A Prefeitura de Fortaleza realizou, nesta sexta-feira (06/01), o primeiro mutirão de combate às arboviroses deste ano. O primeiro bairro contemplado com a iniciativa foi a Barra do Ceará, devido ao seu alto índice populacional e ao número de casos confirmados de dengue e chikungunya na área em 2022.

Como destacou o prefeito em exercício Élcio Batista, os mutirões de combate às arboviroses têm por objetivo eliminar de forma ativa focos de infestação e promover a educação cívica da população.

"Esse é um trabalho constante da Prefeitura, neste caso, realizando um esforço concentrado numa área que teve um número significativo de casos ano passado. Nós também estamos mobilizando as pessoas para a educação cívica, quanto mais apoio tivermos da população, mais efetivo será nosso combate. O mesmo mosquito transmite a dengue, a zika e a chikungunya, combatendo ele preventivamente junto à população, nós conseguimos diminuir a pressão nos postos de saúde, nas UPAs e nos hospitais municipais", frisou.

João Borges, secretário de saúde municipal (SMS), detalhou algumas das ações que serão realizadas nos mutirões de combate. “Essa é uma prioridade, que já se inicia antes mesmo do início da quadra chuvosa. Então não apenas iremos fazer ação ativa, retirando focos de mosquitos e larvas, mas também um trabalho de conscientização da população. Como destacou o prefeito em exercício Elcio Batista, a população tem um papel fundamental nessa prevenção”, comentou.

Entre janeiro e dezembro de 2022 (até 26/12), somente na Barra do Ceará, foram 765 casos de dengue confirmados e 1.347 de chikungunya. Considerando toda a Capital, neste mesmo período, foram 16.700 de dengue, 20.227 de chikungunya e um de zika. Os óbitos registrados em 2022 foram cinco em decorrência de dengue, 19 por chikungunya e nenhum por zika.

A ação da Barra do Ceará atingiu 299 quarteirões, inspecionando cerca de 20 mil imóveis, entre residências e pontos estratégicos, com o intuito de identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. As atividades foram realizadas por meio de equipe formada por 484 agentes de combate às endemias, beneficiando mais de 48 mil pessoas.

“Ano passado tivemos pouco mais de 16 mil casos de dengue, dentro da margem esperada. Mas o combate deve ser intensificado, pois tivemos um avanço significativo nos casos de chikungunya, onde registramos mais de 20 mil casos e mais óbitos que a dengue. Cabe lembrar que Fortaleza, exatamente por conta desse trabalho de mãos juntas entre o poder público e a população, não registra epidemia de dengue há 10 anos, isso ocorreu inclusive no ano passado, onde registramos o cenário mais crítico da dengue no Brasil desde 1986”, informou Nélio Moraes, coordenador de Vigilância em Saúde (Covis).

Ainda como parte da programação, houve educação em saúde nas barracas de praia e exposição do ciclo biológico. A população também foi beneficiada com a Operação Quintal Limpo, que distribuiu sacos plásticos aos moradores para recolhimento de inservíveis e instruções de descartes adequados para materiais de grande porte. A ação também promoveu aplicação de larvicidas e do inseticida UBV em sistema Aerosystem, composto por equipamento apropriado para aplicação de produtos químicos dentro das residências.

Denúncia

Nos casos de espaços públicos ou terrenos abandonados que possuem irregularidades, como possíveis focos do mosquito, a Prefeitura de Fortaleza conta com o apoio da população para denúncias na sede das Regionais ou por meio do 156.