
A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), realizou uma festa em alusão à Páscoa, nesta sexta-feira (25/4), para as crianças e adolescentes que participam do Serviço Família Acolhedora. A iniciativa proporciona a convivência familiar às crianças e adolescentes que estariam nos acolhimentos institucionais à espera da decisão de processos judiciais.
Presente no evento, a vice-prefeita e titular da SDHDS, Gabriella Aguiar, ressaltou a importância do serviço para o presente e futuro das crianças acolhidas. “O Família Acolhedora é um projeto belíssimo, em que pessoas vocacionadas no cuidado trazem para sua casa, para o seio do seu lar, a oportunidade dessas crianças que estariam em acolhimentos públicos, de viver uma experiência em família. E a gente sabe que essa vivência e experiência em família facilita, no segundo momento, o processo de adoção”, diz.
A vice-prefeita também acredita que a divulgação é a chave para alcançar mais famílias e acolher muito mais crianças. “Muita gente não conhece esse projeto, e a gente acha que teria uma adesão muito maior, porque nós temos um povo solidário e eu acredito no bem deste povo”, completa.
Atualmente, o Serviço Família Acolhedora conta com 20 famílias acolhendo 22 crianças e adolescentes. Desde seu início, em 2018, 63 famílias acolheram crianças e adolescentes que estavam em abrigos institucionais da Capital, totalizando 75 acolhidos. Algumas destas famílias já passaram por mais de uma experiência de acolhimento.
Segundo a coordenadora do serviço, Claudia Lopes, as crianças chegam por uma medida protetiva expedida pela Justiça, através do Conselho Tutelar, e em vez de irem para abrigos coletivos, eles são direcionados para uma Família Acolhedora. “Essa família se torna responsável por garantir os direitos dessas crianças, como saúde, lazer e educação”, frisa.
A equipe do serviço também disponibiliza semanalmente uma equipe que garante essas famílias dando o suporte necessário, desde a documentação até o processo de acolhimento. “Esse acompanhamento é feito rotineiramente por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, que fazem essa ajuda também no acompanhamento escolar”, reforça Claudia.
Para participar, as famílias interessadas se cadastram e passam por capacitação para receber as crianças e adolescentes, enquanto tramitam os processos judiciais que definirão se o acolhido retornará à família de origem ou seguirá para o processo de adoção.
Larissa, 30, e Iara Nogueira, 29, ambas técnicas em enfermagem, são família de primeira acolhida, relataram surpresa na rapidez do processo para a vinculação. “Em menos de um mês, após darmos entrada no processo, recebemos a ligação que tinha uma criança no nosso perfil”, conta. A família está em procedimento de acolhida de uma menina de 6 anos. “Hoje é nosso quarto encontro com ela e estamos muito felizes em poder cuidar dela”
A criança vinculada a Larissa e Iara já vem de outra família acolhedora: a da assistente social Kleibe Alves, pioneira no serviço no Ceará. Kleibe foi a primeira participante do programa e, desde então, já acolheu outras três crianças. “Fui até a sede da prefeitura, levei os documentos que eles pediam, fiz a capacitação e nos tornamos aptas a acolher uma criança”, relembra.
Ela, a irmã e a filha adolescente transformaram a casa para receber a primeira menina, com direito a quarto próprio e mudanças na rotina familiar. “Foi bem desafiador, pois nunca tivemos a convivência de criança dentro de casa, e sempre digo que não é fácil, mas foi muito gratificante.”
O vínculo criado foi tão forte que permanece até hoje. A primeira criança acolhida, que hoje está com quase 14 anos, continua em contato frequente com a antiga família acolhedora. “Aquela menina tão arredia, cheia de respostas na ponta da língua, hoje é uma pessoa tão centrada”, conta Kleibe. Em datas especiais, como aniversários e Natal, trocam mensagens, e a menina ainda passa alguns dias das férias no apartamento onde foi acolhida. “É muito gratificante ver a importância que tivemos na vida dessa pessoa. Ela estava em situação de rua e hoje está numa escola boa, é bem educada, tem uma mãe e um pai que ela ama e respeita.”
Como acolher
Para fazer parte do Serviço Família Acolhedora não pode ter intenção de adoção. Além disso, é necessária a concordância de todos os membros da família; os acolhedores precisam residir em Fortaleza há, pelo menos, um ano; não estar respondendo a processo judicial; ter idade igual ou superior a 21 anos, sem restrição quanto ao sexo e estado civil; ter disponibilidade de tempo para participar da capacitação das famílias acolhedoras, formação continuada e acompanhamento técnico familiar com equipe multiprofissional.
As famílias cadastradas no serviço Família Acolhedora recebem subsídio financeiro por criança ou adolescente em acolhimento. Além disso, o imóvel utilizado pela família se torna isento de pagamento do IPTU. Após o cadastro e seleção, a família acolhedora recebe capacitações e participa de reuniões para entender o processo e oferecer o melhor amparo aos acolhidos.
Os interessados em ser uma Família Acolhedora podem fazer o cadastro neste formulário on-line. Em caso de dúvida, o contato pode ser feito pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelos telefones: (85) 2028-0505 e (85) 9 9676-4419.
