Com o tema “Por uma Fortaleza de Equidades”, o Mês da Consciência Negra será construído com ações culturais e políticas durante todo o mês de novembro. A Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Fortaleza (Coppir), em parceria com os Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cucas), o Complexo Cultural Vila das Artes, além de universidades e sociedade civil, promovem as principais conquistas da população negra e a luta antirracista.
Confira a programação completa
Nos Cucas José Walter, Pici, Barra do Ceará, Mondubim e Jangurussu, até 30 de novembro, é realizada a programação “Mente Livre, Cuca Crespa. Aqui Tem Negro Sim! A História dos Negros no Ceará”, com cinedebates, espetáculos teatrais, apresentações musicais e rodas de conversa voltadas à educação em direitos.
No Complexo Cultural Vila das Artes, haverá mostras artísticas, como a Mostra Preta de Artistas Circenses de Rua e o cineclube em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra e o encontro para Estudos de Textos Teatrais Negros.
Sérgio Granja, titular da Coppir, vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza (SDHDS), destaca que novembro é um mês de conscientização e de reflexão. “Precisamos refletir sobre o modelo de sociedade que nós construímos, queremos e que vivemos. Uma sociedade pautada nas desigualdades deixadas como herança de um período escravista, perverso, que nos deixou marcas profundas. Feridas que continuam abertas até hoje. Precisamos refletir porque apenas 18,3% dos negros estão matriculados em cursos superiores; 66,7% dos encarcerados são negros; 76% dos pobres são negros; 78,9% das vítimas de intervenções policiais são negros; e porque 77% das mortes no país são de negros. A cada 23 minutos morre o jovem negro assassinado”, explica.
Seminário
No dia 21 de novembro, a Coppir a realiza o Seminário 10 anos da Lei de Cotas, com a participação de intelectuais negros, pesquisadores e lideranças políticas na luta antirracista na cidade. O evento será na Academia do Professor, com início às 14h.
No encontro, os participantes analisam os avanços no acesso à educação, após uma década da Lei de Cotas, que destina vagas para o acesso de estudantes negros em universidades e instituições federais de ensino técnico de nível médio. A heteroidentificação, método de reconhecimento étnico-racial, também será tema dos debates no Seminário.
O encontro terá a participação das professoras Zelma Madeira e Jaqueline Rabelo, da Universidade Estadual do Ceará (Uece); dos professores Arilson Gomes, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e Paulo Linhares, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e também do pós-doutor Bruno Lessa. Também participa do encontro Larissa Gaspar, vereadora de Fortaleza e deputada estadual eleita, que foi autora da lei que reserva a negros 20% das vagas de concursos públicos do Município.
Ficha de inscrição do seminário