Danças, brincadeiras populares, histórias sobre diversidade cultural, respeito às diferenças e muita música. É assim que ocorre a quinta edição do Festival Protagonismo Infantil, que teve início nesta terça-feira (30/05) e segue até quarta-feira (31/05) no Cineteatro São Luiz. São mais de 2,4 mil estudantes de Centros de Educação Infantil (CEIs) de Fortaleza participando, com idades de até cinco anos.
O Festival busca dar visibilidade às ações pedagógicas que potencializam o protagonismo de bebês e crianças da Rede Municipal de Ensino. Em 2023, o tema escolhido pelos profissionais que atuam na Rede é “As relações étnico-raciais no cotidiano da Educação Infantil: dialogando com as múltiplas linguagens de bebês e crianças”.
No período da tarde desta segunda, o secretário adjunto Jefferson Maia realizou a abertura das apresentações infantis, ao chamar atenção para a temática antirracista trazida pelo evento. "Desde muito cedo é importante plantar a sementinha do amor, respeito, amizade e solidariedade nos corações das nossas crianças. A SME busca, juntamente com as famílias, educar os alunos para um mundo sem nenhum tipo de preconceito. Esta é a grande mensagem que queremos trazer este ano. Espero que as crianças e as famílias aproveitem este momento mágico do evento", deseja.
Patrícia Serra, pedagoga e coordenadora do CEI Ana Amélia (Dendê), reforça que a temática deste ano é um assunto urgente a ser tratado junto a toda a comunidade escolar. “Como mulher preta, me sinto lisonjeada e muito alegre. Nossas crianças estão abertas para entender, acolher, descobrir e respeitar. Isto é protagonismo, é um símbolo de transformação para a nossa educação”, compartilha.
Com olhos e mãos atentos, o pequeno Francisco Manuel, de 4 anos, desbravava tudo o que era possível no foyer do Cineteatro São Luiz. Pela primeira vez no equipamento cultural, Marinete Ribeiro, mãe do estudante matriculado no CEI Gabriel Cavalcante (bairro Presidente Kennedy), comemorou as novidades que chegaram para o filho.
“Ele está no espectro autista, então, este conhecimento para ele está sendo muito diferente, ele está curioso, gostando bastante. Só não gostou das luzes apagadas no cinema, então, prefere quando as brincadeiras acontecem na claridade. Acho que esse momento é muito importante para o desenvolvimento dele, inclusive, por estar no espectro e poder ouvir coisas positivas sobre o respeito às diferenças”, comenta Marinete.
O professor Leandro da Silva Pereira Júnior, do CEI Paulo Sarasate (Demócrito Rocha), comenta que os diálogos sobre a diversidade vão além do Festival Protagonismo Infantil: as ações estão presentes na rotina das salas de aula. “Temos a ação pedagógica Roda de Conversa, que acontece todo dia e traz temas inclusivos no diálogo com as crianças. É uma espécie de portal que a gente cria, com muitas trocas dentro das falas das crianças, das necessidades que elas trazem”, diz.
Leandro é professor do João Gabriel dos Santos Amora, de 5 anos. A mãe da criança, Maria de Nazaré dos Santos Nascimento, relata a alegria e a ansiedade do filho antes de subir ao palco do cineteatro para se apresentar. “Eu sou agente de inclusão na escola e vejo como é realmente é um trabalho árduo, mas que é possível e muito gratificante. É importante ensinar a convivência respeitosa entre todas as crianças, seja qual for a condição de saúde, de aprendizado, a cor da pele, a classe social”, finaliza.
