06 de May de 2024 em Juventude

Rede Cuca oferece curso de podcast para pessoas com deficiência visual atendidas pelo Instituto dos Cegos

O curso é uma ferramenta de inclusão e protagonismo para pessoas que estão em processo de reabilitação para se adaptar à vida com baixa ou nenhuma visão


duas pessoas sentadas dentro de um estúdio e uma delas com um microfone na segurado próximo a boca
Para além de um espaço para aprender novas habilidades, o curso também é lugar de apoio emocional, inclusão e de valorização da acessibilidade.

Foi em uma visita ao oftalmologista que a jovem Francivânia Torres, de 28 anos, teve o diagnóstico de retinose pigmentar, uma doença ocular hereditária e degenerativa que causa deficiência visual grave. Infelizmente, já não era possível recuperar a visão. Ela foi encaminhada para o Instituto de Cegos do Ceará Hélio Góes, em Fortaleza, e ali começou um processo de reabilitação para se adaptar à sua nova condição. Foi durante essa jornada que ela teve o primeiro contato com um podcast, através do curso ofertado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Rede Cuca, a pessoas que estão passando pelo mesmo processo de Francivânia.

A ideia do curso, ministrado pelo professor Pedro Brandão, surgiu após uma oficina, fruto da parceria entre o Instituto de Cegos do Ceará e a Rede Cuca. A oficina resultou em três episódios do podcast “Olhares Possíveis”, gravado em 2023.

Agora, o curso de podcast oferta aulas às segundas e quartas pela manhã para pessoas atendidas no Instituto dos Cegos. A capacitação ocorre na sede do instituto, onde há um estúdio de gravação. Atualmente, a turma conta com sete alunos, que já estão em processo de gravação do "Podcego", nome que os próprios alunos escolheram para dar ao programa que tem como entrevistadas pessoas que trabalham no Instituto e tem muita história para contar.

O professor Pedro conta que alguns alunos já escutavam muito rádio, mas ainda não conheciam a ferramenta do podcast. "São aulas bem práticas para eles aprenderem a mexer com o microfone, com o computador, para aprenderem a ouvir a própria voz", explica.

Para Francivânia, poder compartilhar sua história e ter acesso a ferramentas de comunicação é uma forma de dar protagonismo a um dos seus sentidos: a fala. “Eu me interessei pelo podcast porque Deus deu a nós, seres humanos, o poder de falar. Eu entendo que a comunicação é muito importante, e uma vez eu ouvi alguém dizer que comunicação não é o que eu falo, mas o que o outro entende”, diz ela. “O podcast tem sido algo muito satisfatório, tanto para mim quanto para todos os meus colegas”, completa.

Para quem está aprendendo a viver com baixa ou sem visão, o curso ofertado pela Rede Cuca não é apenas um momento para aprender novas habilidades técnicas. É também espaço de apoio emocional, inclusão e de valorização da acessibilidade. "A pessoa com deficiência tem suas limitações, mas ela tem muita capacidade. Hoje o mundo está muito visual. A internet, as informações, tudo é visual. Para a pessoa com deficiência, é muito difícil. Então, surge o podcast como uma forma também de entretenimento e consumo de conteúdos”, destaca Cláudia Holanda, assistente social do Instituto de Cegos.

Troca de experiências

Sempre muito comunicativo e atento à evolução das ferramentas de comunicação, Ivanildo Bezerra, 49 anos, descobriu uma catarata ainda na adolescência e hoje tem baixa visão. Aposentado, viu no curso de podcast uma oportunidade de se aproximar do sonho antigo de cursar Publicidade e Propaganda.

Seu Ivanildo ressalta o quanto as tecnologias de acessibilidade, em maioria utilizando áudio, são importantes no dia a dia. “O curso é uma troca de experiência, e hoje em dia as mídias sociais ajudam bastante na comunicação, os leitores de voz, tanto no celular como no computador, são uma luz pra gente. Antes, como diríamos, eu digitava “catando milho” e com a evolução, hoje já é catando pipoca (risos). E assim a gente vai evoluindo”, comenta.

Rede Cuca oferece curso de podcast para pessoas com deficiência visual atendidas pelo Instituto dos Cegos

O curso é uma ferramenta de inclusão e protagonismo para pessoas que estão em processo de reabilitação para se adaptar à vida com baixa ou nenhuma visão

duas pessoas sentadas dentro de um estúdio e uma delas com um microfone na segurado próximo a boca
Para além de um espaço para aprender novas habilidades, o curso também é lugar de apoio emocional, inclusão e de valorização da acessibilidade.

Foi em uma visita ao oftalmologista que a jovem Francivânia Torres, de 28 anos, teve o diagnóstico de retinose pigmentar, uma doença ocular hereditária e degenerativa que causa deficiência visual grave. Infelizmente, já não era possível recuperar a visão. Ela foi encaminhada para o Instituto de Cegos do Ceará Hélio Góes, em Fortaleza, e ali começou um processo de reabilitação para se adaptar à sua nova condição. Foi durante essa jornada que ela teve o primeiro contato com um podcast, através do curso ofertado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Rede Cuca, a pessoas que estão passando pelo mesmo processo de Francivânia.

A ideia do curso, ministrado pelo professor Pedro Brandão, surgiu após uma oficina, fruto da parceria entre o Instituto de Cegos do Ceará e a Rede Cuca. A oficina resultou em três episódios do podcast “Olhares Possíveis”, gravado em 2023.

Agora, o curso de podcast oferta aulas às segundas e quartas pela manhã para pessoas atendidas no Instituto dos Cegos. A capacitação ocorre na sede do instituto, onde há um estúdio de gravação. Atualmente, a turma conta com sete alunos, que já estão em processo de gravação do "Podcego", nome que os próprios alunos escolheram para dar ao programa que tem como entrevistadas pessoas que trabalham no Instituto e tem muita história para contar.

O professor Pedro conta que alguns alunos já escutavam muito rádio, mas ainda não conheciam a ferramenta do podcast. "São aulas bem práticas para eles aprenderem a mexer com o microfone, com o computador, para aprenderem a ouvir a própria voz", explica.

Para Francivânia, poder compartilhar sua história e ter acesso a ferramentas de comunicação é uma forma de dar protagonismo a um dos seus sentidos: a fala. “Eu me interessei pelo podcast porque Deus deu a nós, seres humanos, o poder de falar. Eu entendo que a comunicação é muito importante, e uma vez eu ouvi alguém dizer que comunicação não é o que eu falo, mas o que o outro entende”, diz ela. “O podcast tem sido algo muito satisfatório, tanto para mim quanto para todos os meus colegas”, completa.

Para quem está aprendendo a viver com baixa ou sem visão, o curso ofertado pela Rede Cuca não é apenas um momento para aprender novas habilidades técnicas. É também espaço de apoio emocional, inclusão e de valorização da acessibilidade. "A pessoa com deficiência tem suas limitações, mas ela tem muita capacidade. Hoje o mundo está muito visual. A internet, as informações, tudo é visual. Para a pessoa com deficiência, é muito difícil. Então, surge o podcast como uma forma também de entretenimento e consumo de conteúdos”, destaca Cláudia Holanda, assistente social do Instituto de Cegos.

Troca de experiências

Sempre muito comunicativo e atento à evolução das ferramentas de comunicação, Ivanildo Bezerra, 49 anos, descobriu uma catarata ainda na adolescência e hoje tem baixa visão. Aposentado, viu no curso de podcast uma oportunidade de se aproximar do sonho antigo de cursar Publicidade e Propaganda.

Seu Ivanildo ressalta o quanto as tecnologias de acessibilidade, em maioria utilizando áudio, são importantes no dia a dia. “O curso é uma troca de experiência, e hoje em dia as mídias sociais ajudam bastante na comunicação, os leitores de voz, tanto no celular como no computador, são uma luz pra gente. Antes, como diríamos, eu digitava “catando milho” e com a evolução, hoje já é catando pipoca (risos). E assim a gente vai evoluindo”, comenta.