Como o jeito do corpo ou a forma da fala influenciam na recepção de um interlocutor? O que um espaço público degradado tem a ver com a violência em um bairro? Maus-tratos aos animais é um assunto que deve estar contemplado na legislação ambiental? O processo de pacificação interior de cada pessoa faz parte da pacificação de toda uma cidade? Todos esses questionamentos estão sendo feitos e respondidos no curso Guarda Municipal, Segurança Pública e Direitos Humanos, que está sendo ministrado para 400 guardas municipais, por meio de um convênio da Prefeitura de Fortaleza, por intermédio da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã (Sesec), com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A instituição executora da capacitação é a Universidade de Fortaleza (Unifor).

Entre as disciplinas estão Técnicas de Mediação de Conflitos, Conservação do Patrimônio Público, Policiamento Comunitário, Preservação do Meio Ambiente, entre outras. Para a inspetora Cristiane Correia, a qualificação é fundamental para a Guarda Municipal de Fortaleza. “O nível dos professores é muito bom e o conteúdo ministrado tem relação direta com o trabalho do guarda nas ruas. Além disso, a interação entre o efetivo nas aulas é muito importante para dar uma noção de corporação aos profissionais de segurança. Também é muito bom sabermos que trabalhamos em uma instituição que está interessada em nos qualificar para atuarmos operacionalmente”, comemora.

A fonoaudióloga Ellen Granjeiro ministra aulas de Expressão Oral e Corporal e explica a ideia da sua disciplina: “A gente vê como eles estão utilizando a comunicação para mediar os conflitos cotidianos, estamos pensando em como eles estão se expressando e passando a mensagem para o outro. Meu papel é construir, junto com eles, a ideia que nem tudo que dizemos é interpretado da forma como gostaríamos que fosse e como usar a expressão oral e corporal para uma melhor intervenção junto à população”.

A ideia da capacitação é fornecer conhecimentos teóricos e práticos de técnicas e procedimentos operacionais e de relações humanas para o cotidiano das atividades do agente de segurança pública. O foco do trabalho deverá ser o policiamento comunitário de forma preventiva. A capacitação para os guardas teve início no dia 05 de agosto e será realizada em duas turmas, com duração de 15 dias cada uma.

Após o término do curso, em setembro, serão ministradas 10 oficinas, aos sábados, com duração de oito horas, em 20 escolas públicas municipais. Nessa etapa, serão capacitados os guardas que participaram do curso e a comunidade escolar, totalizando 1.400 pessoas. Entre os temas das oficinas, estão Uso abusivo e indevido de drogas, Bullying, Noções de Segurança Pública para População em Situação de Vulnerabilidade Social e Educação Ambiental.