10 de May de 2015 em Cultura

Vila das Artes realiza a Mostra Sombras que Assombram - O Expressionismo no Cinema Alemão

A mostra segue todas as segundas, terças e quintas-feiras, até o dia 21 de maio


Nos dias 11 e 19 de maio, o músico Eric Barbosa faz a trilha sonora nas exibições dos filmes Nosferatu e Fausto (?Foto: Clara Capelo)

Neste mês de maio, a Vila das Artes, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), realiza a Mostra Sombras que Assombram — O Expressionismo no Cinema Alemão. A abertura aconteceu na última segunda-feira (04/05), na Casa do Barão de Camocim. A mostra segue todas as segundas, terças e quintas-feiras, até o dia 21 de maio, sempre às 18h30, no auditório da Vila.

Trilha sonora ao vivo
Nos dias 11 (segunda-feira) e 19 (terça-feira) de maio, o artista Eric Barbosa será responsável por criar uma performance musical, ao vivo, que dialogará com os filmes Nosferatu e Fausto (Faust), respectivamente, ambos dirigidos por F. W. Murnau. Eric é multi-Instrumentista, compositor, produtor musical, pesquisador sonoro, artista multimídia, e integrante da banda Fossil.

Sobre a Mostra
Serão exibidos nove filmes durante três semanas. A Mostra oferece a oportunidade de se conhecer o movimento expressionista no cinema, que teve seu auge em uma Alemanha arruinada pela Primeira Guerra Mundial e se caracterizou pelo uso de imagens fantásticas e assustadoras e, ao mesmo tempo, pela exposição de uma sociedade imersa em um cenário desolador e mecanicista.

O Expressionismo no Cinema Alemão trata-se do encontro da criatividade do artista com os seus impulsos emocionais e instintivos mais profundos, como misticismo, sobrevivência, sangue e morte.

Os filmes da década de 1920 espelham bastante a nebulosidade de seu tempo: os cenários, em especial das grandes obras, como “O gabinete do Dr. Caligari”, “O gabinete das figuras de cera”, “O golem” e “Nosferatu”, tendem à claustrofobia, têm pouca profundidade, são tortuosos e chegam a beirar o grotesco.

A Vila das Artes é um equipamento cultural da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).

Sobre Eric Barbosa
É multi-Instrumentista, compositor, produtor musical, pesquisador sonoro e artista multimídia. Em suas vivências, segue um fluxo intenso de participações em gravações, concertos, shows e colaborações nos trabalhos de diversos artistas, como: Narcélio Grud (CE), Dustan Gallas (CE), Gil Duarte & Sistema Asimov de Som (CE), Cortejo Aurora (CE), Fábio Barros (SP), Dudu Tsuda (SP), Kiko Dinucci (SP), Juliana R. (SP), Macaco Bong (MT), Rafa Barreto (SP), Meu Amigo Imaginarium (CE), NME - Nova Musica Eletroacústica (SP), Eufemya (ARG/BRA) e Operators (ALE).

Desenvolve um sólido trabalho como compositor e instrumentista do grupo experimental Fóssil - cujo trabalho foi realizado com os álbuns: Desconforto (2004); Walkmachine (2006-Single); Insônia: La movimentacion musicale intermezzo minimal (2008) e Mocumentário (2010). Realiza shows/apresentações em varias cidades brasileiras, integrando diversas coletâneas no Brasil, America do Norte, Ásia e Europa.

No contexto de pesquisa sonora e audiovisual, realiza um trabalho de mapeamento sonoro como colaborador do portal Fé no Tambor - registrando as manifestações em terreiros de umbanda e candomblé no estado do Ceará.  Como produtor musical, criou o Experimental Live Sessions - projeto de residência musical com proposta e idéia de contextualizar sonora e visualmente projeções, imagens aleatórias do cotidiano, texturas, colagens, filmes do panorama cinematográfico contemporâneo e mundial.

Valorizando as trocas de experiências/saberes realiza o projeto: Conexões Musicais – programa que promove o intercâmbio musical e cultural de grupos musicais das mais diversas regiões do Brasil.

Programação

4/5 - Metropolis / Fritz Lang / 1927, / 124 minutos / P&B
Obra-prima de Fritz Lang, reconhecido como um dos filmes-mudos mais importantes já lançados no cinema. A história se passa no século 21, numa grande cidade governada com mão de ferro por um poderoso empresário.

Seus colaboradores são de classe alta e vivem em um lindo jardim, tal como Freder, único herdeiro do líder de Metropolis. Já os trabalhadores são escravizados pelas máquinas, e condenados a trabalhar e viver em galerias no subsolo da cidade.

Entre os operários, destaca-se a jovem Maria, que conclama os trabalhadores a reivindicar seus direitos. Metropolis demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme pela tecnologia e, principalmente, pela arquitetura.

5/5 - O Gabinete do Dr. Caligari  (Das Kabinet des Dr. Caligari)  / Robert Wiene / 1919 / 62 minutos / P&B
Considerado um marco do expressionismo no cinema, “O gabinete do Dr. Caligari” deu origem ao “caligarismo”, estilo que expõe as distorções que vêm de um extravasamento emocional. O filme inicia com a narração de um jovem sobre um estranho acontecimento ocorrido em sua pequena cidade natal envolvendo um médico (Caligari) que manipula as ações de um sonâmbulo (Cesare).

O médico que trabalhava em um manicômio fica transtornado quando surge um sonâmbulo como paciente e resolve dar vazão a seu furor cientificista, testando se um sonâmbulo pode realmente ser manipulado a ponto de cometer atos atrozes, inclusive assassinato. O médico e o sonâmbulo se instalam em uma feira de atrações e instauram o pânico no local.

7/5 - O Golem (Golem) / Paul Wegener / 1920 / 68 minutos / P&B
Golem é um ser mítico da tradição judaica, que pode ser trazido à vida por meio de um processo mágico. O imperador de certo reino baixa um decreto contra os judeus, ordenando que eles deixem o reino urgentemente sob pena de serem severamente punidos.

Uma espécie de rabino concebe em um ritual o ser de barro inanimado, o golem, um servo do povo judeu. O rabino controla a vida do golem retirando a estrela de Davi de seu peito, porém o monstro percebe isso e passa a proteger a estrela. O problema acontece quando o golem perde o controle, não aceitando mais seguir ordens alheias e vira uma ameaça ao povo judeu.

11/5 - Nosferatu / F. W. Murnau / 1922 / 94 minutos / P&B
*Trilha sonora, ao vivo, com Eric Barbosa
Nosferatu tornou-se um dos filmes mais influentes da história do cinema com uma fábula de terror baseada em uma adaptação não autorizada da famosa obra Drácula, de Bram Stoker. O filme narra a vida de um corretor de imóveis jovem e ambicioso que vende uma enorme e abandonada casa ao estranho Conde Orlock, um vampiro que tem como meta fazer como presa a esposa do corretor.

Orlock sairá da Transilvânia para ser vizinho deles e conquistar de vez a mulher pretendida. Mas, no caminho entre a Transilvânia e a grande casa adquirida, Orlock deixa um rastro de destruição e morte, o que faz todos pensarem que se trata de uma nova peste que assola a região.

12/5 - As mãos de Orlac (Orlac) / Robert Wiene / 1924 / 110 minutos / P&B
Um pianista apaixonado pela esposa perde as mãos em um acidente e aceita participar de uma experiência de transplante de mão, a fim de poder retomar sua vitoriosa carreira como concertista. Tudo transcorre bem até que ele descobre que as mãos transplantadas eram de um assassino.

O pianista fica então transtornado e passa a acreditar que está tendo os mesmos impulsos do antigo dono das mãos. A partir desse momento, inicia-se a loucura do personagem, perdido, enojado com suas mãos. Como tocar no corpo amado de sua esposa e nos teclados do piano com aquelas mãos maculadas pelo crime?

14/5 - O Gabinete das figuras de cera / Paul Leni / 1924 / 83 minutos / P&B
Um jovem é contratado por um museu de cera para escrever as histórias de três de seus personagens: o califa Haroun Al-Haschid; Ivan, O Terrível; e Jack, O Estripador. Os cenários tridimensionais do filme causam uma terrível estranheza no espectador, com o uso de espaços labirínticos, escadas tortuosas e irreais, de aparência disforme e claustrofóbica.

O diretor Paul Leni cria um curioso paralelo entre as histórias narradas e o próprio cinema, ambos manipuladores de emoções, e, assim como a feira onde está instalado o museu de cera, pode ser uma diversão barata, escapista e ilusória.

18/5 - A última gargalhada (The Last Laugh)  / F. W. Murnau / 1924 / 91 minutos / P&B
O velho porteiro de um elegante hotel alemão trabalha orgulhosa e dedicadamente, sendo seu uniforme um sinal de respeito para sua família, amigos e demais empregados do hotel. Mas o novo gerente acredita que ele está velho demais para carregar bagagens pesadas e exercer toda a rotina da portaria de um grande hotel, e o rebaixa a servente do banheiro masculino.

Isso causa um efeito desastroso no prestígio do homem e na sua autoestima. Trata-se uma dolorosa tragédia alemã, em que o uniforme é um símbolo sagrado e quase faz às vezes de protagonista da história.

19/5 - Fausto (Faust) / F. W. Murnau, 1926, 118 minutos, P&B
*Trilha sonora ao vivo com Eric Barbosa
Inspirado na famosa obra do escritor alemão Johan Wolfgang von Goethe, o Fausto de Murnau é um dos grandes filmes sobre a história de um velho cientista (Fausto) seduzido por Mefi stófeles (o demônio) para ter de volta a sua juventude. Fausto assina com o próprio sangue um contrato no qual seria um servo do diabo e não envelheceria durante um longo período de tempo.

Em troca disso, ele deveria dar ao diabo a própria alma e seria levado ao inferno. Porém, o amor por uma mulher muda a rota dos acontecimentos, dando início a uma batalha entre a luz e as sombras.

21/5 - O homem que ri (The Man Who Laughs) / Paul Leni / 1928 / 110 minutos / P&B
Inspirado no romance homônimo do escritor francês Victor Hugo, o filme narra a história assustadora de Gwynplaine, o herdeiro de um ducado que fora sequestrado quando garoto e, por ordem do rei, desfigurado com um perpétuo riso forçado. Apesar de não ser um filme de terror, O homem que ri trata em especial da criação de um monstro.

Durante o filme, esse personagem luta contra a própria imagem, já que um homem que aparenta estar rindo o tempo todo é inevitavelmente trágico. O personagem deformado pelo riso, vivido por Veidt, é acolhido por um filósofo e torna-se um artista mambembe.

Serviço
Mostra Sombras que Assombram – O Expressionismo no Cinema Alemão
Performance musical, ao vivo, com Eric Barbosa, nos dias 11 e 19 de maio de 2015
Quando: às segundas, quartas e sextas-feiras de maio (até 21/5)
Onde: Auditório da Vila das Artes
Horário: 18h30
Mais informações: (85) 3105.1404
Entrada franca

Vila das Artes realiza a Mostra Sombras que Assombram - O Expressionismo no Cinema Alemão

A mostra segue todas as segundas, terças e quintas-feiras, até o dia 21 de maio

Nos dias 11 e 19 de maio, o músico Eric Barbosa faz a trilha sonora nas exibições dos filmes Nosferatu e Fausto (?Foto: Clara Capelo)

Neste mês de maio, a Vila das Artes, em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), realiza a Mostra Sombras que Assombram — O Expressionismo no Cinema Alemão. A abertura aconteceu na última segunda-feira (04/05), na Casa do Barão de Camocim. A mostra segue todas as segundas, terças e quintas-feiras, até o dia 21 de maio, sempre às 18h30, no auditório da Vila.

Trilha sonora ao vivo
Nos dias 11 (segunda-feira) e 19 (terça-feira) de maio, o artista Eric Barbosa será responsável por criar uma performance musical, ao vivo, que dialogará com os filmes Nosferatu e Fausto (Faust), respectivamente, ambos dirigidos por F. W. Murnau. Eric é multi-Instrumentista, compositor, produtor musical, pesquisador sonoro, artista multimídia, e integrante da banda Fossil.

Sobre a Mostra
Serão exibidos nove filmes durante três semanas. A Mostra oferece a oportunidade de se conhecer o movimento expressionista no cinema, que teve seu auge em uma Alemanha arruinada pela Primeira Guerra Mundial e se caracterizou pelo uso de imagens fantásticas e assustadoras e, ao mesmo tempo, pela exposição de uma sociedade imersa em um cenário desolador e mecanicista.

O Expressionismo no Cinema Alemão trata-se do encontro da criatividade do artista com os seus impulsos emocionais e instintivos mais profundos, como misticismo, sobrevivência, sangue e morte.

Os filmes da década de 1920 espelham bastante a nebulosidade de seu tempo: os cenários, em especial das grandes obras, como “O gabinete do Dr. Caligari”, “O gabinete das figuras de cera”, “O golem” e “Nosferatu”, tendem à claustrofobia, têm pouca profundidade, são tortuosos e chegam a beirar o grotesco.

A Vila das Artes é um equipamento cultural da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura (Secultfor).

Sobre Eric Barbosa
É multi-Instrumentista, compositor, produtor musical, pesquisador sonoro e artista multimídia. Em suas vivências, segue um fluxo intenso de participações em gravações, concertos, shows e colaborações nos trabalhos de diversos artistas, como: Narcélio Grud (CE), Dustan Gallas (CE), Gil Duarte & Sistema Asimov de Som (CE), Cortejo Aurora (CE), Fábio Barros (SP), Dudu Tsuda (SP), Kiko Dinucci (SP), Juliana R. (SP), Macaco Bong (MT), Rafa Barreto (SP), Meu Amigo Imaginarium (CE), NME - Nova Musica Eletroacústica (SP), Eufemya (ARG/BRA) e Operators (ALE).

Desenvolve um sólido trabalho como compositor e instrumentista do grupo experimental Fóssil - cujo trabalho foi realizado com os álbuns: Desconforto (2004); Walkmachine (2006-Single); Insônia: La movimentacion musicale intermezzo minimal (2008) e Mocumentário (2010). Realiza shows/apresentações em varias cidades brasileiras, integrando diversas coletâneas no Brasil, America do Norte, Ásia e Europa.

No contexto de pesquisa sonora e audiovisual, realiza um trabalho de mapeamento sonoro como colaborador do portal Fé no Tambor - registrando as manifestações em terreiros de umbanda e candomblé no estado do Ceará.  Como produtor musical, criou o Experimental Live Sessions - projeto de residência musical com proposta e idéia de contextualizar sonora e visualmente projeções, imagens aleatórias do cotidiano, texturas, colagens, filmes do panorama cinematográfico contemporâneo e mundial.

Valorizando as trocas de experiências/saberes realiza o projeto: Conexões Musicais – programa que promove o intercâmbio musical e cultural de grupos musicais das mais diversas regiões do Brasil.

Programação

4/5 - Metropolis / Fritz Lang / 1927, / 124 minutos / P&B
Obra-prima de Fritz Lang, reconhecido como um dos filmes-mudos mais importantes já lançados no cinema. A história se passa no século 21, numa grande cidade governada com mão de ferro por um poderoso empresário.

Seus colaboradores são de classe alta e vivem em um lindo jardim, tal como Freder, único herdeiro do líder de Metropolis. Já os trabalhadores são escravizados pelas máquinas, e condenados a trabalhar e viver em galerias no subsolo da cidade.

Entre os operários, destaca-se a jovem Maria, que conclama os trabalhadores a reivindicar seus direitos. Metropolis demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme pela tecnologia e, principalmente, pela arquitetura.

5/5 - O Gabinete do Dr. Caligari  (Das Kabinet des Dr. Caligari)  / Robert Wiene / 1919 / 62 minutos / P&B
Considerado um marco do expressionismo no cinema, “O gabinete do Dr. Caligari” deu origem ao “caligarismo”, estilo que expõe as distorções que vêm de um extravasamento emocional. O filme inicia com a narração de um jovem sobre um estranho acontecimento ocorrido em sua pequena cidade natal envolvendo um médico (Caligari) que manipula as ações de um sonâmbulo (Cesare).

O médico que trabalhava em um manicômio fica transtornado quando surge um sonâmbulo como paciente e resolve dar vazão a seu furor cientificista, testando se um sonâmbulo pode realmente ser manipulado a ponto de cometer atos atrozes, inclusive assassinato. O médico e o sonâmbulo se instalam em uma feira de atrações e instauram o pânico no local.

7/5 - O Golem (Golem) / Paul Wegener / 1920 / 68 minutos / P&B
Golem é um ser mítico da tradição judaica, que pode ser trazido à vida por meio de um processo mágico. O imperador de certo reino baixa um decreto contra os judeus, ordenando que eles deixem o reino urgentemente sob pena de serem severamente punidos.

Uma espécie de rabino concebe em um ritual o ser de barro inanimado, o golem, um servo do povo judeu. O rabino controla a vida do golem retirando a estrela de Davi de seu peito, porém o monstro percebe isso e passa a proteger a estrela. O problema acontece quando o golem perde o controle, não aceitando mais seguir ordens alheias e vira uma ameaça ao povo judeu.

11/5 - Nosferatu / F. W. Murnau / 1922 / 94 minutos / P&B
*Trilha sonora, ao vivo, com Eric Barbosa
Nosferatu tornou-se um dos filmes mais influentes da história do cinema com uma fábula de terror baseada em uma adaptação não autorizada da famosa obra Drácula, de Bram Stoker. O filme narra a vida de um corretor de imóveis jovem e ambicioso que vende uma enorme e abandonada casa ao estranho Conde Orlock, um vampiro que tem como meta fazer como presa a esposa do corretor.

Orlock sairá da Transilvânia para ser vizinho deles e conquistar de vez a mulher pretendida. Mas, no caminho entre a Transilvânia e a grande casa adquirida, Orlock deixa um rastro de destruição e morte, o que faz todos pensarem que se trata de uma nova peste que assola a região.

12/5 - As mãos de Orlac (Orlac) / Robert Wiene / 1924 / 110 minutos / P&B
Um pianista apaixonado pela esposa perde as mãos em um acidente e aceita participar de uma experiência de transplante de mão, a fim de poder retomar sua vitoriosa carreira como concertista. Tudo transcorre bem até que ele descobre que as mãos transplantadas eram de um assassino.

O pianista fica então transtornado e passa a acreditar que está tendo os mesmos impulsos do antigo dono das mãos. A partir desse momento, inicia-se a loucura do personagem, perdido, enojado com suas mãos. Como tocar no corpo amado de sua esposa e nos teclados do piano com aquelas mãos maculadas pelo crime?

14/5 - O Gabinete das figuras de cera / Paul Leni / 1924 / 83 minutos / P&B
Um jovem é contratado por um museu de cera para escrever as histórias de três de seus personagens: o califa Haroun Al-Haschid; Ivan, O Terrível; e Jack, O Estripador. Os cenários tridimensionais do filme causam uma terrível estranheza no espectador, com o uso de espaços labirínticos, escadas tortuosas e irreais, de aparência disforme e claustrofóbica.

O diretor Paul Leni cria um curioso paralelo entre as histórias narradas e o próprio cinema, ambos manipuladores de emoções, e, assim como a feira onde está instalado o museu de cera, pode ser uma diversão barata, escapista e ilusória.

18/5 - A última gargalhada (The Last Laugh)  / F. W. Murnau / 1924 / 91 minutos / P&B
O velho porteiro de um elegante hotel alemão trabalha orgulhosa e dedicadamente, sendo seu uniforme um sinal de respeito para sua família, amigos e demais empregados do hotel. Mas o novo gerente acredita que ele está velho demais para carregar bagagens pesadas e exercer toda a rotina da portaria de um grande hotel, e o rebaixa a servente do banheiro masculino.

Isso causa um efeito desastroso no prestígio do homem e na sua autoestima. Trata-se uma dolorosa tragédia alemã, em que o uniforme é um símbolo sagrado e quase faz às vezes de protagonista da história.

19/5 - Fausto (Faust) / F. W. Murnau, 1926, 118 minutos, P&B
*Trilha sonora ao vivo com Eric Barbosa
Inspirado na famosa obra do escritor alemão Johan Wolfgang von Goethe, o Fausto de Murnau é um dos grandes filmes sobre a história de um velho cientista (Fausto) seduzido por Mefi stófeles (o demônio) para ter de volta a sua juventude. Fausto assina com o próprio sangue um contrato no qual seria um servo do diabo e não envelheceria durante um longo período de tempo.

Em troca disso, ele deveria dar ao diabo a própria alma e seria levado ao inferno. Porém, o amor por uma mulher muda a rota dos acontecimentos, dando início a uma batalha entre a luz e as sombras.

21/5 - O homem que ri (The Man Who Laughs) / Paul Leni / 1928 / 110 minutos / P&B
Inspirado no romance homônimo do escritor francês Victor Hugo, o filme narra a história assustadora de Gwynplaine, o herdeiro de um ducado que fora sequestrado quando garoto e, por ordem do rei, desfigurado com um perpétuo riso forçado. Apesar de não ser um filme de terror, O homem que ri trata em especial da criação de um monstro.

Durante o filme, esse personagem luta contra a própria imagem, já que um homem que aparenta estar rindo o tempo todo é inevitavelmente trágico. O personagem deformado pelo riso, vivido por Veidt, é acolhido por um filósofo e torna-se um artista mambembe.

Serviço
Mostra Sombras que Assombram – O Expressionismo no Cinema Alemão
Performance musical, ao vivo, com Eric Barbosa, nos dias 11 e 19 de maio de 2015
Quando: às segundas, quartas e sextas-feiras de maio (até 21/5)
Onde: Auditório da Vila das Artes
Horário: 18h30
Mais informações: (85) 3105.1404
Entrada franca