07 de June de 2025 em Cultura

Abertura do São João de Fortaleza lota Polo de Lazer do José Walter

Berço da tradição junina na capital, o bairro recebeu o início da programação da Prefeitura, que neste ano tem como tema É Arraiá por toda a Cidade


palco do são joão
O público no Polo de lazer do bairro José Walter curtiu os shows de Toca do Vale, Japinha, Jean Dumont e Robertinho do Acordeon (Fotos: Kiko Silva)

Enquanto o forrozeiro puxava o fole da sanfona e as bandeirinhas coloriam o céu, o Festival do Pratinho enchia o ar com cheiro de creme de galinha, paçoca e vatapá. Nesta sexta-feira (06/06), a abertura oficial do São João de Fortaleza lotou o Polo de lazer do bairro José Walter, território simbólico da tradição junina na capital. Realizado pela Prefeitura de Fortaleza por meio da Secretaria Municipal da Cultura (Secultfor), o evento contou com o apoio do Instituto Cultural Iracema (ICI). Este ano, os festejos levam o tema “É Arraiá por toda a Cidade”, marcando o compromisso com a descentralização das ações culturais e a valorização das manifestações populares nos territórios.

O público dançou ao som de Toca do Vale, Japinha, Jean Dumont e Robertinho do Acordeon, além de , tenda de sustentabilidade e o Festival do Pratinho, realizado em parceria com o Mercado AlimentaCE.

Festival do Pratinho, realizado em parceria com o Mercado AlimentaCE
O Festival do Pratinho foi realizado em parceria com o Mercado AlimentaCE

"Para a gestão, é muito importante reverenciar a memória da cidade, e o movimento dos arraiás e das quadrilhas juninas é marcado pela liderança da Cumade Chica. Trazendo a abertura para o José Walter, a gente fortalece esse legado e promove a descentralização dos eventos culturais," afirmou a secretária da Cultura Helena Barbosa.

Segundo ela, a estratégia de descentralização das ações culturais e valorização da tradição no São João contempla diversas ações, entre elas o reconhecimento das quadrilhas juninas como Patrimônio Imaterial do Município, oficializado recentemente pela gestão. "Neste São João, investimos em 24 festivais, em todas as regionais da capital, e no incentivo de mais de 50 quadrilhas. Esse movimento contribui para o reconhecimento de que toda a cidade tem um circuito de economia criativa, de produção artística, e fomenta esses pontos," ressaltou a secretária.

No comecinho da festa, o agente de endemias Rodrigo Farias já caprichava no arrastapé. "Eu adoro o São João. É uma época em que eu lembro muito das tradicionais festas que aconteciam em Fortaleza, e principalmente aqui no José Walter," conta.

Para ele, a escolha do bairro para a abertura do São João de Fortaleza é um exemplo do olhar da gestão municipal para a periferia. "Aí é onde o poder público faz diferença, trazendo a cultura para quem não pode ir até a Beira-Mar," conclui Rodrigo.

A empreendedora Daiany Guilherme de Almeida completou uma década vendendo pratinho em eventos. Moradora do José Walter, ela começou trabalhando no Arraiá da Cumade Chica, e considera participar do Festival do Pratinho "um prazer e uma honra".

"Eu aprendi a amar a cozinha aqui no José Walter, então é muito emocionante estar aqui hoje. E a estrutura está muito bacana, tudo muito envolvente e encantador," conta ela, calculando que deve faturar o triplo do que costuma ganhar em outros dias.

Homenagem

público na cidade cenográfica
O público aproveitou a cidade cenográfica

Este ano, o São João presta uma homenagem especial à Cumade Chica, precursora dos festivais juninos de Fortaleza, que criou, na década de 70, o "Arraiá da Cumade Chica". Iniciado na Avenida G, o festival foi transferido para a Praça da Terceira Etapa, no Conjunto José Walter, em virtude do crescimento do evento. Em 2018, ano em que a Cumade Chica faleceu, o evento foi integrado ao calendário oficial de eventos do Estado do Ceará, pela Lei nº 16.623.

Neném Westhauser, filha da Cumade Chica, se emocionou com a homenagem. "É um misto de saudade e alegria. Cada música é um choro, é uma lembrança," resume ela enquanto puxa pela memória a história do arraiá organizado pela mãe.

"Começou no quintal da casa da minha mãe. Depois foi pra frente da casa, em seguida para a praça, depois para esse espaço aqui todinho. E vem gente de todo canto pra festa," relata Neném.

Abertura do São João de Fortaleza lota Polo de Lazer do José Walter

Berço da tradição junina na capital, o bairro recebeu o início da programação da Prefeitura, que neste ano tem como tema É Arraiá por toda a Cidade

palco do são joão
O público no Polo de lazer do bairro José Walter curtiu os shows de Toca do Vale, Japinha, Jean Dumont e Robertinho do Acordeon (Fotos: Kiko Silva)

Enquanto o forrozeiro puxava o fole da sanfona e as bandeirinhas coloriam o céu, o Festival do Pratinho enchia o ar com cheiro de creme de galinha, paçoca e vatapá. Nesta sexta-feira (06/06), a abertura oficial do São João de Fortaleza lotou o Polo de lazer do bairro José Walter, território simbólico da tradição junina na capital. Realizado pela Prefeitura de Fortaleza por meio da Secretaria Municipal da Cultura (Secultfor), o evento contou com o apoio do Instituto Cultural Iracema (ICI). Este ano, os festejos levam o tema “É Arraiá por toda a Cidade”, marcando o compromisso com a descentralização das ações culturais e a valorização das manifestações populares nos territórios.

O público dançou ao som de Toca do Vale, Japinha, Jean Dumont e Robertinho do Acordeon, além de , tenda de sustentabilidade e o Festival do Pratinho, realizado em parceria com o Mercado AlimentaCE.

Festival do Pratinho, realizado em parceria com o Mercado AlimentaCE
O Festival do Pratinho foi realizado em parceria com o Mercado AlimentaCE

"Para a gestão, é muito importante reverenciar a memória da cidade, e o movimento dos arraiás e das quadrilhas juninas é marcado pela liderança da Cumade Chica. Trazendo a abertura para o José Walter, a gente fortalece esse legado e promove a descentralização dos eventos culturais," afirmou a secretária da Cultura Helena Barbosa.

Segundo ela, a estratégia de descentralização das ações culturais e valorização da tradição no São João contempla diversas ações, entre elas o reconhecimento das quadrilhas juninas como Patrimônio Imaterial do Município, oficializado recentemente pela gestão. "Neste São João, investimos em 24 festivais, em todas as regionais da capital, e no incentivo de mais de 50 quadrilhas. Esse movimento contribui para o reconhecimento de que toda a cidade tem um circuito de economia criativa, de produção artística, e fomenta esses pontos," ressaltou a secretária.

No comecinho da festa, o agente de endemias Rodrigo Farias já caprichava no arrastapé. "Eu adoro o São João. É uma época em que eu lembro muito das tradicionais festas que aconteciam em Fortaleza, e principalmente aqui no José Walter," conta.

Para ele, a escolha do bairro para a abertura do São João de Fortaleza é um exemplo do olhar da gestão municipal para a periferia. "Aí é onde o poder público faz diferença, trazendo a cultura para quem não pode ir até a Beira-Mar," conclui Rodrigo.

A empreendedora Daiany Guilherme de Almeida completou uma década vendendo pratinho em eventos. Moradora do José Walter, ela começou trabalhando no Arraiá da Cumade Chica, e considera participar do Festival do Pratinho "um prazer e uma honra".

"Eu aprendi a amar a cozinha aqui no José Walter, então é muito emocionante estar aqui hoje. E a estrutura está muito bacana, tudo muito envolvente e encantador," conta ela, calculando que deve faturar o triplo do que costuma ganhar em outros dias.

Homenagem

público na cidade cenográfica
O público aproveitou a cidade cenográfica

Este ano, o São João presta uma homenagem especial à Cumade Chica, precursora dos festivais juninos de Fortaleza, que criou, na década de 70, o "Arraiá da Cumade Chica". Iniciado na Avenida G, o festival foi transferido para a Praça da Terceira Etapa, no Conjunto José Walter, em virtude do crescimento do evento. Em 2018, ano em que a Cumade Chica faleceu, o evento foi integrado ao calendário oficial de eventos do Estado do Ceará, pela Lei nº 16.623.

Neném Westhauser, filha da Cumade Chica, se emocionou com a homenagem. "É um misto de saudade e alegria. Cada música é um choro, é uma lembrança," resume ela enquanto puxa pela memória a história do arraiá organizado pela mãe.

"Começou no quintal da casa da minha mãe. Depois foi pra frente da casa, em seguida para a praça, depois para esse espaço aqui todinho. E vem gente de todo canto pra festa," relata Neném.