O prefeito Roberto Cláudio participou, nesta terça-feira (30/04), de audiência pública para apresentar à sociedade civil o projeto de requalificação da Avenida Desembargador Moreira. A proposta divide em três trechos a intervenção na avenida, sendo a mais significativa a construção de um calçadão com ciclofaixa entre a Praça Portugal e a Av. Beira Mar, no sentido praia-sertão, deixando duas faixas livres para o tráfego de veículos. Na ocasião, estiveram presentes secretários e outras autoridades municipais, empreendedores e moradores locais.
As obras contemplam a Av. Desembargador Moreira desde a Av. Pontes Vieira, seguindo por 1,3 km até a Av. Padre Antônio Tomás, com a requalificação do asfalto e da iluminação, arborização e paisagismo, rampas de acessibilidade e reforço da segurança pública. O segundo trecho, de 750 metros compreendidos entre a Av. Padre Antônio Tomás e a Praça Portugal, inclui também a implantação de pavimento intertravado e a reforma de calçadas danificadas.
Já nos 800 metros entre a Praça Portugal e a orla, serão criados cerca de 6.500 m² de espaço público, que além dos itens já citados, contarão ainda com extensão da calçada, ativação da área para pedestres e infraestrutura cicloviária. Segundo Roberto Cláudio, as trocas de espaços viários por espaços para pedestres é uma tendência comum em várias cidades do mundo, e a área foi estrategicamente escolhida como um projeto piloto de modo a buscar uma mobilidade mais sustentável e um uso mais diverso do solo. "Queremos, principalmente, a busca de uma cidade que priorize a circulação e a interação de pessoas. Vamos conciliar o projeto às especificidades presentes ao longo do trecho escolhido, valorizando a atividade econômica", afirmou o Prefeito.
De acordo com Luís Alberto Sabóia, secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos e coordenador do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (PAITT), para a elaboração do projeto foram realizados estudos de impacto que levaram em consideração fatores como a densidade comercial e habitacional, a oferta hoteleira e a rota de turistas, as mudanças no tráfego e transferência do fluxo para vias paralelas, o volume de pedestre e as possíveis mudanças nos trajetos do transporte público. "O fluxo é muito baixo no sentido praia-sertão. A gente levantou todos os números, dados, trecho a trecho, das aproximações, das paralelas, analisou a capacidade viária de todas as vias do entorno e o mesmo para o transporte público", explicou Sabóia.
Outra questão levantada pelo secretário é o fato da Av. Desembargador Moreira ser a principal porta de entrada da cidade, de quem vem do aeroporto, além da região concentrar uma grande densidade de residências e hotéis. Dessa forma, ele analisa que a implantação da área de pedestres no terceiro trecho se torna relevante para ligar a área comercial, principalmente em volta da Praça Portugal, à área mais turística e habitacional, mas de forma convidativa, em um ambiente agradável e seguro para a população.
Em relação a prazos, a expectativa do Prefeito é ter maiores detalhes do projeto decididos pela comissão até o final de maio e iniciar as intervenções ainda em setembro, com cerca de 12 meses para a entrega. Os recursos são provenientes do contrato de financiamento firmado com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que também já estão sendo aplicados na construção da nova Avenida Beira Mar e na requalificação do Pólo Gastronômico da Varjota.
Encaminhamentos
Após a apresentação do projeto, o vereador e presidente da audiência, Ésio Feitosa, e o titular da Secretaria Regional II, Ferruccio Feitosa, conduziram os encaminhamentos para a tomada de decisão de detalhes sobre a obra. Foi formada uma primeira comissão com empreendedores e moradores presentes, mas outros nomes serão indicados e agregados posteriormente.
Entre as questões levantadas na ocasião a serem debatidas com mais afinco, está a escolha do lado do trecho que receberá o calçadão. Sendo o lado praia-sertão mais residencial e o lado sertão-praia mais comercial, leva-se em consideração os possíveis impactos, tanto para moradores como para comerciantes. Também foi apontada a entrada e saída de veículos dos residenciais, a segurança de pedestres e questionamentos diversos sobre o projeto paisagístico para o conforto da população em relação ao clima típico fortalezense.