Fortaleza tem 96% das escolas municipais no nível desejável de aprendizagem, ensinando os alunos a ler e a escrever na idade certa. Os dados preliminares do Sistema de Avaliação Permanente da Educação Básica do Estado do Ceará (Spaece) foram divulgados pelo prefeito Roberto Cláudio, e pela secretária de Educação Municipal, Dalila Saldanha, nesta quinta-feira (23/02), no Marina Park.
A capital cearense saltou de 20 escolas em nível desejável, em 2012, para 195 em 2016. Fortaleza também registrou 49 pontos a mais na proficiência alfa em relação aos resultados de 2012, passando de 131,4 para 180,4.
Segundo a avaliação, em 2016, alunos do 2º ano do Ensino Fundamental nos municípios cearenses encontram-se no nível desejável de alfabetização, com 185,6 pontos. Neste mesmo ano, Fortaleza saltou de 159,6 pontos em 2015 para 180,4 em 2016, representando 20 pontos a mais.
O resultado do crescimento no número de escolas com nível desejável é fruto de um trabalho realizado ao longo dos últimos quatro anos, com empenho na valorização e formação dos professores da rede de ensino, e nas políticas de aprendizagem em tempo integral. Em 2013 eram 30 escolas. Já em 2014 esse número chegou a 74. Em 2015 o indicador quase dobrou, com 146, gerando um crescimento de mais de 550% do número de escolas no nível desejável.
“Um conjunto muito importante de mudanças, fez com que, em quatro anos, nós tivéssemos uma profunda transformação na rede de educação. Nós implantamos um método na escolha dos gestores escolares, sem indicação política e com os diretores de escolas escolhidos por mérito; ampliamos em quase 80% as matrículas de creches; implantamos o tempo integral; fizemos concurso público para professor; garantimos o piso do magistério e um terço para que ele possa planejar aula. Em uma cidade pobre e desigual, ter 96% das escolas com padrão desejável é para nós mais importante que qualquer obra. Esse é o passo mais importante na educação: garantir que se aprenda na idade certa a ler e a escrever. Mas ainda tem muito que ser feito para que essas escolas estejam no mesmo nível das melhores particulares de Fortaleza. É preciso que essas mudanças continuem para que os indicadores não parem de melhorar”, afirmou o prefeito Roberto Cláudio.
Quanto ao desempenho dos jovens do 5º ano, a avaliação apresentou os seguintes resultados: na disciplina de Língua Portuguesa, o percentual de alunos no nível adequado subiu para 212,6, que registrou em 2012 o percentual de 199,4; em Matemática, ficou em 220,5, diferente dos 204,2 apresentados naquele ano. Já os alunos do 9º ano, em Língua Portuguesa, saíram de 246,4 em 2012 para 257,6 em 2016 e em Matemática, de 247,3 em 2012 para 251,6 pontos em 2016.
“Este mérito foi feito por várias mãos. O prefeito priorizou a educação, apoiando a escola, investindo na formação de professor, disponibilizando materiais. Vamos investir também nisso para que esse crescimento chegue para todas as crianças”, comentou a secretária Dalila Saldanha.
Mais PAIC
Em dezembro de 2015, o governador Camilo Santana lançou o Mais Paic - Programa de Aprendizagem na Idade Certa. Essa medida teve como finalidade ampliar o trabalho de cooperação já existente com os 184 municípios, que além da Educação Infantil e do 1º ao 5º ano do EF, passou a atender também do 6º o 9º ano do EF nas escolas públicas cearenses.
De acordo com o levantamento, cerca de 310 mil alunos do 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental de mais de 4.500 escolas públicas participaram da avaliação externa.
Em 2007, o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) iniciou suas atividades com a meta de garantir a alfabetização dos alunos matriculados no 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública cearense. A partir de 2011, para expandir essas ações ao 3º, 4º e 5º anos, foi lançado o Programa Aprendizagem na Idade Certa (Paic +5). Em dezembro de 2015, o governador Camilo Santana lançou o Mais Paic, que além da Educação Infantil e do 1º ao 5° ano, passou a atender também do 6° o 9° ano nas escolas públicas cearenses.
Spaece – Escalas
A escala da alfabetização (2º ano) é constituída por cinco padrões, representados pelas seguintes pontuações: até 75 pontos – não alfabetizado; de 75 a 100 – alfabetização incompleta; de 100 a 125 – intermediário, de 125 a 150 – suficiente e acima de 150 – nível desejável.
Os resultados do 5º ano, por sua vez, são identificados a partir de quatro padrões de desempenho, sendo para Língua Portuguesa: até 125 pontos – muito crítico; de 125 até 175 – crítico; de 175 até 225 – intermediário, e acima de 225 – nível adequado. Para Matemática, os padrões de desempenho dos alunos do 5º ano são expressos através dos seguintes níveis: até 150 pontos – muito crítico; de 150 até 200 – crítico; de 200 até 250 – intermediário, e acima de 250 – nível adequado.
Em 2007, ano de implantação do Paic, a média de proficiência alcançada no 2º ano do Ensino Fundamental foi de 119,1 pontos, o que corresponde ao padrão intermediário. Em 2016, alcançou 185,6 pontos, o que demonstra uma evolução para o padrão desejável, ou seja, melhor nível da escala.
Essa melhoria nos níveis de alfabetização e dos primeiros anos do ensino fundamental alcançada no Ceará deve-se à boa combinação dos esforços de todos os municípios com o apoio estadual.