12 de December de 2019 em Saúde

Prefeitura de Fortaleza intensifica assistência às pessoas que vivem com HIV

Durante este mês, a Prefeitura promove a campanha Dezembro Vermelho em todos as unidades de saúde da Capital


porta aberta com arte da campanha afixada

Muita coisa mudou para os soropositivos no Brasil nas duas últimas décadas. Os avanços tecnológicos na área dos fármacos e o fácil acesso aos medicamentos transformaram a vida de quem vive com HIV. Atualmente, a maioria das pessoas diagnosticadas com o vírus que realizam o tratamento de forma correta é considerada indetectável, ou seja, são soropositivos que levam uma vida normal, tanto em longevidade como em relação à não transmissão da doença.

“No começo foi um pesadelo. Só descobri após um ano da morte da pessoa com a qual me relacionava. Primeiro, fiz um exame no posto de saúde e recebi o diagnóstico. Foi um baque, cheguei com medo e muito apreensivo ao posto”, contou João Silva (nome fictício), que, há apenas 4 meses, descobriu ser soropositivo.

De acordo com Marcos Paiva, coordenador da Área Técnica de IST/AIDS, com o uso de medicação, a expectativa de vida de uma pessoa com HIV é semelhante a de outra que não tem. “O conceito de sobrevida não é mais usado. A pessoa com o vírus consegue ter uma qualidade de vida. É preciso dizer que a AIDS é uma doença séria, que pode matar, mas que, na maioria das vezes, o óbito só existe quando há uma associação ao não uso dos medicamentos”, completou.

homem sentado à mesa com braços cruzados
Marcos Paiva, coordenador da Área Técnica de IST/AIDS

Para fortalecer o combate à doença, a Prefeitura de Fortaleza desenvolve três frentes: a prevenção, a promoção da saúde e o diagnóstico/tratamento. Neste último, são ofertados serviços multidisciplinares, com profissionais de diversas áreas da saúde por meio dos Serviços Ambulatoriais Especializados (SAE).

A equipe do SAE é formada por psicólogo, que dá o suporte emocional, avaliando a necessidade de cada indivíduo; assistente social, que observa as questões da vulnerabilidade social que o indivíduo apresenta e quais benefícios ele pode acessar; enfermeiro, que realiza o atendimento em parceria com o médico do acompanhamento; e o médico infectologista, cuja função é solicitar e avaliar os exames, além de prescrever as medicações.

O tratamento multidisciplinar e o acolhimento prestado têm como objetivo tranquilizar o paciente, que recebe as informações e cuidados necessários. “As meninas do posto fazem a diferença e me atenderam muito bem. Deram todo o aparato psicológico, moral e presencial. Tiraram todas as minhas dúvidas, desde o Whatsapp de como chegar aqui, sobre o tratamento, como seria a primeira consulta e o exame. Fui muito bem recebido em tudo. Isso vem me acalmando”, declarou João.

Embora muito tenha sido feito para o controle da doença, o preconceito e a falta de informação ainda existem, como explicou Patrícia Sousa, enfermeira do SAE da Policlínica Dr. João Randal. “Tem gente que acha que ter HIV é uma sentença de morte, que se questiona se vai poder abraçar o filho. Nós vamos trabalhando e explicando que a expectativa de vida é igual à de qualquer outro paciente, se fizer o tratamento. Inclusive, tornando-se indetectável, com carga zero, que não transmite mais”, atentou.

Para diminuir esses estigmas, é realizado, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), campanhas no âmbito da prevenção e da promoção da saúde, a exemplo do projeto Fique Sabendo Jovem, uma parceria com o Unicef para levar prevenção, diagnóstico e oportunidade de esclarecimento à população de 15 a 24 anos.

enfermeira em pé sorrindo pra foto de braços cruzados
A enfermeira Patrícia Sousa diz que embora muito tenha sido feito, o preconceito e a falta de informação ainda existem

A ação conta com uma unidade móvel que se desloca para locais cujo público possua um perfil mais vulnerável, como boates, barracas de praias e espaços no entorno do Centro. Lá, é realizada uma sensibilização e a distribuição de material informativo e testes rápidos de HIV, que caso seja positivo, o paciente já sai com consulta agendada. Além desses serviços, são distribuídos preservativos gratuitos (masculinos ou femininos) nas unidades de saúde e realizados testes rápidos, além dos encaminhamentos aos serviços.

A profilaxia pré-exposição (PREP) será liberada ainda neste mês de dezembro, na Rede Municipal. A PREP consiste no uso de medicação para evitar a infecção pelo vírus HIV de público prioritário, como travestis, transexuais, casais sorodiferentes, usuários de drogas, profissionais do sexo, entre outros.

Caso o fortalezense tenha tido relação sexual desprotegida ou sofrido acidente com material cortante em até 72h, basta se dirigir ao Hospital Estadual São José para realizar a PREP, minimizando o risco de infecção.

A rede de atendimento às pessoas que vivem com HIV conta com 13 equipamentos ligados ao Município, incluindo os da Rede Federal e Estadual, sendo sete delas da Prefeitura. Todos os serviços, inclusive os testes rápidos que podem ser realizados nas unidades básicas de saúde, são gratuitos.

Durante o ano de 2019, foram realizados aproximadamente 50 mil testes rápidos e distribuídos cerca de 12 milhões de preservativos na capital cearense. Na Rede Municipal, são atendidas 7.180 pessoas vivendo com HIV/Aids, por meio dos Serviços Ambulatoriais Especializados (SAE).

A Prefeitura de Fortaleza disponibiliza à população que vive com HIV 300 cestas básicas e mil bilhetes únicos por mês, cada bilhete com 30 passagens/mês. A partir do próximo ano, serão 2 mil bilhetes na mesma modalidade.

Prevenir-se é sempre a melhor opção. Caso haja dúvida, faça o teste. E caso o resultado seja reagente, todo tratamento da doença é disponibilizado pelo município de Fortaleza. O diagnóstico e o tratamento precoces fazem a diferença.

Dezembro Vermelho

Durante este mês, a Prefeitura de Fortaleza promove a campanha Dezembro Vermelho, em alusão à luta contra o HIV, à necessidade da prevenção da doença, à quebra dos diversos preconceitos e ao reforço da oferta de serviços para diagnóstico e tratamento.

O tema da campanha deste ano é “AIDS – vencendo o preconceito e ampliando a assistência”. O objetivo é sensibilizar a população sobre a prevenção e o tratamento oportuno contra o HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Durante a campanha, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) intensificará as ações nos 113 postos de saúde, com apresentações de vídeos, palestras e a busca ativa para realização do teste rápido. Ações de sensibilização em praças e órgãos públicos também serão realizadas durante todo o mês.

Fortaleza dispõe de uma rede que possibilita o diagnóstico oportuno de HIV/Aids, com oferta de testes nos postos de saúde e nos serviços ambulatoriais especializados, além do Centro de Testagem e Aconselhamento. O atendimento envolve ainda o aconselhamento pós-teste, em que o profissional tira dúvidas sobre o resultado e faz os devidos encaminhamentos para os casos diagnosticados reagentes.

Clique e confira a programação completa

Prefeitura de Fortaleza intensifica assistência às pessoas que vivem com HIV

Durante este mês, a Prefeitura promove a campanha Dezembro Vermelho em todos as unidades de saúde da Capital

porta aberta com arte da campanha afixada

Muita coisa mudou para os soropositivos no Brasil nas duas últimas décadas. Os avanços tecnológicos na área dos fármacos e o fácil acesso aos medicamentos transformaram a vida de quem vive com HIV. Atualmente, a maioria das pessoas diagnosticadas com o vírus que realizam o tratamento de forma correta é considerada indetectável, ou seja, são soropositivos que levam uma vida normal, tanto em longevidade como em relação à não transmissão da doença.

“No começo foi um pesadelo. Só descobri após um ano da morte da pessoa com a qual me relacionava. Primeiro, fiz um exame no posto de saúde e recebi o diagnóstico. Foi um baque, cheguei com medo e muito apreensivo ao posto”, contou João Silva (nome fictício), que, há apenas 4 meses, descobriu ser soropositivo.

De acordo com Marcos Paiva, coordenador da Área Técnica de IST/AIDS, com o uso de medicação, a expectativa de vida de uma pessoa com HIV é semelhante a de outra que não tem. “O conceito de sobrevida não é mais usado. A pessoa com o vírus consegue ter uma qualidade de vida. É preciso dizer que a AIDS é uma doença séria, que pode matar, mas que, na maioria das vezes, o óbito só existe quando há uma associação ao não uso dos medicamentos”, completou.

homem sentado à mesa com braços cruzados
Marcos Paiva, coordenador da Área Técnica de IST/AIDS

Para fortalecer o combate à doença, a Prefeitura de Fortaleza desenvolve três frentes: a prevenção, a promoção da saúde e o diagnóstico/tratamento. Neste último, são ofertados serviços multidisciplinares, com profissionais de diversas áreas da saúde por meio dos Serviços Ambulatoriais Especializados (SAE).

A equipe do SAE é formada por psicólogo, que dá o suporte emocional, avaliando a necessidade de cada indivíduo; assistente social, que observa as questões da vulnerabilidade social que o indivíduo apresenta e quais benefícios ele pode acessar; enfermeiro, que realiza o atendimento em parceria com o médico do acompanhamento; e o médico infectologista, cuja função é solicitar e avaliar os exames, além de prescrever as medicações.

O tratamento multidisciplinar e o acolhimento prestado têm como objetivo tranquilizar o paciente, que recebe as informações e cuidados necessários. “As meninas do posto fazem a diferença e me atenderam muito bem. Deram todo o aparato psicológico, moral e presencial. Tiraram todas as minhas dúvidas, desde o Whatsapp de como chegar aqui, sobre o tratamento, como seria a primeira consulta e o exame. Fui muito bem recebido em tudo. Isso vem me acalmando”, declarou João.

Embora muito tenha sido feito para o controle da doença, o preconceito e a falta de informação ainda existem, como explicou Patrícia Sousa, enfermeira do SAE da Policlínica Dr. João Randal. “Tem gente que acha que ter HIV é uma sentença de morte, que se questiona se vai poder abraçar o filho. Nós vamos trabalhando e explicando que a expectativa de vida é igual à de qualquer outro paciente, se fizer o tratamento. Inclusive, tornando-se indetectável, com carga zero, que não transmite mais”, atentou.

Para diminuir esses estigmas, é realizado, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), campanhas no âmbito da prevenção e da promoção da saúde, a exemplo do projeto Fique Sabendo Jovem, uma parceria com o Unicef para levar prevenção, diagnóstico e oportunidade de esclarecimento à população de 15 a 24 anos.

enfermeira em pé sorrindo pra foto de braços cruzados
A enfermeira Patrícia Sousa diz que embora muito tenha sido feito, o preconceito e a falta de informação ainda existem

A ação conta com uma unidade móvel que se desloca para locais cujo público possua um perfil mais vulnerável, como boates, barracas de praias e espaços no entorno do Centro. Lá, é realizada uma sensibilização e a distribuição de material informativo e testes rápidos de HIV, que caso seja positivo, o paciente já sai com consulta agendada. Além desses serviços, são distribuídos preservativos gratuitos (masculinos ou femininos) nas unidades de saúde e realizados testes rápidos, além dos encaminhamentos aos serviços.

A profilaxia pré-exposição (PREP) será liberada ainda neste mês de dezembro, na Rede Municipal. A PREP consiste no uso de medicação para evitar a infecção pelo vírus HIV de público prioritário, como travestis, transexuais, casais sorodiferentes, usuários de drogas, profissionais do sexo, entre outros.

Caso o fortalezense tenha tido relação sexual desprotegida ou sofrido acidente com material cortante em até 72h, basta se dirigir ao Hospital Estadual São José para realizar a PREP, minimizando o risco de infecção.

A rede de atendimento às pessoas que vivem com HIV conta com 13 equipamentos ligados ao Município, incluindo os da Rede Federal e Estadual, sendo sete delas da Prefeitura. Todos os serviços, inclusive os testes rápidos que podem ser realizados nas unidades básicas de saúde, são gratuitos.

Durante o ano de 2019, foram realizados aproximadamente 50 mil testes rápidos e distribuídos cerca de 12 milhões de preservativos na capital cearense. Na Rede Municipal, são atendidas 7.180 pessoas vivendo com HIV/Aids, por meio dos Serviços Ambulatoriais Especializados (SAE).

A Prefeitura de Fortaleza disponibiliza à população que vive com HIV 300 cestas básicas e mil bilhetes únicos por mês, cada bilhete com 30 passagens/mês. A partir do próximo ano, serão 2 mil bilhetes na mesma modalidade.

Prevenir-se é sempre a melhor opção. Caso haja dúvida, faça o teste. E caso o resultado seja reagente, todo tratamento da doença é disponibilizado pelo município de Fortaleza. O diagnóstico e o tratamento precoces fazem a diferença.

Dezembro Vermelho

Durante este mês, a Prefeitura de Fortaleza promove a campanha Dezembro Vermelho, em alusão à luta contra o HIV, à necessidade da prevenção da doença, à quebra dos diversos preconceitos e ao reforço da oferta de serviços para diagnóstico e tratamento.

O tema da campanha deste ano é “AIDS – vencendo o preconceito e ampliando a assistência”. O objetivo é sensibilizar a população sobre a prevenção e o tratamento oportuno contra o HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Durante a campanha, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) intensificará as ações nos 113 postos de saúde, com apresentações de vídeos, palestras e a busca ativa para realização do teste rápido. Ações de sensibilização em praças e órgãos públicos também serão realizadas durante todo o mês.

Fortaleza dispõe de uma rede que possibilita o diagnóstico oportuno de HIV/Aids, com oferta de testes nos postos de saúde e nos serviços ambulatoriais especializados, além do Centro de Testagem e Aconselhamento. O atendimento envolve ainda o aconselhamento pós-teste, em que o profissional tira dúvidas sobre o resultado e faz os devidos encaminhamentos para os casos diagnosticados reagentes.

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