca Wagner.

Senhora, senhor e garotinha em pé posando pra foto
Dona Margarida já dava preferência aos orgânicos, mas a vinda da neta mudou completamente os hábitos da família

O movimento é intenso nas primeiras horas da manhã, mas a feira segue até as 13 horas. Por dia, entre 200 e 400 pessoas fazem compras no espaço. Famílias inteiras aparecem dos quatro cantos da cidade para comprar os produtos orgânicos. Vem o idoso em busca de qualidade de vida e o jovem preocupado com a saúde.

“É um investimento em nós mesmos. Minha preocupação é com a saúde, de comer bem e ter qualidade na mesa. O gosto, e até o cheiro, dos alimentos sem agrotóxicos é diferente,” disse o farmacêutico Juliano Casimiro, que acompanhou os pais nas compras de casa. “Isso aqui é uma maravilha. Faz uns dois meses que a gente vem toda semana lá da Cidade dos Funcionários e eu não deixo de vir mais de jeito nenhum”, complementou a mãe do Casimiro e aposentada Fátima Oliveira.

A família da dona Margarida veio completa. Ela, o marido e a filha já davam preferência aos orgânicos, mas a vinda da neta mudou completamente os hábitos da família. “Eu dou muito valor a alimentos puros. Deveria ter em outros mercados para todo mundo ter acesso. A gente quer alimentar as crianças da melhor forma e agora a família toda come bem. Há anos, venho aqui e faço minhas compras. É pertinho de casa e direto da terra”, disse a aposentada Margarida Ramalho.

Três senhoras sentadas à mesa sorrindo
Após as compras, as amigas Fernanda, Francisca e Elma tomam um café e colocam a conversa em dia

Os produtos são vendidos no quilo e apenas em dinheiro e não há sacolas para levar os produtos para casa. Depois das compras, para quem vai cedinho, a dica é sentar e tomar um típico café da manhã nordestino. Um encontro, que já nem precisa ser marcado, entre as amigas Fernanda, Francisca e Elma.

"A gente vai para a missa, faz as compras dos orgânicos e depois senta aqui para conversar e tomar um café da manhã maravilhoso, com um queijo bem novinho e uma tapioca deliciosa. Virou nosso programa semanal", contou a aposentada Fernanda Silva.

Confira alguns preços:

Alface: R$ 5,30/kg
Cheiro Verde: R$ 7/kg
Brócolis: R$ 10/kg
Alho poró: R$ 10/kg
Tomate: R$ 10/kg

Feira de Vinis

No primeiro sábado de cada mês, os amantes dos LPs podem trocar, vender ou comprar as relíquias na Feira Afins de Vitrola. A exposição acontece no Mercado dos Pinhões e, além dos vinis de todos os estilos musicais, o público também tem acesso a equipamentos como agulhas, borrachas e caixas específicas para o uso dos LPs.

Alex Aguiar é um dos expositores da feira. A paixão pelos discos de vinil surgiu ainda na adolescência, quando ele tinha 13 anos e se encantou pela música que saía das caixas de som com ajuda de uma agulha. Ele, que chegou a ter três mil LPs em casa, hoje divide seu acervo particular. Além de expor nas feiras gratuitas, Alex mantém uma loja de discos no Quintino Cunha.

O colecionador acredita que as feiras públicas trazem mais visibilidade e consequentemante, mais vendas para os admiradores de vinis. "Temos cerca de 20 expositores e muitos dependem, exclusivamente, das feiras públicas. Esse apoio é fundamental para difundir a cultura do vinil, mas Fortaleza é a capital do Nordeste que mais reúne expositores", explicou Alex.

Os interessados em vender ou trocar LPs no evento devem procurar a Ação Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) pelo telefone (85) 3105-1292.

SERVIÇO:

Feiras de Vinis

Passeio Público
Data: 18/08 (domingo)
Horário: 17 às 21 horas

Mercado dos Pinhões
Data: 07/09 (sábado)
Horário: 17 às 21 horas

Feiras de artesanato

As feiras de artesanato são tradicionais e acontecem em toda a Cidade. Mas a beleza do trabalho delicado e paciente dos artesãos chama a atenção de quem passa. Todo mês, no Mercado dos Pinhões, o público pode conferir o trabalho de diversos profissionais na feira "Mercado Coletivo."

O evento movimenta o mercado autoral e a economia criativa de Fortaleza com expositores de moda, arte, design, decoração, artesanato, música e gastronomia. O "Mercado Coletivo" é mais um exemplo de feira gratuita e aberta ao público realizado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor).

A artesã e designer Joana Gurgel trabalha com a produção de peças em macramê e é uma das expositoras fixas da feira de artesanato. A técnica de tecer fios é totalmente manual. Com dedos ágeis, os fios das fibras são tecidos e formam vários tipos de nós. A partir daí, a artesã usa a criatividade para criar uma infinidade de peças, especialmente decorativas.

"Trabalho com bastante afeto nas minhas produções. Cada peça é unica e demora para ser construída. Desde o início, exponho em feiras públicas e a troca é constante com quem compra, mas também entre os expositores. Você conhece o trabalho do outro, troca informações e indicações de trabalho. É uma excelente oportunidade para nós", destacou Joana.

Feiras livres em equipamentos públicos movimentam mercado independente de Fortaleza

Iniciativas populares, gratuitas e saudáveis promovidas ou apoiadas pelo Município atraem públicos de todas as idades

Pessoas escolhendo verduras em feira
A maioria dos produtos comercializados na feira vem da região serrana do Ceará

Uma feira livre. Produtos frescos. Café quentinho. Ponto de encontro. As definições para o Mercado dos Pinhões, assim como para outros equipamentos públicos de Fortaleza, ganharam amplitude. Nos últimos anos, o espaço centenário e suas estruturas de ferro francesas, aliam a beleza arquitetônica do século XIX com iniciativas populares, gratuitas e saudáveis promovidas ou apoiadas pela Prefeitura para públicos de todas as idades.

As terças-feiras começam muito antes do sol raiar. O movimento inicial é de produtores, oito atualmente e quatro parceiros, que abastecem a Feira de Orgânicos do Mercado dos Pinhões. Mas aos poucos, abrem os boxes com produtos regionais, também sem agrotóxicos, chegam as merendas da manhã, sobe o cheiro do café quentinho e do som dos primeiros carrinhos em busca de frutas e vegetais frescos. 

Homem de óculos sentado falando com braços abertos
Wagner está à frente da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica (Adao) há 18 anos e é um dos produtores

“A gente começava às sete horas da manhã, mas já tinha gente esperando. Então, fomos começando cada vez mais cedo. Hoje, antes das cinco horas já tem gente comprando”, explica Wagner Pedrosa, que está à frente da Associação para o Desenvolvimento da Agropecuária Orgânica (Adao) há 18 anos.

A Feira Orgânica é realizada pela Adao e todos os produtores cadastrados têm uma certificação que os classifica como isentos de agrotóxicos. A maioria vem da região serrana do Ceará: Guaraciaba do Norte, Redenção, Baturité, entre outros. O próprio Wagner começou consumindo e há 18 anos comprou um sítio em Mulungu e virou produtor.

"A Associação produz cerca de 40 toneladas de vegetais orgânicos por mês e como desinformatizamos o processo para não gerar custos, tem preços congelados há 10 anos, como o alface, por exemplo", destaca Wagner.

Senhora, senhor e garotinha em pé posando pra foto
Dona Margarida já dava preferência aos orgânicos, mas a vinda da neta mudou completamente os hábitos da família

O movimento é intenso nas primeiras horas da manhã, mas a feira segue até as 13 horas. Por dia, entre 200 e 400 pessoas fazem compras no espaço. Famílias inteiras aparecem dos quatro cantos da cidade para comprar os produtos orgânicos. Vem o idoso em busca de qualidade de vida e o jovem preocupado com a saúde.

“É um investimento em nós mesmos. Minha preocupação é com a saúde, de comer bem e ter qualidade na mesa. O gosto, e até o cheiro, dos alimentos sem agrotóxicos é diferente,” disse o farmacêutico Juliano Casimiro, que acompanhou os pais nas compras de casa. “Isso aqui é uma maravilha. Faz uns dois meses que a gente vem toda semana lá da Cidade dos Funcionários e eu não deixo de vir mais de jeito nenhum”, complementou a mãe do Casimiro e aposentada Fátima Oliveira.

A família da dona Margarida veio completa. Ela, o marido e a filha já davam preferência aos orgânicos, mas a vinda da neta mudou completamente os hábitos da família. “Eu dou muito valor a alimentos puros. Deveria ter em outros mercados para todo mundo ter acesso. A gente quer alimentar as crianças da melhor forma e agora a família toda come bem. Há anos, venho aqui e faço minhas compras. É pertinho de casa e direto da terra”, disse a aposentada Margarida Ramalho.

Três senhoras sentadas à mesa sorrindo
Após as compras, as amigas Fernanda, Francisca e Elma tomam um café e colocam a conversa em dia

Os produtos são vendidos no quilo e apenas em dinheiro e não há sacolas para levar os produtos para casa. Depois das compras, para quem vai cedinho, a dica é sentar e tomar um típico café da manhã nordestino. Um encontro, que já nem precisa ser marcado, entre as amigas Fernanda, Francisca e Elma.

"A gente vai para a missa, faz as compras dos orgânicos e depois senta aqui para conversar e tomar um café da manhã maravilhoso, com um queijo bem novinho e uma tapioca deliciosa. Virou nosso programa semanal", contou a aposentada Fernanda Silva.

Confira alguns preços:

Alface: R$ 5,30/kg
Cheiro Verde: R$ 7/kg
Brócolis: R$ 10/kg
Alho poró: R$ 10/kg
Tomate: R$ 10/kg

Feira de Vinis

No primeiro sábado de cada mês, os amantes dos LPs podem trocar, vender ou comprar as relíquias na Feira Afins de Vitrola. A exposição acontece no Mercado dos Pinhões e, além dos vinis de todos os estilos musicais, o público também tem acesso a equipamentos como agulhas, borrachas e caixas específicas para o uso dos LPs.

Alex Aguiar é um dos expositores da feira. A paixão pelos discos de vinil surgiu ainda na adolescência, quando ele tinha 13 anos e se encantou pela música que saía das caixas de som com ajuda de uma agulha. Ele, que chegou a ter três mil LPs em casa, hoje divide seu acervo particular. Além de expor nas feiras gratuitas, Alex mantém uma loja de discos no Quintino Cunha.

O colecionador acredita que as feiras públicas trazem mais visibilidade e consequentemante, mais vendas para os admiradores de vinis. "Temos cerca de 20 expositores e muitos dependem, exclusivamente, das feiras públicas. Esse apoio é fundamental para difundir a cultura do vinil, mas Fortaleza é a capital do Nordeste que mais reúne expositores", explicou Alex.

Os interessados em vender ou trocar LPs no evento devem procurar a Ação Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) pelo telefone (85) 3105-1292.

SERVIÇO:

Feiras de Vinis

Passeio Público
Data: 18/08 (domingo)
Horário: 17 às 21 horas

Mercado dos Pinhões
Data: 07/09 (sábado)
Horário: 17 às 21 horas

Feiras de artesanato

As feiras de artesanato são tradicionais e acontecem em toda a Cidade. Mas a beleza do trabalho delicado e paciente dos artesãos chama a atenção de quem passa. Todo mês, no Mercado dos Pinhões, o público pode conferir o trabalho de diversos profissionais na feira "Mercado Coletivo."

O evento movimenta o mercado autoral e a economia criativa de Fortaleza com expositores de moda, arte, design, decoração, artesanato, música e gastronomia. O "Mercado Coletivo" é mais um exemplo de feira gratuita e aberta ao público realizado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor).

A artesã e designer Joana Gurgel trabalha com a produção de peças em macramê e é uma das expositoras fixas da feira de artesanato. A técnica de tecer fios é totalmente manual. Com dedos ágeis, os fios das fibras são tecidos e formam vários tipos de nós. A partir daí, a artesã usa a criatividade para criar uma infinidade de peças, especialmente decorativas.

"Trabalho com bastante afeto nas minhas produções. Cada peça é unica e demora para ser construída. Desde o início, exponho em feiras públicas e a troca é constante com quem compra, mas também entre os expositores. Você conhece o trabalho do outro, troca informações e indicações de trabalho. É uma excelente oportunidade para nós", destacou Joana.