A Prefeitura de Fortaleza ampliou as atividades disponibilizadas pela Rede Cuca em atendimento psicossocial e de promoção da saúde. Novos formatos de atendimento voltados para a saúde mental dos jovens foram adotados em virtude do isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus.
Por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude (CEPPJ) e da Diretoria de Promoção de Direitos Humanos (DPDH), são realizadas oficinas, rodas de conversa, vídeos, lives, acolhimento psicológico, atendimento social e um Grupo de Cuidado em Saúde Mental. Já são mais de 1.300 atendimentos apenas no mês de junho de 2020.
A psicóloga da Rede Cuca, Evelyn Freitas, explica que o Grupo de Cuidado em Saúde Mental tem a proposta de oferecer espaço seguro de fala, interação interpessoal, construção de vínculos e acolhimento de angústias. "Acreditamos que a fala é uma das formas para lidar com a ansiedade, e viver essa estratégia em grupo potencializa o espaço de cuidado. Mas entendemos que para algumas pessoas seria importante disponibilizar o acolhimento individual, e assim nasceu o 'Queremos Te Escutar', que proporciona um espaço de acolhimento psicológico para a juventude de Fortaleza”, explicou.
Hortênsia Priscila Sousa, de 25 anos, além de ter sido foi uma das jovens monitoras em atendimento psicossocial em 2020, foi convidada para participar de seis encontros ao longo do mês de junho. Ela considera a iniciativa essencial, principalmente pelo momento do isolamento e da pandemia, já que as pessoas precisam de mais cuidados e se tornam mais propensas a adoecerem por ansiedade e depressão, por exemplo.
“Esse grupo foi uma das grandes experiências que vivenciei e que trouxe mudanças para a minha vida. A gente acaba percebendo que o nosso problema não é maior que o do outro e que todos têm problemas. O grupo fez com que eu me fortalecesse junto aos outros jovens e foi um grande aprendizado, fez com que eu buscasse novas soluções para a minha vida. Houve uma grande conexão entre os participantes, eu me sentia confortável em compartilhar situações com os outros, além do auxílio dos profissionais, que foi excelente”, comentou.
O projeto atende jovens já atendidos pelo trabalho presencial e também alcança outros que não conheciam a Rede Cuca. “A cada atividade realizada, a cada feedback compartilhado, conseguimos perceber que estávamos no caminho seguro e cheio de sentido, proporcionando espaços de cuidado e pequenos oásis no meio do deserto que enfrentamos”, concluiu Evelyn.
Outro exemplo de atividade positiva no quesito saúde mental foram as rodas de conversa no mês diversidade. Assim como no atendimento psicossocial, a conversa foi realizada por videoconferência. Quem relata a experiência é o artista, ativista LGBTQ e treinador do projeto Peace Leaders, Pedro Felipe, de 23 anos. O momento em grupo o ajudou a conviver melhor com a família durante o período da quarentena.
“Como jovem atendido e como educador social, visualizo uma grande necessidade de falar sobre saúde mental e autocontrole. Estando direto em casa, convivendo diariamente com minha família com a qual tenho uma relação próxima, porém conturbada, o grupo esclareceu e abriu os olhos para que eu conseguisse entender e absorver o que eu poderia fazer pela minha saúde mental”, disse.
Protagonismo Juvenil
A DPDH também conta com atividades voltadas ao protagonismo juvenil. Durantes os meses de maio e junho, foram realizadas, remotamente, atividades como oficinas sobre artesanato e com tema circense, a campanha Abra Suas Asas, V Encontro Pela Diversidade Nerd, Semana de Moda e Arte Drag, além de diversos bate-papos. No total, 3.242 atendimentos foram realizados.