A Prefeitura de Fortaleza entregou, nesta quinta-feira (03/05), o novo ateliê colaborativo do Projeto Costurando o Futuro, localizado no Cuca da Barra do Ceará. Este é o nono equipamento entregue pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE), que disponibiliza máquinas de costura para promover a inclusão produtiva, economia criativa e o desenvolvimento econômico do entorno. A iniciativa conta com o apoio da Rede Cuca e da Secretaria Municipal da Juventude.

A iniciativa segue a lógica de coworking, ou seja, um espaço compartilhado e colaborativo, gratuito e voltado para as atividades de corte e costura, produzido por pessoas em situação de vulnerabilidade social. Dessa forma, a Barra do Ceará foi reconhecida pela SDE como um pólo de produção de costura, e devido a demanda existente de aluguel de equipamentos, a população passou a contar com as máquinas em sistema de revezamento.

Com a iniciativa, Fortaleza sai à frente em relação a outras capitais, não apenas pelo espaço que promove a inclusão e a independência financeira, mas por atingir principalmente mulheres que possam sofrer de violência patrimonial. As usuárias também podem trocar experiências entre si e formar uma rede de contatos. Até o momento, cerca de 10 mil pessoas já foram beneficiadas com o projeto.

É o caso de Maria das Dores, que descobriu no trabalho manual uma terapia e agora enxerga no projeto uma oportunidade de conquistar uma renda própria. “Na pandemia eu perdi meu irmão e meu pai, tive ansiedade e depressão. Depois que eu comecei a fazer crochê, nem remédio eu tomo mais. Meu sonho é trabalhar e aprender a costurar e bordar, e agora eu tenho essa oportunidade e não vou perder, chegou a minha vez”, conta.

O ateliê disponibiliza máquinas profissionais do tipo: reta, overloque, galoneira, bordado e máquina de corte. Em Fortaleza, os equipamentos estão localizados no Bom Jardim, Vila União, Ancuri, Cuca Jangurussu, Vila Velha, Cristo Redentor (Grande Pirambu) e no bairro Conjunto Ceará. Parte da matéria-prima utilizada no ateliê, a exemplo de retalhos, vem de doações de empresas.

A previsão é de que o Cuca do Pici e do Mondubim também recebam ateliês do projeto, e de que até o fim do ano essa ampliação seja ainda maior. “Até o fim do ano iremos entregar mais 15 ateliês, além de um projeto de consultoria que estamos desenvolvendo para que esses espaços se tornem cooperativas. Dessa forma, as costureiras poderão vender diretamente ao mercado, e contarão também com uma capacitação de vendas e gestão para ter um melhor fruto desse trabalho”, explica Rodrigo Nogueira, secretário de Desenvolvimento Econômico.

O projeto faz parte de diversas outras ações da Prefeitura de Fortaleza que têm por objetivo capacitar e fomentar o empreendedorismo na cidade. Os projetos Fortaleza Capacita e Mais Futuro, por exemplo, realizam capacitações em parceria com o Senai, Senac e Sebrae, com as próprias costureiras do ateliê, para que se tornem empreendedoras qualificadas.

Mercia Veras já participou de diversos cursos e atualmente vende crochê na feirinha da Beira-mar. Ela conta que seu próximo objetivo é se aperfeiçoar na costura para ampliar seus negócios: “O crochê eu faço há bastante tempo, participo da feirinha da beira-mar, uma oportunidade muito boa para as artesãs. Depois que eu descobri um câncer e me curei, eu chutei o balde e resolvi ir atrás do tempo perdido. Agora eu quero aprender ainda mais, especialmente a costura, para ampliar minhas vendas”.