24 de April de 2023 em Habitação

Habitafor promove cursos de capacitação para comunidade do Pirambu

Por meio do Trabalho Social, diversos cursos e intervenções educativas no bairro serão executados pelos próximos 12 meses


Letícia Marques corta o cabelo de um rapaz durante a aula do curso de corte de cabelo masculino
As capacitações, além de estimular iniciativa empreendedoras e capacitação para os alunos, também promovem inclusão, como destaca Letícia Marques, travesti que integra o curso de barbeiro (Fotos: Daniel Calvet)

A busca por uma renda extra e, consequentemente, uma rotina produtiva com uma melhor qualidade de vida tem crescido entre os fortalezenses. Pensando nisso, a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), por meio da ferramento Trabalho Social e empresas parceiras, promove capacitações para os moradores do residencial Vila do Mar e para a comunidade do bairro Pirambu. O intuito do projeto, que iniciou a programação no mês de março deste ano, é promover o empreendedorismo e estimular novas perspectivas de vida. As atividades serão executadas pelos próximos 12 meses e os cursos ofertados até agora são de grafitagem, corte de cabelo masculino e barbeiro.

A ideia é promover uma série de cursos teóricos e práticos. Os professores, indicados pelos líderes comunitários, são do próprio bairro e já atuam na área, dentro da comunidade, o que torna mais íntimo e inspirador para os jovens que se inscrevem. A troca de experiências e vivências, que partem do mesmo lugar, geram mudanças de perspectivas e os alunos aprendem que também podem trilhar seus próprios caminhos.

“É gratificante pra mim estar compartilhando todo o meu conhecimento e agregando para que essas pessoas tenham uma perspectiva de vida. É muito gratificante ver o crescimento da comunidade e tirar esses jovens da rua”, conta Renato Brito, professor do curso de corte de cabelo masculino. Renato, que atua na área desde 2014 no Pirambu, participa de inúmeros projetos ensinando sobre toda a área de estética. “Todos nós precisamos acordar com sonhos e objetivos”, é das máximas usadas em sala por ele. O professor, esperançoso e com orgulho, conta com alegria que o curso é realizado no seu futuro salão de beleza, onde ele já pretende contratar alguns alunos para trabalhar no local.

O instrutor, que costuma levar inspirações literárias para a turma, se emociona ao falar sobre como as aulas mudam a vida de muitas pessoas ao seu redor. Renato atende desde jovens até pessoas idosas para aprender, com o objetivo de ajudar a população a gerar uma renda extra. O curso de barbeiro acabou sendo um grande sucesso entre os moradores, sendo um dos mais pedidos para integrar a programação de atividades.

As capacitações, além de estimular iniciativa empreendedoras e capacitação para os alunos, também promovem inclusão, como destaca Letícia Marques, travesti que integra o curso de barbeiro. A jovem, que também faz parte da comunidade do Pirambu, contou enquanto cortava o cabelo durante a aula prática, que agarrou a oportunidade com todas as forças. Ela ainda reflete sobre pessoas da comunidade LGBTQIA+ não terem tantas oportunidades assim, principalmente travestis e transsexuais, que costumam ser marginalizadas na sociedade. “A área de estética é onde somos mais aceitas, é onde não costumamos levar ‘não’. Então quando o Renato falou, eu agarrei de primeira”, conclui.

Segundo Lorena Aragão, técnica social da Habitafor, as capacitações são determinadas de acordo com a demanda da comunidade. Geralmente, são realizados levantamentos sobre os cursos que a população local se interessa e, a partir disso, o Projeto Social organiza uma grade com uma programação que atende as necessidades das pessoas. As adaptações objetivam atrair um número maior de pessoas para as capacitações e, além disso, gerar identificação delas com aquilo que estão aprendendo, estimulando os alunos a levarem os aprendizados para frente e atuarem na área. “Nós fazemos um diagnóstico socioeconômico e pesquisamos o que causa mais interesse nas pessoas daquela região para que os cursos sejam um sucesso”, informa Lorena. A meta é alcançar pelo menos 500 famílias por meio das capacitações e campanhas sociais que serão realizadas pelos próximos 12 meses.

Grafitagem

alunos do curso de grafitagem
No curso de grafitagem, a faixa etária é bem variada, entre 12 e 23 anos de idade

Já no curso de grafitagem, que conta com uma roupagem mais artística, a faixa etária é bem variada, entre 12 e 23 anos de idade. Os alunos, que já participam de projetos de poesia, música, dança e hip-hop, se alegram em conhecer a vertente do grafite. Não só o curso é atrativo para os meninos como também o próprio instrutor escolhido para ensinar. “Vi um informativo divulgando essas aulas através de uma amiga e lá dizia que o Pretorap estaria dando a aula, o que mais me incentivou a vir foi a figura dele. Ele é uma referência muito grande para todos os artistas aqui no bairro”, conta Mazé, 23 anos, componente do coletivo de rap e poesia do Pirambu.

A importância da troca de experiências foi fundamental para muitos quererem participar do curso, visto que o Pretorap atua há um longo tempo na cena de grafite e rap, além de contribuir com artes nas áreas urbanas do bairro. “As artes dele influenciam muito a gente aqui, mais pela influência que ele tem no hip-hop. Ele passa as experiências dele para a gente, toda base histórica do grafite”, continua Mazé.

Marcos Vital, mais conhecido como Pretorap, é uma figura ímpar no Pirambu. Rapper, grafiteiro e ativista, o artista transforma as áreas urbanas do bairro com suas intervenções artísticas. “Aqui tem muitos meninos que desenham bem e estavam parados, o curso veio para nortear eles”, afirmou, olhando para turma que estava na hora do lanche coletivo ao final do primeiro módulo do curso. “O grafite desencarna isso, ele puxa de dentro para fora. A pintura, a arte, quando você tem dentro de si e acha um curso como esse, você expõe o que tem de dentro para fora”, defende.

Trabalho Social

O Trabalho Social se baseia nos eixos de Gestão e Mobilização Social, Educação Ambiental e Patrimonial e também de Desenvolvimento Socioeconômico. No Vila do Mar, as ações devem alcançar mais de 500 famílias com capacitações que colaboram para melhorar o convívio social, acesso a direitos básicos e essenciais, além de estimular o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras e uma melhor preparação para o mercado de trabalho. Ao final do curso é emitido um certificado de horas cursadas para todos os participantes.

Habitafor promove cursos de capacitação para comunidade do Pirambu

Por meio do Trabalho Social, diversos cursos e intervenções educativas no bairro serão executados pelos próximos 12 meses

Letícia Marques corta o cabelo de um rapaz durante a aula do curso de corte de cabelo masculino
As capacitações, além de estimular iniciativa empreendedoras e capacitação para os alunos, também promovem inclusão, como destaca Letícia Marques, travesti que integra o curso de barbeiro (Fotos: Daniel Calvet)

A busca por uma renda extra e, consequentemente, uma rotina produtiva com uma melhor qualidade de vida tem crescido entre os fortalezenses. Pensando nisso, a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), por meio da ferramento Trabalho Social e empresas parceiras, promove capacitações para os moradores do residencial Vila do Mar e para a comunidade do bairro Pirambu. O intuito do projeto, que iniciou a programação no mês de março deste ano, é promover o empreendedorismo e estimular novas perspectivas de vida. As atividades serão executadas pelos próximos 12 meses e os cursos ofertados até agora são de grafitagem, corte de cabelo masculino e barbeiro.

A ideia é promover uma série de cursos teóricos e práticos. Os professores, indicados pelos líderes comunitários, são do próprio bairro e já atuam na área, dentro da comunidade, o que torna mais íntimo e inspirador para os jovens que se inscrevem. A troca de experiências e vivências, que partem do mesmo lugar, geram mudanças de perspectivas e os alunos aprendem que também podem trilhar seus próprios caminhos.

“É gratificante pra mim estar compartilhando todo o meu conhecimento e agregando para que essas pessoas tenham uma perspectiva de vida. É muito gratificante ver o crescimento da comunidade e tirar esses jovens da rua”, conta Renato Brito, professor do curso de corte de cabelo masculino. Renato, que atua na área desde 2014 no Pirambu, participa de inúmeros projetos ensinando sobre toda a área de estética. “Todos nós precisamos acordar com sonhos e objetivos”, é das máximas usadas em sala por ele. O professor, esperançoso e com orgulho, conta com alegria que o curso é realizado no seu futuro salão de beleza, onde ele já pretende contratar alguns alunos para trabalhar no local.

O instrutor, que costuma levar inspirações literárias para a turma, se emociona ao falar sobre como as aulas mudam a vida de muitas pessoas ao seu redor. Renato atende desde jovens até pessoas idosas para aprender, com o objetivo de ajudar a população a gerar uma renda extra. O curso de barbeiro acabou sendo um grande sucesso entre os moradores, sendo um dos mais pedidos para integrar a programação de atividades.

As capacitações, além de estimular iniciativa empreendedoras e capacitação para os alunos, também promovem inclusão, como destaca Letícia Marques, travesti que integra o curso de barbeiro. A jovem, que também faz parte da comunidade do Pirambu, contou enquanto cortava o cabelo durante a aula prática, que agarrou a oportunidade com todas as forças. Ela ainda reflete sobre pessoas da comunidade LGBTQIA+ não terem tantas oportunidades assim, principalmente travestis e transsexuais, que costumam ser marginalizadas na sociedade. “A área de estética é onde somos mais aceitas, é onde não costumamos levar ‘não’. Então quando o Renato falou, eu agarrei de primeira”, conclui.

Segundo Lorena Aragão, técnica social da Habitafor, as capacitações são determinadas de acordo com a demanda da comunidade. Geralmente, são realizados levantamentos sobre os cursos que a população local se interessa e, a partir disso, o Projeto Social organiza uma grade com uma programação que atende as necessidades das pessoas. As adaptações objetivam atrair um número maior de pessoas para as capacitações e, além disso, gerar identificação delas com aquilo que estão aprendendo, estimulando os alunos a levarem os aprendizados para frente e atuarem na área. “Nós fazemos um diagnóstico socioeconômico e pesquisamos o que causa mais interesse nas pessoas daquela região para que os cursos sejam um sucesso”, informa Lorena. A meta é alcançar pelo menos 500 famílias por meio das capacitações e campanhas sociais que serão realizadas pelos próximos 12 meses.

Grafitagem

alunos do curso de grafitagem
No curso de grafitagem, a faixa etária é bem variada, entre 12 e 23 anos de idade

Já no curso de grafitagem, que conta com uma roupagem mais artística, a faixa etária é bem variada, entre 12 e 23 anos de idade. Os alunos, que já participam de projetos de poesia, música, dança e hip-hop, se alegram em conhecer a vertente do grafite. Não só o curso é atrativo para os meninos como também o próprio instrutor escolhido para ensinar. “Vi um informativo divulgando essas aulas através de uma amiga e lá dizia que o Pretorap estaria dando a aula, o que mais me incentivou a vir foi a figura dele. Ele é uma referência muito grande para todos os artistas aqui no bairro”, conta Mazé, 23 anos, componente do coletivo de rap e poesia do Pirambu.

A importância da troca de experiências foi fundamental para muitos quererem participar do curso, visto que o Pretorap atua há um longo tempo na cena de grafite e rap, além de contribuir com artes nas áreas urbanas do bairro. “As artes dele influenciam muito a gente aqui, mais pela influência que ele tem no hip-hop. Ele passa as experiências dele para a gente, toda base histórica do grafite”, continua Mazé.

Marcos Vital, mais conhecido como Pretorap, é uma figura ímpar no Pirambu. Rapper, grafiteiro e ativista, o artista transforma as áreas urbanas do bairro com suas intervenções artísticas. “Aqui tem muitos meninos que desenham bem e estavam parados, o curso veio para nortear eles”, afirmou, olhando para turma que estava na hora do lanche coletivo ao final do primeiro módulo do curso. “O grafite desencarna isso, ele puxa de dentro para fora. A pintura, a arte, quando você tem dentro de si e acha um curso como esse, você expõe o que tem de dentro para fora”, defende.

Trabalho Social

O Trabalho Social se baseia nos eixos de Gestão e Mobilização Social, Educação Ambiental e Patrimonial e também de Desenvolvimento Socioeconômico. No Vila do Mar, as ações devem alcançar mais de 500 famílias com capacitações que colaboram para melhorar o convívio social, acesso a direitos básicos e essenciais, além de estimular o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras e uma melhor preparação para o mercado de trabalho. Ao final do curso é emitido um certificado de horas cursadas para todos os participantes.