Cumprindo a tradição, brincantes lotaram a Praça João Gentil, no Benfica, neste sábado de Carnaval (18/02). Parte do mapa afetivo da folia na cidade, o polo contou com grande diversidade de público, que fez a festa ao som de sete atrações. Programação carnavalesca inclui mais seis espaços de Fortaleza.
A folia no Benfica começou de manhã, às 11h, com a dupla Vanin e Nichinha, seguiu pela tarde e adentrou noite com Lorena Lyse, Duas Doses de Música, Banda Couros e Metais, Luxo da Aldeia, Banda Borogodó e Bloco Mambembe.
Completando dez anos de Carnaval, a banda Luxo da Aldeia se apresentou para a multidão diversa, incluindo fãs que os acompanham desde o início e vestiam a camiseta do grupo. "Pelo nosso repertório ser todo de músicas de compositores cearenses, a gente ficou muito ligado ao Carnaval de Fortaleza e é muito bom chegar no Benfica e ver o movimento já acontecendo, ver a festa acontecendo," celebra Bruno Perdigão, guitarrista e um dos organizadores da banda.
Preparadas, as amigas Iany Figueiredo e Jessica Nunes assistiam aos shows em cadeiras de praia. Diante delas, um carrinho de metal com espaço para copos de plástico. A estrutura organizada por elas incluía ainda um cooler com gelo e bebidas. "Tem que curtir, mas tem que descansar, tem que investir no nosso conforto," declarou Iany.
Há alguns metros de distância, em uma das laterais da praça, a baiana Pérola de Oyá vendia acarajés em uma barraca decorada com tecidos estampados. Acostumada a trabalhar em eventos, ela considera que o Carnaval tem uma energia diferente. "A gente está há dois anos sem Carnaval, esperando essa energia maravilhosa, esse aconchego do povo, esse calor humano, então está tudo massa, está tudo lindo," comemora. Pela experiência, Pérola calcula que no período as vendas tendem a dobrar ou até a triplicar.
Chapéu de abas largas com franjas, leque preto e botas prateadas de cano longo eram alguns dos assessórios que compunham a fantasia vestida pelo estilista Iury Costa. Tendo criado um traje para cada dia de Carnaval, ele observa que a experiência vai muito além das peças de roupa. "Não é só a fantasia, eu acho que você quer assumir uma performance, isso é legal porque me encoraja também a ser mais comunicativo, as pessoas chegam mais pra trocar," conta.
O gesso cobrindo o braço fraturado em uma queda não impediu Nasra Hissa de aproveitar a festa. Vestindo roupa e adereços coloridos, ela dançava perto do palco com a amiga Ivolnilde Rodrigues. Benfiquense há mais de trinta anos, Nasra conta que reúne a turma para participar. "A gente vai olhando a programação, vendo o que vai acontecer, avisando os amigos, juntando todo mundo," descreve, destacando a vontade de que seja sempre assim. "Enquanto vida tiver, brincarei Carnaval".