O prefeito Roberto Cláudio e titulares de várias secretarias da administração municipal receberam nesta sexta-feira (27/04) a diretora global dos programas de saúde e segurança viária do Worl Resources Institute (WRI, na sigla em inglês ou Instituto de Recursos Mundiais, em tradução livre), Claudia Adriazola, que apresentou os conceitos de sistemas viários seguros com o objetivo de zerar mortes e feridos no trânsito.
Os modelos e conceitos, já implementados em vários países no mundo, podem servir de orientação para a definição de políticas públicas na área de segurança viária que vem sendo implementada pela gestão municipal desde 2015.
Essa é a segunda visita da especialista em Fortaleza - no último mês de Março ela participou da segunda edição do Fórum do Observatório de Segurança Viária, uma parceria entre a Prefeitura e Unifor.
O WRI é um dos parceiros da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, que desde 2015 apoia a Prefeitura de Fortaleza na política de segurança no trânsito.
"É muito positivo ver todas as mudanças que a cidade vem passando nos últimos anos. Com a liderança política e técnica estamos vendo nascer as ruas completas, áreas de trânsito calmo, espaços ampliados para pedestres, muitas coisas que são exemplos para outras cidades. Inclusive, a Iniciativa Bloomberg já está colocando Fortaleza como exemplo por conta das intervenções que tem sido implementadas aqui" afirmou Claudia Adriazola.
A reunião teve como objetivo apresentar os novos conceitos a diversos setores da Prefeitura de Fortaleza e avaliar como é possível ampliar as ações estratégicas da gestão municipal para continuar a reduzir o número de pessoas que perdem a vida ou se ferem no trânsito.
Em Março, o prefeito Roberto Cláudio anunciou o balanço de mortes do ano de 2017 com uma redução de 9% com relação ao ano anterior. Foram 256 registros, contra 281 em 2016. Desde 2010, quando teve início a Década de Ação para a Segurança Viária da Organização das Nações Unidas (ONU), Fortaleza já alcançou uma redução de 35% na mortalidade no trânsito.
"Intercâmbios como esse são importantes pra que a gente possa aprender com as melhores experiências científicas e técnicas de outras partes do mundo, para construirmos junto com as comunidades, uma proposta nossa, com a nossa identidade, pra que possamos combater essa epidemia de mortes no trânsito de forma cada vez mais eficiente. Todas as mortes no trânsito podem ser evitadas", garantiu o prefeito Roberto Cláudio.
Um grupo de trabalho, formado por representantes de várias secretarias, irá discutir estratégias para buscar esse objetivo e a previsão é que, no prazo de 12 meses, a cidade de Fortaleza já tenha elaborado e colocado em ação o seu Plano Municipal de Segurança Viária.
Estiveram presentes na reunião, além do prefeito Roberto Claudio, os secretários de Governo, Samuel Dias, o Chefe de Gabinete, Marcelo Pinheiro, os secretários João Pupo e Luiz Alberto Saboia, da SCSP, Dalila Saldanha, da SME, Ana Estela Leite, da SMS, Manuela Nogueira e José Roberto Resende, da Seinf, Patrícia Macêdo, da Cerif, Edilene Oliveira, representando a Seuma, Arcelino Lima, da AMC, Antônio Ferreira, da Etufor, Riane Azevedo, superintendente do IJF, Daniel Lima, coordenador do SAMU, Emerson Damasceno, da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência, o coordenador de Comunicação da PMF, Moacir Maia, além de técnicos do PAITT e da equipe local da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global.
Sistemas Viários Seguros e a "Visão Zero"
O conceito de Sistemas Viários seguros foi apresentado pela primeira vez na Europa durante a década de 1990 e desde então vem ganhando adeptos em diversos países do continente, além da Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos e Colômbia, além de vários outros. A cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, também anunciou na mesma época, a adoção do conceito de que os sistemas viários devem prever que todos os usuários, condutores ou não, são suscetíveis de erros no trânsito que podem levar à acidentes, com mortos e feridos. A partir dessa premissa, toda a lógica de desenho das ruas, fiscalização e mesmo de responsabilidade do poder público e sociedade civil passa a ser orientada para evitar os conflitos nas ruas que, potencialmente, podem gerar vítimas.
Em diversos países onde esse entendimento foi adotado e a gestão do trânsito foi aperfeiçoada, as sociedades também adotaram a ideia de “visão zero” em que nenhuma morte relacionada ao trânsito pode ser tolerada ou encarada como uma “fatalidade” e sim como uma falha no sistema. “Em qualquer lugar do mundo as pessoas cometem erros no trânsito, mas isso não quer dizer que elas devam pagar com a própria vida ou tirar a vida de outros. Essa é a ideia principal desses novos conceitos. A intenção é que essas discussões ganhem adeptos e que possamos adaptar essa lógica para a nossa realidade” explica Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza.