20 de September de 2018 em Mobilidade

IV Fórum do Observatório de Segurança Viária de Fortaleza discute impactos de acidentes no trânsito para a saúde pública

Evento, realizado na Universidade de Fortaleza (Unifor), recebeu o diretor da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, Abdulgafoor M. Bachani


Palestra
O mais recente Relatório Anual de Segurança Viária da Capital mostra uma redução de 34% no número de acidentes fatais (Foto: Kiko Silva)
A Prefeitura e a Universidade de Fortaleza (Unifor) promoveram, na tarde desta quinta-feira (20/09), o IV Fórum do Observatório de Segurança Viária da Capital. O evento, realizado no Teatro Celina Queiroz, foi palco de discussões voltadas aos impactos de acidentes no trânsito para a saúde pública. A iniciativa compõe a programação da Semana de Mobilidade de Fortaleza e visa ao estímulo de práticas conscientes a partir da troca de experiências internacionalmente reconhecidas.

Na ocasião, o diretor da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health (EUA), PhD Abdulgafoor M. Bachani, ministrou a palestra “Acidentes de trânsito: uma epidemia de saúde pública global”. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem no trânsito em todo o mundo e até 50 milhões sobrevivem com ferimentos e sequelas, desencadeando custos pessoais, sociais e econômicos incalculáveis. O pesquisador defende a melhoria dos sistemas de saúde com ênfase na mais eficaz mensuração de desfechos não fatais, considerando os impactos socioeconômicos sobre os indivíduos e suas famílias, trabalhando a vigilância, intervenções voltadas à prevenção e ao controle de lesões.

Presente no evento, o secretário-executivo da Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Saboia, destacou as iniciativas que vêm sendo desenvolvidas em Fortaleza e a redução de 34% no número de acidentes fatais segundo o mais recente Relatório Anual de Segurança Viária da Capital. “A palestra do dr. Abdulgafoor foi brilhante e reforça que a problemática é global, mas que já há bastantes evidências sobre o que se pode ser feito para prevenir mortes e lesões no trânsito. Aqui em Fortaleza, temos, dentre diversas outras iniciativas, as ciclofaixas, as faixas exclusivas de ônibus, as melhorias no transporte público, as travessias elevadas, o redesenho urbano e a fiscalização. Cabe à gente dar continuidade a essas ações por meio de políticas públicas orientadas a partir do conhecimento que vem sendo gerado com a participação de pesquisadores e da academia em geral”, acrescentou.

Na oportunidade, o coordenador do Observatório de Segurança Viária de Fortaleza, professor Ezequiel Dantas, apresentou resultados preliminares que apontam o perfil das vítimas de acidentes de trânsito ocorridos na região urbana de Fortaleza, atendidas pelo Instituto Doutor José Frota. A pesquisa, realizada no último quadrimestre de 2017, reuniu esforços da AMC, da SCSP, do IJF e da Unifor/Vital Strategies.

Para a finalidade, 1.255 entrevistas foram conduzidas. Dentre as vítimas feridas, internadas na Instituição, 71% são homens e 78% têm idade entre 18 e 59 anos. Além disso, 62% dos entrevistados são motociclistas e 44% concluíram até o Ensino Fundamental.

A taxa de reincidência, também de acordo com o levantamento, gira em torno de 28%. Dentre as vítimas feridas e internadas, viu-se, ainda, que o uso de capacete é menos frequente entre os condutores não-habilitados e que 43% dos pacientes admitidos residem em apenas 20 dos 120 bairros de Fortaleza.

Luiz Alberto Saboia acrescentou que os indicadores auxiliam o direcionamento de políticas públicas eficientes. “Este é um tema absolutamente multisetorial. Por muito tempo, foi tratado apenas como questão de engenharia, que tem um papel belíssimo, mas que, sozinha, não vai resolver. Por isso, o Observatório pretende continuar sendo um centro de disseminação de conhecimento, de engajamento, de formulação, de fomento à pesquisa e de parcerias internacionais. Com isso, caracterizamos e acertamos o alvo nas políticas de combate às mortes no trânsito”, disse.

O evento contou, ainda, com a participação de Andrés Vecino, pesquisador da John Hopkins International Injury Research Unit, que vem desenvolvendo, junto à Universidade Federal do Ceará (UFC), análises voltadas aos fatores de risco para acidentes de trânsito locais.

IV Fórum do Observatório de Segurança Viária de Fortaleza discute impactos de acidentes no trânsito para a saúde pública

Evento, realizado na Universidade de Fortaleza (Unifor), recebeu o diretor da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, Abdulgafoor M. Bachani

Palestra
O mais recente Relatório Anual de Segurança Viária da Capital mostra uma redução de 34% no número de acidentes fatais (Foto: Kiko Silva)
A Prefeitura e a Universidade de Fortaleza (Unifor) promoveram, na tarde desta quinta-feira (20/09), o IV Fórum do Observatório de Segurança Viária da Capital. O evento, realizado no Teatro Celina Queiroz, foi palco de discussões voltadas aos impactos de acidentes no trânsito para a saúde pública. A iniciativa compõe a programação da Semana de Mobilidade de Fortaleza e visa ao estímulo de práticas conscientes a partir da troca de experiências internacionalmente reconhecidas.

Na ocasião, o diretor da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health (EUA), PhD Abdulgafoor M. Bachani, ministrou a palestra “Acidentes de trânsito: uma epidemia de saúde pública global”. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem no trânsito em todo o mundo e até 50 milhões sobrevivem com ferimentos e sequelas, desencadeando custos pessoais, sociais e econômicos incalculáveis. O pesquisador defende a melhoria dos sistemas de saúde com ênfase na mais eficaz mensuração de desfechos não fatais, considerando os impactos socioeconômicos sobre os indivíduos e suas famílias, trabalhando a vigilância, intervenções voltadas à prevenção e ao controle de lesões.

Presente no evento, o secretário-executivo da Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Saboia, destacou as iniciativas que vêm sendo desenvolvidas em Fortaleza e a redução de 34% no número de acidentes fatais segundo o mais recente Relatório Anual de Segurança Viária da Capital. “A palestra do dr. Abdulgafoor foi brilhante e reforça que a problemática é global, mas que já há bastantes evidências sobre o que se pode ser feito para prevenir mortes e lesões no trânsito. Aqui em Fortaleza, temos, dentre diversas outras iniciativas, as ciclofaixas, as faixas exclusivas de ônibus, as melhorias no transporte público, as travessias elevadas, o redesenho urbano e a fiscalização. Cabe à gente dar continuidade a essas ações por meio de políticas públicas orientadas a partir do conhecimento que vem sendo gerado com a participação de pesquisadores e da academia em geral”, acrescentou.

Na oportunidade, o coordenador do Observatório de Segurança Viária de Fortaleza, professor Ezequiel Dantas, apresentou resultados preliminares que apontam o perfil das vítimas de acidentes de trânsito ocorridos na região urbana de Fortaleza, atendidas pelo Instituto Doutor José Frota. A pesquisa, realizada no último quadrimestre de 2017, reuniu esforços da AMC, da SCSP, do IJF e da Unifor/Vital Strategies.

Para a finalidade, 1.255 entrevistas foram conduzidas. Dentre as vítimas feridas, internadas na Instituição, 71% são homens e 78% têm idade entre 18 e 59 anos. Além disso, 62% dos entrevistados são motociclistas e 44% concluíram até o Ensino Fundamental.

A taxa de reincidência, também de acordo com o levantamento, gira em torno de 28%. Dentre as vítimas feridas e internadas, viu-se, ainda, que o uso de capacete é menos frequente entre os condutores não-habilitados e que 43% dos pacientes admitidos residem em apenas 20 dos 120 bairros de Fortaleza.

Luiz Alberto Saboia acrescentou que os indicadores auxiliam o direcionamento de políticas públicas eficientes. “Este é um tema absolutamente multisetorial. Por muito tempo, foi tratado apenas como questão de engenharia, que tem um papel belíssimo, mas que, sozinha, não vai resolver. Por isso, o Observatório pretende continuar sendo um centro de disseminação de conhecimento, de engajamento, de formulação, de fomento à pesquisa e de parcerias internacionais. Com isso, caracterizamos e acertamos o alvo nas políticas de combate às mortes no trânsito”, disse.

O evento contou, ainda, com a participação de Andrés Vecino, pesquisador da John Hopkins International Injury Research Unit, que vem desenvolvendo, junto à Universidade Federal do Ceará (UFC), análises voltadas aos fatores de risco para acidentes de trânsito locais.