Debater a construção de moradias confortáveis com produtos inovadores desenvolvidos pela construção civil. Esse foi o eixo da discussão que aconteceu, na tarde desta sexta-feira (23/8), no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE). O evento foi promovido pela Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), órgão da Prefeitura de Fortaleza.

As apresentações foram realizadas pelo engenheiro civil Fábio Carrá; pelo arquiteto Ugo Santana, professor do Centro Universitário Estácio do Ceará; e também por Alexandre Bertini, professor da Universidade Federal do Ceará. A presidenta da Habitafor, Eliana Gomes, iniciou o momento agradecendo a presença de todos e enfatizando a importância do debate para aprimorar a concepção sobre a moradia de interesse social. "Tenho certeza de que vamos sair daqui com um olhar diferenciado sobre o produto com o qual trabalhamos, porque nós temos consciência de que o povo merece qualidade de habitação e o momento tem esse objetivo, de conhecer novos modelos, formatos que podem melhorar os empreendimentos”, afirmou.

Os expositores discorreram sobre as novas tecnologias que podem ser empregadas nas unidades habitacionais e as normas de desempenho para a construção civil.  De acordo com o engenheiro Fábio Carrá, os estudos realizados sobre a modalidade de tecnologia de concreto vêm sendo desenvolvidos desde 2010 e foram validados em 2012. De acordo com Fábio Carrá, os pontos positivos na utilização dessa modalidade nas obras têm demonstrado mais agilidade e menos desperdício de material, acelerando a produção dos residenciais.

A vice-presidenta da Habitafor, Olinda Marques, anunciou que a tecnologia de concreto para a edificação de unidades habitacionais foi apresentada à Caixa Econômica Federal pela Fundação. A ideia é que sejam utilizadas na construção do Esplanada Cocó, no Jangurussu, e do José Euclides, ambos na Regional VI.

Moradias confortáveis 
O  professor Ugo Santana se concentrou no tema sobre os mecanismos de conforto, entre eles, o térmico, dando atenção às dimensões do ambiente, variação de temperatura, a partir da regulação do zoneamento bioclimático (NBR 15220/2005). “Essa regulamentação surgiu para dividir melhor o Brasil e garantir moradias mais agradáveis”, frisou o professor. Como exemplo, Ugo Santana utilizou o empreendimento Vila do Mar. “As áreas de fachada permitem muita sombra, diminuindo a temperatura e isso é importante porque os elementos utilizados também permitem mais ventilação”, explicou.

O professor da UFC Alexandre Bertini fez uma memória sobre o processo de construção das normas de desempenho de habitação de interesse social, que são debatidas desde os anos 1980 e só foram regulamentadas em julho deste ano. O professor reforçou que a responsabilidade por um residencial deve ser compartilhada entre os provedores e também pelos usuários. “Por exemplo, é preciso que, no ato de entrega da unidade habitacional, o usuário saiba dos seus limites para não comprometer a obra, assim como é necessário apresentar a durabilidade de cada componente da construção. É importante destacar que, a partir das normas estabelecidas, várias obras terão de entrar no padrão para garantir o conforto e a segurança dos beneficiários”, justificou.

Mais
Ainda como parte da I Semana de Habitação de Fortaleza, está prevista a entrega de 170 Termos de Concessões de Direito Real de Uso para os moradores dos conjuntos Novo Tempo I e II, no bairro Monte Castelo, e também a inauguração de equipamentos sociais no Conjunto Maria Tomásia, na Regional VI.