Com o objetivo de manter limpos e conter riscos de inundação e alagamentos, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria da Gestão Regional (Seger), está executando a limpeza de canais, lagoas e bocas de lobo em toda a cidade.
Somente nos meses de janeiro e fevereiro de 2022, foram recolhidas 17.224,74 toneladas de lixo e aguapés desses espaços. No primeiro bimestre, 74 canais e lagoas foram limpos, além de desobstruídos mais de 1.570 bocas de lobo em diversos bairros de Fortaleza.
As intervenções nos recursos hídricos da capital são adotadas como medidas preventivas e fazem parte do plano de trabalho do Comitê da Quadra Chuvosa. Para a realização dos serviços, a gestão conta com equipes de trabalhadores e o auxílio de retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas e caminhões multiuso. Além de lixo, as ações de limpeza recolhem móveis velhos, dejetos, recicláveis e aguapés.
No ano passado, foram recolhidas 83.266,45 toneladas de lixo e aguapés, totalizando a limpeza de 113 canais e 33 lagoas. No mesmo período, a Prefeitura também realizou a desobstrução de 5.430 bocas de lobo.
Dentre os recursos hídricos que receberam ação de limpeza no primeiro bimestre deste ano, estão as lagoas da Parangaba, Jacarey (Cidade dos Funcionários) e do Mel (Cristo Redentor), além dos riachos Pajeú e Maceió, no Centro e nos bairros Varjota e Mucuripe, respectivamente. Também receberam intervenções o Canal das Pedrinhas (Bonsucesso), Canal da Rua Girassol (Vila Velha), Canal do Parque Rio Branco (Joaquim Távora), Canal do Lagamar (São João do Tauape), Canal Malvinas e Canal Pio Saraiva (Quintino Cunha), Canal Joaquim Pinto (Cidade dos Funcionários), Canal Praça das Lavadeiras (Luciano Cavalcante), Canal do Rio Coaçú (Sabiaguaba), Canal da Betel (Dendê/Mondubim), Canal Antenas (Henrique Jorge), Canal da Comunidade do Capim (Conjunto Ceará) e os canais dos bairros São Gerardo, Bom Jardim, José Walter, Jangurussu, Parque São José e Genibaú.
População é grande aliada na limpeza de recursos hídricos
Manter os recursos hídricos limpos é uma ação que exige a parceria entre o poder público e a população. Com atitudes simples, o cidadão pode contribuir com a conservação das lagoas e canais, além de colaborar na prevenção de inundações e alagamentos, ocasionados, muitas vezes, pelas bocas de lobo cheias de lixo.
Uma dessas medidas é a correta destinação do lixo, atentando-se para os dias e locais adequados para o despejo. A população deve ficar atenta ao cronograma de coleta de lixo domiciliar. Realizada três vezes por semana em todos os bairros de Fortaleza, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras ou terças, quintas e sábados, a ação visa evitar que pontos de lixo sejam criados e que esse material possa ser levado para recursos hídricos pela água da chuva. “O lixo descartado na rua fora do dia da coleta pode ser levado pela água em dias de chuvas e obstruir bocas de lobo, poluir canais e gerar alagamentos”, explica Plácido Macedo, coordenador da Limpeza Pública da Secretaria da Gestão Regional (Seger). Vale ressaltar que o bairro Centro, pelo grande perfil comercial, atualmente, recebe limpeza diariamente serviço de coleta de lixo.
Outro ponto a ser observado pela população é o descarte correto de material reciclado e entulho. Atualmente, Fortaleza conta com 90 Ecopontos, todos com funcionamento de segunda-feira a sábado, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Os Ecopontos são locais adequados para o descarte gratuito de pequenas proporções de entulho, restos de poda, móveis e estofados velhos, além de óleo de cozinha, papelão, plásticos, vidros e metais. “A população deve ser consciente e parceira do serviço público e direcionar esse tipo de material para os Ecopontos e não descartar em canais e lagoas, por exemplo, pois além de poluir esses espaços, o lixo ainda pode ocasionar em inundações e alagamentos”, ressalta Plácido.
Dia Mundial da Água
A Prefeitura de Fortaleza mantém uma série de ações com o objetivo de cuidar dos recursos hídricos da cidade. São ações realizadas de forma cotidiana e intersetorial, que visam cuidar e manter o controle diante dos cuidados necessários para a preservação dos recursos hídricos da capital.
Monitoramento da qualidade da água de recursos hídricos
Por meio da Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), a Prefeitura de Fortaleza executa o Projeto de Monitoramento dos Recursos Hídricos e Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) do município.
Por meio de análises laboratoriais, a qualidade da água dos recursos hídricos é monitorada quanto à balneabilidade e o controle de poluição, totalizando 28 lagoas, lagos e açudes e 13 rios e riachos.
As ETEs são monitoradas para verificar se o efluente final atende aos padrões de lançamento definidos pela Resolução Coema no 02/2017, sendo 20 amostras por mês. Os parâmetros são os seguintes: temperatura; materiais sedimentáveis; materiais flutuantes; sólidos suspensos totais; pH; Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO); substâncias solúveis em hexano; sulfeto; Escherichia coli e coliformes termotolerantes.
Programa Fortaleza Cidade Sustentável – Águas da Cidade
Também executado pela Seuma, o Programa Fortaleza Cidade Sustentável, através da vertente "Águas da Cidade", tem o objetivo de tornar a orla de Fortaleza 100% balneável. Para isso, a Prefeitura de Fortaleza dispõe dos seguintes projetos:
- Se Liga na Rede: visa realizar a ligação de até 2.500 imóveis de baixa renda, situados na bacia da vertente marítima, à rede de esgoto, além da fiscalização de 13 mil imóveis. Nessa escala, até o presente momento foram obtidos 1.074 aceites, finalizadas 335 ligações, 73 ligações estão em execução, além de mais 2.506 imóveis fiscalizados.
- Captação em Tempo Seco: interceptação dos efluentes nas saídas das galerias pluviais em área de praia por meio de instalação de bombas que redirecionarão os mesmos para a rede de esgoto, com destinação final na estação de tratamento. O Projeto é dividido em duas fases. A primeira consiste no desenvolvendo dos estudos de alternativas e elaboração dos projetos para as obras de captação em tempo seco. A segunda é a execução das obras.
- Vídeo Inspeção de Galerias de Drenagem: o projeto consiste na localização de pontos onde despejos indevidos estão ocorrendo e a captação em tempo seco intercepta este ponto, fechando o mesmo, para evitar que chegue ao mar, rios ou riachos. Em alguns dos casos é possível identificar e notificar o imóvel que comete a infração de não estar ligado à rede de coleta de esgotos.
Fiscalização de águas servidas e de poluição de águas e legislação
Ações rotineiras realizadas pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) verificam a presença de águas servidas despejadas de forma irregular nas vias e calçadas da cidade. Fiscais da Agefis, em parceria com técnicos da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), verificam os imóveis que não estão interligados à rede pública de esgoto, bem como os imóveis que lançam efluentes de forma irregular na rede pública de esgoto e/ou nas galerias pluviais e recursos hídricos.
De 2020 até agora, foram realizadas 1.351 fiscalizações de águas servidas na cidade. Já de 2018 para cá, exatamente 99 fiscalizações foram realizadas diante de casos de poluição hídrica.
De acordo com o artigo 920 do Código da Cidade,"despejar águas servidas e resíduos sólidos nos logradouros públicos ou terrenos vagos ou subutilizados é uma infração grave e tem como penalidade multas que vão de R$ 90,00 a R$ 14.400,00".
Wetlands
Presentes no Parque Raquel de Queiroz, as wetlands são ambientes inundados com sistema de tratamento de água que dispõe de microrganismos vivos para reduzir a poluição local. São 9 microlagoas que utilizam o sistema natural com plantas aquáticas para a chamada "fitorremediação e decantação". Trata-se de um método inovador implantado no trecho 6 do Parque, que beneficia fauna e flora da região.