05 de September de 2014 em Social

Hospitais de Fortaleza receberão projeto de atenção integral às vítimas de violência sexual

O Superando Barreiras deverá ser implantado ainda neste mês de setembro em cinco unidades


Os detalhes do programa foram apresentados durante palestra no Hospital da Mulher de Fortaleza (Foto: Queiroz Neto)

Cinco hospitais do município de Fortaleza receberão ações do Projeto Superando Barreiras, que trata da violência sexual e da questão do aborto legal. A iniciativa é do Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp) e Ministério da Saúde.

Os detalhes da ação a ser desenvolvida foram apresentados pela coordenadora do projeto, a médica Verônica Alencar, durante palestra no Hospital da Mulher de Fortaleza nesta sexta-feira (05/09). Participaram do evento médicos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e gestores do Hospital da Mulher, da Maternidade Escola Assis Chateubriand, dos Hospitais Gonzaguinhas de Messejana, do José Walter e do Conjunto Ceará.

Verônica Alencar espera fechar o acordo de parceria e iniciar a capacitação dos profissionais ainda em setembro. Segundo ela, o fortalecimento dos hospitais e da rede é fundamental para que seja prestado um atendimento integral de forma efetiva a mulheres vítimas de violência sexual, de acordo com as Normas Técnicas do MS.

A coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza, Lea Dias Pimentel Gomes Vasconcelos, complementou: “a ideia é qualificar o atendimento nos hospitais e estimular a denúncia desses casos”.

Avaliando os casos de violência sexual e doméstica, Verônica Alencar diz que a palavra-chave é cuidado. Ela defende uma mudança de paradigma e que o primeiro atendimento nos casos de violência sexual e doméstica sejam realizados pelo serviço de saúde. “A responsabilidade é com a vítima. A polícia cuida do autor”, frisou. Ela explica que a urgência no atendimento à mulher é importante para evitar uma gravidez indesejada e o risco de contrair uma doença sexualmente transmissível, dentre elas o HIV.

Verônica Alencar também explicou que a capacidade é a parte mais importante da rede. “O Superando Barreiras não faz treinamento se não tiver médico. A responsabilidade é do médico, por esse motivo o diretor do hospital precisa ter essa consciência. Se não tiver médico no treinamento nós (Cecamp/MS) paramos”, enfatizou, esclarecendo que essa exigência se faz necessária para que a vítima faça a coleta do sangue e receba a medicação. A última fase cabe à assistente social, que fará a notificação. “O tempo é vital, é ouro. A mulher pode engravidar sem querer e ninguém merece sofrer uma violência e ainda engravidar”, acrescentou.

Em Campinas, em atendimentos de casos de violência sexual, as vítimas tomam o contraceptivo de emergência, segundo Verônica Alencar. "Em 100% dos casos as mulheres não pegaram doença, e há seis anos não fazemos aborto legal. No começo, fazíamos 20 abortos por ano. Hoje, as mulheres chegam com, no máximo, duas horas após sofrerem a violência. Antes, chegavam após 72 horas”, ressaltou.

O Projeto Superando existe desde 2007. Hoje, funciona em 33 hospitais. Este ano deve ser ampliado para 44, incluindo os hospitais de Fortaleza.

Hospitais de Fortaleza receberão projeto de atenção integral às vítimas de violência sexual

O Superando Barreiras deverá ser implantado ainda neste mês de setembro em cinco unidades

Os detalhes do programa foram apresentados durante palestra no Hospital da Mulher de Fortaleza (Foto: Queiroz Neto)

Cinco hospitais do município de Fortaleza receberão ações do Projeto Superando Barreiras, que trata da violência sexual e da questão do aborto legal. A iniciativa é do Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp) e Ministério da Saúde.

Os detalhes da ação a ser desenvolvida foram apresentados pela coordenadora do projeto, a médica Verônica Alencar, durante palestra no Hospital da Mulher de Fortaleza nesta sexta-feira (05/09). Participaram do evento médicos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e gestores do Hospital da Mulher, da Maternidade Escola Assis Chateubriand, dos Hospitais Gonzaguinhas de Messejana, do José Walter e do Conjunto Ceará.

Verônica Alencar espera fechar o acordo de parceria e iniciar a capacitação dos profissionais ainda em setembro. Segundo ela, o fortalecimento dos hospitais e da rede é fundamental para que seja prestado um atendimento integral de forma efetiva a mulheres vítimas de violência sexual, de acordo com as Normas Técnicas do MS.

A coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza, Lea Dias Pimentel Gomes Vasconcelos, complementou: “a ideia é qualificar o atendimento nos hospitais e estimular a denúncia desses casos”.

Avaliando os casos de violência sexual e doméstica, Verônica Alencar diz que a palavra-chave é cuidado. Ela defende uma mudança de paradigma e que o primeiro atendimento nos casos de violência sexual e doméstica sejam realizados pelo serviço de saúde. “A responsabilidade é com a vítima. A polícia cuida do autor”, frisou. Ela explica que a urgência no atendimento à mulher é importante para evitar uma gravidez indesejada e o risco de contrair uma doença sexualmente transmissível, dentre elas o HIV.

Verônica Alencar também explicou que a capacidade é a parte mais importante da rede. “O Superando Barreiras não faz treinamento se não tiver médico. A responsabilidade é do médico, por esse motivo o diretor do hospital precisa ter essa consciência. Se não tiver médico no treinamento nós (Cecamp/MS) paramos”, enfatizou, esclarecendo que essa exigência se faz necessária para que a vítima faça a coleta do sangue e receba a medicação. A última fase cabe à assistente social, que fará a notificação. “O tempo é vital, é ouro. A mulher pode engravidar sem querer e ninguém merece sofrer uma violência e ainda engravidar”, acrescentou.

Em Campinas, em atendimentos de casos de violência sexual, as vítimas tomam o contraceptivo de emergência, segundo Verônica Alencar. "Em 100% dos casos as mulheres não pegaram doença, e há seis anos não fazemos aborto legal. No começo, fazíamos 20 abortos por ano. Hoje, as mulheres chegam com, no máximo, duas horas após sofrerem a violência. Antes, chegavam após 72 horas”, ressaltou.

O Projeto Superando existe desde 2007. Hoje, funciona em 33 hospitais. Este ano deve ser ampliado para 44, incluindo os hospitais de Fortaleza.