Fortaleza sediou, nesta quarta-feira (21/5), a 1ª Conferência Regional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, promovida por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Fortaleza (CEREST) e Conselhos Municipais de Fortaleza e Cascavel. Realizado no Hotel Oasis Atlântico Imperial, o evento contou com palestras, plenária de debates e grupos de trabalho sobre eixos temáticos. O objetivo era eleger delegados para a Conferência Estadual, que será realizada em junho, e propor diretrizes para implantação da Política Nacional do Trabalhador e da Trabalhadora (PNST).

Participaram do evento 240 delegados dos municípios de Fortaleza, Eusébio, Aquiraz, Itaitinga, Beberibe, Cascavel, Chorozinho, Horizonte, Ocara, Pacajus e Pindoretama. A Capital contou com 188 delegados, representando usuários da rede de saúde do Município, trabalhadores de saúde e gestores municipais.

De acordo com Socorro Martins, titular da SMS, é necessário compreender amplamente a gestão da saúde do trabalhador, integrando a visão de gestão à visão técnica. “Queremos poder identificar os agravos de saúde que os trabalhadores enfrentam, já que eles podem adoecer em decorrência de sua atividade profissional. Nós esperamos coletar informações suficientes para que tenhamos um plano de ação que dê conta das possibilidades de adoecimento dos nossos trabalhadores”, afirmou. A Secretária também destacou a importância de se criar políticas públicas para o trabalhador da área da saúde, que enfrentam, por exemplo, o risco de se acidentarem com materiais perfurocortantes . “Essas pessoas têm o risco maior de adoecer. Portanto, precisamos fazer o controle do ambiente de trabalho para diminuir a incidência de contaminação”.

Durante a conferência, foram proferidas três palestras sobre temas relacionados à saúde dos trabalhadores: Implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, por Roque Manoel Veiga, Coordenador Adjunto de Saúde do Trabalhador do Ministério da saúde; O Desenvolvimento Socioeconômico e seus Reflexos na Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, pelo Juiz do Trabalho Carlos Trindade Rebonatto; Fortalecer a Participação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, da Comunidade e do Controle Social nas Ações de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, por Cíntia Sampaio Melo, técnica de vigilância e epidemiologia de Fortaleza.

Fabíola Silva de Castro, coordenadora do CEREST de Fortaleza, explicou que a implantação da Política Nacional do Trabalhador e da Trabalhadora incorrerá em ações como a integração da vigilância da saúde do trabalhador aos demais componentes da vigilância e atuação da saúde do trabalhador dentro da atenção primária (prevenção e notificação de casos de doença ocorridos). “Com a Política, o trabalhador terá um entendimento maior de que, acima de tudo, tem o direito de ser visto em sua integralidade. A questão da saúde do trabalhador é fundamental de ser discutida, levada para o Sistema Único de Saúde e para os gestores. Aqui no nosso Município temos, cada vez mais, uma abertura e compreensão do assunto, o que faz com que essa questão se fortaleça”, disse.