Na data em que se comemora o Dia Mundial sem Carro (22 de setmbro), o prefeito José Sarto entregou à população uma nova ciclofaixa na Av. Lineu Machado entre a Av. Carneiro de Mendonça e Rua Júlio Braga. Com 1,9 quilômetro de extensão, a infraestrutura liga os bairros Jóquei Clube, Henrique Jorge e João XXIII.
Após essa implantação, a cidade passa a ter 416,4 km de malha cicloviária, sendo 130,9 km de ciclovias, 272,2 km de ciclofaixas, 11,7 km de ciclorrotas e 1,7 km de passeio compartilhado. Os dados representam um crescimento de 507% em comparação a 2012, quando se contabilizava apenas 68,6 km.
"Só na nossa gestão, já fizemos mais do que o que havia sido feito até 2012. E o principal é isso, é estimular a mobilidade, é facilitar a vida de quem vai ao trabalho de bicicleta," afirma o prefeito José Sarto, ressaltando que 51% da população de Fortaleza mora a no máximo 300 metros de distância uma ciclofaixa.
Entre o início de 2021 e 22 de setembro de 2022, foram implantados 69 km de infraestrutura exclusiva para garantir os deslocamentos seguros dos ciclistas. A meta é alcançar os 500 quilômetros até o final de 2024.
Segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Fortaleza é a capital brasileira onde as pessoas vivem mais próximas à infraestrutura cicloviária, com mais de 51% dos habitantes morando a menos de 300 metros de alguma ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota ou passeio compartilhado. A segunda melhor rankeada possui 33%.
O superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) Antônio Ferreira enfatiza a importância das ciclofaixas, ciclorrotas e ciclovias para a segurança dos ciclistas. "Os espaços do sistema viário estão sendo divididos igualitariamente entre todos os modais, a nossa cidade não está sendo mais pensada só para o carro", Afirma.
Ciclista há 17 anos, Raydan Costa transita com frequência pela Av. Lineu Machado. Para ele, a nova ciclofaixa é garantia de mais segurança e tranquilidade. "Com essa ciclofaixa vai melhorar mil vezes, porque a gente vai ter nosso próprio espaço," celebra.
Redução de mortes
À medida que a malha cicloviária cresce, os óbitos envolvendo ciclistas diminuem significativamente. "Na década de 2000, a quantidade de ciclistas que perderam a vida no trânsito anualmente variava entre 60 e 70 vítimas fatais. Nos últimos anos, esse dado variou entre 14 e 24 ciclistas mortos, com 2020 e 2021 tendo 14 e 15 ciclistas vítimas fatais, respectivamente. Uma redução de mais de 75%", esclarece Ferreira.
A queda é reflexo de um conjunto de fatores, dentre os quais se destaca o avanço na infraestrutura cicloviária, ações educativas e, sobretudo, de fiscalização.
Critérios de implantação
Atualmente, cerca de 78% da infraestrutura cicloviária de Fortaleza está concentrada em bairros com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo ou baixo.
Para definição de quais vias escolhidas para receberem infraestrutura cicloviária são usados diversos critérios, como: número de ciclistas, quantidade de sinistros, conectividade, acesso, hierarquia viária, análise da estrutura viária e largura da via, sempre atendendo as regiões que mais precisam.
Dia Mundial sem Carro
Iniciativa global que que visa estimular a adoção de meios de transporte sustentáveis e econômicos, o Dia Mundial sem Carro, 22 de setembro, foi comemorado em Fortaleza com diversas ações. Além da inauguração da ciclofaixa da Av. Lineu Machado, a população contou com gratuidade do passe do Bicicletar durante todo o dia. Implantado desde 2014, o sistema de bicicletas compartilhadas já ultrapassou a marca de 5 milhões de viagens realizadas.
Na data os passageiros de ônibus que utilizaram os bicicletários dos terminais de integração ganharam uma passagem de ônibus para prosseguir sua viagem. Conforme levantamento realizado pela Socicam, empresa administradora dos terminais, os bicicletários de Fortaleza recebem aproximadamente 2.800 bicicletas mensalmente.