“Este festival foi preparado com muito amor, mas ele só vai se tornar inesquecível se você se apropriar dele”. Foi com estas palavras que o professor Eduardo Shinyashiki abriu as atividades do Festival Outubro Docente nesta terça-feira (25/10). A partir de uma palestra interativa que estimulou os educadores presentes a sair do piloto automático, o Centro de Eventos do Ceará recebeu, em mais um dia de evento, uma diversidade de formações.
Por meio da temática “Competências socioemocionais na Educação”, o palestrante internacional defende que o pensamento criativo é a força motriz para quebrar padrões. “Quando o padrão quebrar, relembre que você está no comando da sua vida. Muitas vezes deixamos que os medos tomem as decisões mais importantes das nossas vidas”, pontua.
Inspirada pelas palavras do especialista, a docente Nágila Andrade, do Centro de Educação Infantil (CEI) Francisco Eurivá Matias, no bairro Rodolfo Teófilo, acredita que o momento “veio para nos dar asas”. “Estou me sentindo livre, para cima, animada. A gente vai percebendo o quanto somos grandes e pensamos pequeno. Esta é também uma oportunidade para que olhemos para o aluno de forma diferente”, avalia.
Da plateia do auditório que sediou a palestra, Nágila continuou a sua trilha na oficina “Ser criança é natural: a relação entre criança e natureza no contexto da Educação Infantil”. Criar uma prática que repense espaços, tempos, materiais e relações é o propósito da ação ministrada pela pedagoga Ana Carolina Thomé Pires, que coordena projeto com temática homônima à palestra.
De acordo com a educadora, “existem muitas formas de conseguirmos construir florestas com as crianças". Mas o que os materiais naturais têm que os outros não têm? "Cultura, vínculo e pertencimento", a própria responde, avançando: "os materiais naturais são efêmeros, estão sempre em transformação. Isso é muito potente num tempo em que os brinquedos de plásticos duram anos.”
A estreia da professora Giselia Santos no Outubro Docente foi marcada pelos ensinamentos da oficina. “Eu ampliei os horizontes, abri a mente em relação à riqueza dos espaços. O CEI em que eu trabalho é novo e conta com um solarium que dá para fazer muita coisa legal em relação à natureza", empolga-se a educadora, também do CEI Francisco Eurivá Matias, ao pensar nos alunos que adoram as atividades da 'Tia Gigi', como é chamada.
Nas salas ao lado, outras formações voltadas para a inovação engajaram os colaboradores da Rede Municipal, a exemplo da palestra "LUDIMÚSICA - Práticas lúdicas e inclusivas para o cotidiano escolar", sob comando do professor Marcelo Serralva. O também compositor de música infantil apresentou experiências de “ludicalização ou como transformar elementos simples em lúdico”, nas suas palavras. Entre estas possibilidades, fitas coloridas de cetim são transformadas em instrumento musical.
Cerca de 250 participantes vivenciaram o momento de interação e criatividade. Milene Oliveira, professora das escolas municipais Maria do Socorro Ferreira Virino e Maria Helenice Cavalcante Leite Martins, no Conjunto Palmeiras, já trabalha o lúdico na sala de aula. Ela relata que saiu com a “cabeça fervilhando de novas ideias, pois o Marcelo ensinou que é possível criar com coisas muito simples”. Sobre a programação do Festival Outubro Docente, um desejo: ”É difícil escolher as atividades porque a gente quer estar em todas. Quero vir todos os dias que eu puder!”
Festival Outubro Docente
Até a quinta-feira (27/10), o evento segue com ações diversificadas, que incluem palestras, rodas de conversas, oficinas, exposições de arte e shows culturais. A titular da Secretaria Municipal da Educação (SME), Dalila Saldanha, evidencia que os momentos são pensados “com muito carinho por cada educador”. “Vamos continuar com essa troca de experiência, relaxamento, atendimento e conhecimento, para nossos professores voltarem revigorados e cheios de energia para as unidades escolares”, conclui.