Os equipamentos são vinculados ao Programa Municipal de Proteção Urbana (PMPU) e começaram a funcionar em Fortaleza neste ano. A nova Célula de Proteção Comunitária terá funcionamento semelhante às três anteriores, localizadas no Jangurussu, Planalto das Goiabeiras e Vila Velha. Composta por 40 guardas municipais e 20 policiais militares, será o ponto de apoio operacional das equipes de motos e viaturas que farão o patrulhamento do perímetro de atuação estabelecido no PMPU. Além disso, durante 24h, dois guardas municipais e um policial militar farão o monitoramento através de câmeras de vigilância serão instaladas na região.
Para o prefeito Roberto Cláudio, a expectativa da implantação da torre, assim como vem acontecendo nos demais bairros, é de trazer mais paz para a população. Para isso, ele ressalta o papel que a Prefeitura vem realizando, também, no desenvolvimento de políticas sociais de prevenção. "Além da presença ostensiva da Guarda Municipal com a Polícia Militar, trabalhamos na prevenção da violência com qualificação para o trabalho, esporte, cultura e lazer”, destacou.
A dona de casa Ana Maria de Oliveira mora na região há mais de 25 anos e elogiou a iniciativa. "É uma boa para melhorar a segurança do bairro. Com certeza vai melhorar muito a nossa qualidade de vida".
Sobre a presença de Aníbal Gaviria, que visitou o equipamento, Roberto Cláudio destacou a troca positiva de experiências com o gestor colombiano, cuja gestão recebeu o título de “Cidade Mais Inovadora Do Planeta” em 2013, pelo Wall Street Journal e o Urban Land Institute, graças a investimentos focados em políticas sociais. “Foram mais de 20 anos de mudança e uma das marcas dele foi valorizar a segurança pública, entender que há um papel importante da municipalidade, e que o investimento em educação é transformador e o mais eficiente modo de prevenção da violência”, elogiou o prefeito.
Diminuição da violência
O vice-prefeito Moroni Torgan ressaltou a notável queda nos índices de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), conforme estatísticas da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec) e do PMPU. Os dados mostram que, no Jangurussu, a redução de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, foi da ordem de 50,7% na comparação entre 2017 e 2018, no período compreendido entre os dias 28 de fevereiro e o dia 31 de agosto. De 69 caiu para 34 o número de CVLIs.
Já na Barra do Ceará, onde fica o Planalto das Goiabeiras, a redução da taxa de homicídios foi ainda mais significativa, da ordem de 75,5%, no período analisado, de 19 de junho a 31 de agosto último, caindo de 45 para 11 as mortes violentas. “Estamos, ainda, na fase piloto do projeto. São locais totalmente distintos e vamos analisar cada um, para que as Células de Segurança possam ser cada vez mais aprimoradas”, destacou Moroni. A fase piloto contempla 12 novas torres.
As localizações das Células de Proteção Comunitária são escolhidas estrategicamente considerando os índices de violência, conforme o titular da Sesec, Azevedo Vieira. “No caso da torre da Barra do Ceará, faz parte de um cinturão de proteção a toda a cidade. Em todas as entradas de Fortaleza teremos uma torre, como nesta que sai para Caucaia. Serão, portanto, sete Células, fechando as principais avenidas e agindo caso haja alguma ocorrência mais grave”.
Social e capacitação
Cada Célula de Proteção Comunitária também integra conceitos para melhorias de infraestrutura, tais como urbanização, requalificação de espaços públicos e iluminação, além de ações de prevenção com iniciativas culturais, educativas e de desporto. No campo social, por meio das Tendas da Cidadania, há iniciativas de mediação de conflitos, educação para trânsito, emissão de documentos e empreendedorismo para a geração de emprego e renda e capacitações.
Mais de 110 guardas municipais estão finalizando capacitação voltada exclusivamente para o trabalho nas Células de Proteção Comunitária. São mais de 350 h/a na Academia de Segurança Cidadã (Amsec), com treinamento em técnicas e procedimentos operacionais, primeiros socorros, controle de distúrbios civis, prevenção e combate a incêndios, além de treinamento em pistola semiautomática e espingarda calibre 12. As capacitações são realizadas por instrutores certificados, alguns com passagens pela Academia Militar das Agulhas Negras, Escola Superior de Tiro da Polícia Federal e Exército Brasileiro.
Os guardas municipais também participaram de oficinas de Direitos Humanos promovidas, por meio de uma parceria entre Sesec e Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). Nessas capacitações, diversidade sexual, igualdade racial, políticas públicas especiais para mulheres, assistência social e pessoas em situação de rua estiveram entre as temáticas abordadas.
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