A Prefeitura de Fortaleza reinaugura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o projeto Farmácia Viva no posto de saúde Gothardo Peixoto, nesta sexta-feira (26/05), às 9h. A iniciativa tem o objetivo de beneficiar a população por meio do uso de fitoterápicos.

A reabertura da Farmácia Viva representa um avanço significativo na área da saúde, pois resgata práticas tradicionais e valoriza o potencial terapêutico das plantas, aliando a medicina convencional a abordagens mais naturais. Com a reinauguração, o posto de saúde amplia seus serviços, proporcionando uma opção adicional aos pacientes que buscam tratamentos alternativos e complementares.

A Farmácia Viva conta com uma equipe de profissionais capacitados, como farmacêuticos, enfermeiros fitoterapeutas, agrônomos, técnicos em plantas medicinais e agentes comunitários de saúde, que auxiliam os pacientes no uso adequado das substâncias naturais disponíveis. Além disso, são realizadas consultas individuais, nas quais são discutidas as necessidades e particularidades de cada pessoa, garantindo um atendimento personalizado.

O acervo da Farmácia Viva é composto por uma variedade de plantas medicinais, tais como capim santo, erva cidreira, malvarisco, boldo, chambá, malva santa, citronela, dentre outras, cultivadas com cuidado e seguindo práticas sustentáveis. As plantas são cuidadosamente selecionadas, colhidas no momento adequado e processadas de forma a preservar sua qualidade e eficácia terapêutica. Assim, os medicamentos naturais oferecidos são seguros e produzidos com rigoroso controle de qualidade. As mudas, fazem parte da biodiversidade regional e são fornecidas pela Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor).

Nivia Tavares, coordenadora da Assistência Farmacêutica (COAF) destaca a importância da Farmácia Viva como um recurso valioso para promover a saúde de forma integrada e natural. “Esse projeto é uma forma de valorizar o conhecimento tradicional e oferecer opções terapêuticas diversificadas, alinhadas às necessidades e preferências individuais dos pacientes”, afirma.

O projeto também contempla a implantação de hortos de plantas medicinais nas unidades de saúde, o que inclui a conservação pelas equipes das unidades e pela população do território, o que também funciona como processo terapêutico.

Além da entrega de mudas, as Farmácias Vivas fabricam produtos fitoterápicos a partir das plantas disponíveis nos hortos. Atualmente, são produzidos cinco produtos: sabonete líquido de alecrim pimenta, xarope de xambá, elixir de cidreira, pomada de confrei e xarope de guaco. Esses produtos são distribuídos através da prescrição feita pelas equipes de saúde dos postos.

Em Fortaleza, a Rede de Assistência Farmacêutica faz uso de produtos fitoterápicos que são produzidos na Oficina Farmacêutica do município, constituindo uma opção terapêutica na Atenção Básica à Saúde. Através do Projeto Farmácias Vivas, a Prefeitura distribui esses produtos e plantas medicinais para tratamento de doenças nos postos de saúde da capital.

Os benefícios da utilização de plantas medicinais são reconhecidos há séculos e têm ganhado cada vez mais espaço na área da saúde. Além de trazer alívio para diversos sintomas e condições, os medicamentos naturais podem ser uma opção mais acessível e com menos efeitos colaterais em comparação aos tratamentos convencionais. A Farmácia Viva, com sua oferta de medicamentos fitoterápicos, permite que a população tenha acesso a essas alternativas de forma segura e orientada por profissionais especializados.

Atualmente a Secretaria Municipal da Saúde trabalha na requalificação de 10 farmácias vivas nos postos de saúde da cidade de Fortaleza, além dos benefícios à saúde da população, a implantação desse serviço promove o uso sustentável da biodiversidade e incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social.

Farmácias Vivas em requalificação:
Posto de saúde Cícera Carla Almeida
Posto Maria Graziela
Posto de saúde Mattos Dourado
Caps AD IV
Posto de saúde Janival de Almeida
Posto de saúde Frei Tito
Posto de saúde Airton Monte
Posto de saúde Aída Santos e Silva
Posto de saúde Otoni Cardoso

Histórico do programa

O projeto Farmácia Viva foi criado na década de 90 pelo professor cearense Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e a Prefeitura de Fortaleza foi uma das primeiras a implementar o projeto. A ideia de diminuir os custos dos medicamentos e informar a população sobre plantas de fácil acesso foi ganhando força entre cidades brasileiras. Em 2010, o projeto foi instituído pelo SUS como parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares na área de fitoterapia.

Sobre o uso de plantas medicinais

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso de produtos a base de plantas medicinais. Grande parte da população brasileira utiliza produtos como chás, xaropes e tinturas nos seus cuidados com a saúde, seja pelo conhecimento da medicina tradicional indígena, quilombola, entre outros povos e comunidades tradicionais, seja pelo uso popular na medicina popular, de transmissão oral entre gerações, ou nos sistemas oficiais de saúde, como prática de cunho científico.