Há 45 anos, o Centro de Línguas do Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Imparh) vem contribuindo com o crescimento profissional de jovens de 14 a 29 anos por meio do ensino de línguas estrangeiras. A iniciativa da Prefeitura de Fortaleza promove o aprendizado de um novo idioma e transforma a realidade de muitos fortalezenses.
Rafael Cesar, ex-aluno do Imparh, descreve a origem do sonho que o levou à fluência em três idiomas: italiano, inglês e francês. “Durante toda a minha infância, sempre tive o desejo de viajar ao redor do mundo, conhecer outras culturas e outros lugares que via pela TV. Eu não queria somente estar nesses lugares, queria também conseguir me comunicar com as pessoas. Entender o que estava se passando ao meu redor. Então, desde cedo, comecei a buscar conhecimento e meios para aprender outros idiomas”, relembra.
Rafael começou a estudar no Imparh no ano 2000. A partir de então, viu sua vida mudar após a conclusão dos cursos. Hoje, trabalha em uma empresa de cruzeiro e compartilha a relevância do aprendizado adquirido para a formação profissional. “Logo após sair do Imparh em 2011, comecei a buscar trabalhos em companhias internacionais. Obviamente, o fato de falar outros idiomas foi a chave de entrada para esses trabalhos. As portas se abriram em todos os sentidos, só vieram coisas positivas depois que aprendi outros idiomas”, lembra.
Enriquecendo a lista de experiências de sucesso, a ex-aluna Thais de Sousa reforça a importância da imersão em novas culturas. “Ao conhecer as características de outro país, você passa a pesquisar sobre gastronomia, a se interessar pela história do lugar. Por exemplo, a minha paixão sempre foi o espanhol, tanto que foi a minha primeira língua no Imparh. Eu comecei a estudar quando tinha entre 14 e 15 anos. Hoje eu estou com 31 e me sinto realizada por entender a língua local de um país do qual sempre gostei”, diz.
Thais estudou espanhol, inglês e italiano no Imparh, dedicando três anos e meio em cada um dos cursos. Hoje, trabalha como garçonete em navios cruzeiros. “Não tem benefício maior do que, após a conclusão do curso, você conseguir se comunicar com um nativo, assistir a um filme, a um seriado, à televisão, ao noticiário. Não tem satisfação maior”, orgulha-se.
Segundo o presidente do Imparh, Fábio Braga, o público-alvo do Centro de Línguas é muito plural, contemplando jovens de 14 a 29 anos, e até idosos de 60 anos. “Tenho certeza absoluta de que muitos que estudam aqui e contam com a nossa capacitação conseguem êxito na sua vida profissional. Temos testemunhas de pessoas que estão trabalhando muito na área do turismo. Fortaleza tem uma área turística muita boa e muito ampla, a exemplo de praticamente todo o Estado. Nós sabemos que isso eleva muito o nível, principalmente do acolhimento ao turista estrangeiro”, ressalta.
O Imparh conta com a tradição de ser um curso social, pois em princípio, metade das matrículas é destinada aos alunos de escolas públicas municipais e estaduais.
O valor cobrado pelo curso também é simbólico: R$ 80,00 por semestre. A instituição se mantém como um projeto social e educacional. Fábio Braga destaca que alunos com condições financeiras menores estudam o idioma e vislumbram o seu futuro fora do país.
Imparh em números
Em 45 anos de funcionamento, o Imparh já formou uma média de 170 mil alunos nos sete cursos de idiomas ofertados semestralmente. São eles: português, inglês, espanhol, italiano, francês, alemão e japonês. Atualmente, o Centro de Línguas conta com mais de 3.300 alunos.
Processo seletivo
A cada semestre, é realizada uma seleção para novos alunos e um teste de nível para os que desejam ingressar em uma etapa mais avançada do curso.
O presidente Fábio Braga apontou outra alternativa de ingresso. “Além dos classificados e dos classificáveis, oferecemos uma terceira modalidade: o classificado geral. Caso o aluno tenha uma pontuação insuficiente ao ingresso em um idioma específico, poderá garantir a matrícula em outro curso de menor concorrência, a depender da disponibilidade de vagas ofertadas. Dessa forma, não precisará, necessariamente, submeter-se a outro processo seletivo. Os alunos são convocados obedecendo à seguinte ordem: classificados, classificáveis e, por fim, acontece a chamada do classificado geral”, informou.
Braga ressaltou ainda a importância do diálogo constante em prol de melhorias ofertadas pelo Imparh. “Todo semestre, realizamos uma pesquisa com os alunos para consultar suas opiniãos e conhecer o nível de satisfação. A partir desses indicativos, agimos de forma estratégica, aparando possíveis arestas e fortalecendo nossas atividades”, completou o presidente do Instituto.