Quando a comunidade dá as mãos ao Poder Público, as transformações são visíveis. Um exemplo dessa mudança é a Praça dos Ipês, na Cidade dos Funcionários (Regional VI). O espaço verde de hoje não lembra o passado do terreno baldio que servia de lixão nas proximidades do Colégio Didonet. Mas a iniciativa da diretora do estabelecimento, Míria Espíndola Chagas, que decidiu adotar o espaço há um ano, foi um divisor de águas. Hoje, a Praça dos Ipês acolhe as famílias, crianças têm uma área para brincar e toda a comunidade se sente representada. Esse é um dos exemplos de cidadania bem sucedidos do Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes, coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em parceria com as Secretarias Regionais.
Atualmente, existem 277 espaços públicos adotados, dos mais de 400 existentes na Capital e outros 34 estão com processo em tramitação. “O poder público não faz nada sozinho. Tudo depende de um esforço mútuo em conjunto com a sociedade. E esse Programa propõe essa integração benéfica entre adotantes e Prefeitura, onde espaços públicos que estavam degradados e abandonados são devolvidos à cidade, promovendo ocupação social e o resgate do cuidado com a coisa pública", afirma a Secretária da Regional VI, Darlene Braga. Na área da Regional VI, que compreende 29 bairros e 600 mil habitantes, já existem 42 espaços públicos adotados por pessoas físicas e jurídicas.
Praça dos Ipês
O antigo terreno baldio no cruzamento das ruas Chico Lemos com Antônio de Castro, hoje é a Praça dos Ipês e fica bem próxima ao Colégio Vital Didonet, na Cidade dos Funcionários. Há um ano, a diretora do estabelecimento, Míria Espíndola, adotou o espaço. Em pouco tempo, a diferença era notável. A delimitação da área foi feita com pneus reciclados, assim como os brinquedos, encomendados na cidade de Beberibe especialmente para o projeto. Os muros estão cobertos por artes do grafiteiro Lápis de Lata, que estampou o novo nome do lugar, Praça dos Ipês, e poemas.
Segundo Míria, o processo de adoção não foi apenas burocrático, mas afetivo. Os alunos do 4º e do 5º ano do ensino fundamental do colégio também participaram da transformação do espaço. “Não queríamos apenas fazer a limpeza do terreno, mas tornar a área aprazível para toda a comunidade”, explica. O passo seguinte foi a conscientização dos trabalhadores. Míria organizou um café da manhã para os carroceiros locais. “Conseguimos sensibilizar sete carroceiros. Agora, eles mesmos se responsabilizam e falam uns pros outros que não se deve mais jogar lixo ali”.