Nesta sexta-feira (18/06), às 18h, em parceria com a Rede Cuca, a galeria virtual do Cineteatro São Luiz recebe permanentemente a exposição coletiva “Periferia: de perto e de dentro” dos fotógrafos Luiz Freire, Yuri Juatama e Ozéias Araújo.
Acesse a exposição no site do São Luiz
Com o olhar de quem está perto e dentro da realidade que capturam, os fotógrafos refletem a periferia para além da perspectiva de meros estrangeiros ou visitantes que buscam imagens exóticas. Trazem questionamentos que os levam, também, a um espaço de militância.
O conceito utilizado para exposição faz referência a metodologia do antropólogo José Guilherme Cantor Magnani, que reflete sobre a cidade e suas complexidades e constrói uma ampla discussão teórica utilizando metodologia nomeada, por ele, de“de perto e de dentro” contrapondo a um olhar “de longe e de fora”.
O autor pesquisa sobre as periferias de São Paulo vivenciando esses espaços. Ainda que distantes geograficamente, as afinidades que a capital paulista tem com Fortaleza são inevitáveis. Muitas vezes esquecidas, as periferias sofrem com estigmas e violências, mas transbordam criatividade, riquezas culturais e arte.
Entre um troco e o giro da catraca, Ozéias Araújo (24) admirava fotografias que mostravam o cotidiano das ruas pelo Instagram. Na época, o jovem trocador de ônibus pensou que era aquilo que gostaria de fazer. Pouco tempo depois, comprou uma câmera e descobriu os cursos de fotografia na Rede Cuca.
Mesmo com uma rotina corrida, Ozéias realizou boa parte do percurso formativo e teve a oportunidade de atuar como monitor de fotografia no Cuca Barra. Com pouco tempo na área, Ozeia, que hoje é cinegrafista, foi convidado a expor suas fotos na Mostra de Fotografias Favela 4town, em Paris, na França.
O fotógrafo mantém o olhar para o mesmo tipo de imagem que o conquistou: fotografar o cotidiano das ruas e o dia a dia de quem vive ao seu lado. “Eu sempre procuro mostrar o real nas minhas fotografias. São lugares simples, pessoas simples. São vivências que eu pude registar quando estava ao lado delas: famílias, amigos e conhecidos, pessoas que admiro. São fotografias de pessoas se divertindo e pessoas trabalhando, que eu pude ficar ao lado e ganhar proximidade deles para poder registrar”, explica.
Ozéis também comenta sobre expor junto a outros artistas com vivências semelhantes e olhares diferentes “Eu já conheço o trabalho do Juatama há um tempo, e admiro muito. Vim conhecer o Luiz agora, quando soube que vamos estar na mesma exposição. É uma ótima notícia saber que estarão três pessoas com vivências parecidas, realidades parecidas. São fotografias documentais feitas com pessoas com a mesma vivência e ao mesmo tempo são fotografias com olhares diferentes.