07 de December de 2021 em Cultura

Saiba mais sobre composições e intérpretes que venceram o IV Festival da Música de Fortaleza

Ao todo, o Festival distribuiu R$ 64 mil em premiações


Final com os ganhadores da final do Festival da Música - Foto Thiago Matine
Os vencedores do Festival da Música de Fortaleza receberam seus prêmios do prefeito José Sarto e do titular da Secultfor, Elpídio Nogueira (Fotos: Thiago Matine)

O Festival da Música de Fortaleza chegou à sua quarta edição em 2021 revelando grandes composições e trazendo ao palco marcantes apresentações. “Geandra”, de Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes, teve interpretação de Ariel Moura - todos do Amapá - e foi a grande vencedora do evento, levando a premiação de R$ 40 mil.

“Eu sempre vi os festivais como eventos de agregação embora tenham outras importâncias, não só para os artistas mas para toda a sociedade que os promove. Ter participado do Festival da Música de Fortaleza e ter sido premiado, para mim e para meu parceiro de composição, Enrico Di Miceli, e sobretudo para Ariel Moura, que interpretou de um modo tão magistral a canção 'Geandra', e para Geandra Bastos, a musa inspiradora da canção, está sendo motivo de uma intensa felicidade.”, afirmou Joãozinho Gomes.

Joãozinho Gomes é poeta e compositor, reconhecido como um dos mais atuantes poetas-letristas do atual cenário brasileiro. A sua produção consiste em 240 canções gravadas e um livro editado. Enrico Di Miceli é músico, cantor e compositor Amazônico, possui duas discos lançados: Amazônica Elegância e Timbres e Temperos. Joãozinho e Enrico são paraenses radicados no Estado do Amapá.

A intérprete da canção vencedora, Ariel Moura, é cantora, compositora e atriz. Canta desde a adolescência através de apresentações artísticas em sua igreja, mas iniciou sua carreira profissional de fato em 2015. Tem influências do soul, jazz, pop e MPB, assume as raízes do batuque e marabaixo como uma de suas grandes referências. É considerada uma das mais promissoras vozes da Região Norte pela singularidade de seu timbre e sua versatilidade de interpretação.

Ganhadora do Festival Ariel Moura -  Foto Thiago Matine
Ariel Moura é considerada uma das mais promissoras vozes da Região Norte

É Osso

A canção que ficou em segundo lugar foi “É Osso”, com a premiação de R$ 12,6 mil, interpretada por Shirley Diógenes, sendo composta pela própria intérprete em parceria com Edinho Vilas Boas, ambos cearenses. A artista já teve outra composição sua, “Se Eu Fosse Eu”, vencedora do Festival no ano de 2020. Na ocasião, a música foi interpretada por Jeffe que também foi premiada na categoria melhor intérprete. No pódio e com o troféu, a artista dedicou a vitória para os demais participantes. “Nós já somos vitoriosos meus amigos. Nós vivemos de arte em um país que trabalha muito pouco pela arte. Isso aqui é para todos nós”.

Shirley Diógenes é atriz, cantora e compositora. Licenciada em Música pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), possui formação técnica em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atuou como atriz e cantora em diversos espetáculos, como a “Ópera do Malandro” de Chico Buarque, “Opereta” de Chiquinha Gonzaga, “Trindades”, “Salomé” e “Bárbaras: Canções do Palco Brasileiro”. É professora de música e expressão corporal em diversas escolas de Fortaleza, além de possuir algumas de suas canções gravadas por parceiros cearenses. Edinho Vilas Boas é cantor, compositor e produtor musical, formado pelo Instituto Federal do Ceará. Seu último trabalho lançado é o CD “Retumbante”. Edinho se destaca no cenário musical de música autoral brasileira através de importantes premiações.

Shirley Diógenes interpretando a canção é osso -  Foto Thiago Matine
Shirley Diógenes ficou em segundo lugar com a canção "É Osso" 

Voz e Violão

Já a terceira canção premiada nesta quarta edição do Festival, com o valor de R$ 5,7 mil, foi “Voz e Violão” de Pedrinho Callado e Paulinho Pedra Azul - ambos do Pará -, interpretado por Marcus Caffe. Pedrinho Callado é compositor, músico e produtor musical. Já lançou sete álbuns. Além de ser premiado em festivais Brasil afora, fez trilha para filmes e publicidades, produziu cinco documentários e dezenas de álbuns de outros autores. Paulinho Pedra Azul é compositor, cantor, letrista e artista plástico. Tem várias músicas de sucesso no Brasil destacando-se “Jardim da Fantasia”, popularmente conhecida como “Bem Te Vi”. Lançou diversos discos desde 1982. O intérprete Marcus Caffé é pesquisador de estéticas e personagens brasileiros, atua no segmento de shows temáticos e tem como destaque de sua personalidade o timbre peculiar e grande força interpretativa.

Marcus Caffé interpretando a canção voz e violão - Foto Thiago Matine
Marcus Caffé interpretando a canção "Voz e Violão", terceira colocada no Festival da Música 

Melhor intérprete

O prêmio de melhor intérprete, com o valor de R$ 5,7 mil, foi para Nayra Costa, cantora que perpassa as mais diferentes vertentes musicais, da música popular ao jazz e que é reconhecida por sua extraordinária potência vocal. Ela se apresentou com a canção “Pequeno Planador”, de Thiago Araripe.

Araripe é cantor e compositor nascido no Crato (região do Cariri Cearense). Em 1982 lançou o álbum “Cabelos de Sansão” com o grupo Lira Paulistana, relançado por Zeca Baleiro, de quem se tornou parceiro. Em São Paulo, dividiu palcos com Tom Zé, integrou o grupo Papa Poluição e participou de trilhas de filmes, como “Sargento Getúlio”. Seu mais recente álbum é “Terramarear”, que reúne 37 músicos e artistas de diversos continentes.

Nayra Costa vencedora de melhor intérprete -  Foto Thiago Matine
Nayra Costa foi vencedora de melhor intérprete com a música “Pequeno Planador”, de Thiago Araripe

LETRAS

Geandra (Enrico Di Miceli / Joãozinho Gomes)
Intérprete: Ariel Moura

Terpsícore engendra
as sapatilhas de Geandra,
as bordas borda-as a ouro
para susterem as asas das
sandálias de Hermes

A bailarina dança
À baila vem a lira
Alinha-se a esperança
E ali ela se aninha

E ali ela descansa
No fio com as andorinhas
Pensando em nova dança
Pra valsa em caixinhas

Desperta nas estampas
Em cântaros da China
Às vezes sobre as tampas
Das raras pucarinas

A noite se levanta
Estrelas pequeninas
Despencam todas, tantas,
Purpuram a menina

Porta-bandeira dança
O ato em si fascina
O que sua arte alcança
O ser não imagina

Soa a terceira campa
O palco se ilumina;
Existe uma Geandra
Em toda bailarina

É Osso (Shirley Diógenes e Edinho Vilas Boas)
Intérprete: Shirley Diógenes

Margarina
Café
Sabão em pó
Água sanitária
Fósforo
Alho poró
Frutas
Carnes
Ver dura
A vida dura
Pra pagar
Pra levar
Pra cumprir
Pra seguir na fila

Será que tem jeito?
É tudo tão caro
Me afogo no raso
Da gasolina
Triste rotina
O preço e o coração disparam

Então me contorço
Pra caber no bolso
É meu calabouço
A luz apagada
A água Pingada
E as minhas palavras
Debaixo do destroço

É osso !
É osso !

A gente acorda
Com a corda no pescoço
Mas o marketing de uma empresa diz num outdoor

Você tem que ser melhor
Você tem que ser melhor
Acorde cedo
Pague o preço
Veja só (Seja só)

O candidato
Diz que é o melhor
Aquela igreja
Vende o que é melhor
(A paz eterna)
Vem depois
Mas tá de promoção

"Dividimos em até 80 anos
Com os juros do cartão"

Voz e Violão (Pedrinho Callado / Paulinho Pedra Azul)
Intérprete: Marcus Caffe

Eu vou deixando acontecer
É preciso aprender
A ganhar e a perder
Mas preciso compreender
Que as palavras vem e vão.
São pra responder, afinal.
Eu vou cantando pra viver
Quero ver o sol nascer
Muita água pra correr
Fruta boa pra comer
Muita voz e violão.
Meu coração em paz.
Quero te amar, te abraçar
Quero teu bem, nada de mal
Gente que vem, gente que vai
Presta atenção, olha o sinal.
Somos do bem, gente legal.
Quem dá muito amor é chama, aquecer.
Sempre ter nos olhos
A fonte da luz
Como esta canção
Que agora conduz.
Se sobrar uma nota, melhor
Se faltar, natureza produz.
Antes da palavra tem meu coração
Depois, melodia com muita paixão.
Tanta poesia e eu só.
Na garganta apertada, um nó.

Pequeno Planador (Tiago Araripe)
Intérprete: Nayra Costa

Vejo, de um pequeno planador,
O Planeta Azul que nos restou
Nos seus tons de cinza, o desamor
Que as nossas verdes matas desfolhou

Mas a vida quer sobreviver
Coração é feito pra pulsar
A gente não dá o braço a torcer
E se dá as mãos pra superar

Êê, êê
Êê, êê

Que a lágrima não venha afogar
Fazer o coração endurecer
Há esperança pra continuar
Há fé em Deus pra não esmorecer

Êê, êê
Êê, êê
Amazônia.

Saiba mais sobre composições e intérpretes que venceram o IV Festival da Música de Fortaleza

Ao todo, o Festival distribuiu R$ 64 mil em premiações

Final com os ganhadores da final do Festival da Música - Foto Thiago Matine
Os vencedores do Festival da Música de Fortaleza receberam seus prêmios do prefeito José Sarto e do titular da Secultfor, Elpídio Nogueira (Fotos: Thiago Matine)

O Festival da Música de Fortaleza chegou à sua quarta edição em 2021 revelando grandes composições e trazendo ao palco marcantes apresentações. “Geandra”, de Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes, teve interpretação de Ariel Moura - todos do Amapá - e foi a grande vencedora do evento, levando a premiação de R$ 40 mil.

“Eu sempre vi os festivais como eventos de agregação embora tenham outras importâncias, não só para os artistas mas para toda a sociedade que os promove. Ter participado do Festival da Música de Fortaleza e ter sido premiado, para mim e para meu parceiro de composição, Enrico Di Miceli, e sobretudo para Ariel Moura, que interpretou de um modo tão magistral a canção 'Geandra', e para Geandra Bastos, a musa inspiradora da canção, está sendo motivo de uma intensa felicidade.”, afirmou Joãozinho Gomes.

Joãozinho Gomes é poeta e compositor, reconhecido como um dos mais atuantes poetas-letristas do atual cenário brasileiro. A sua produção consiste em 240 canções gravadas e um livro editado. Enrico Di Miceli é músico, cantor e compositor Amazônico, possui duas discos lançados: Amazônica Elegância e Timbres e Temperos. Joãozinho e Enrico são paraenses radicados no Estado do Amapá.

A intérprete da canção vencedora, Ariel Moura, é cantora, compositora e atriz. Canta desde a adolescência através de apresentações artísticas em sua igreja, mas iniciou sua carreira profissional de fato em 2015. Tem influências do soul, jazz, pop e MPB, assume as raízes do batuque e marabaixo como uma de suas grandes referências. É considerada uma das mais promissoras vozes da Região Norte pela singularidade de seu timbre e sua versatilidade de interpretação.

Ganhadora do Festival Ariel Moura -  Foto Thiago Matine
Ariel Moura é considerada uma das mais promissoras vozes da Região Norte

É Osso

A canção que ficou em segundo lugar foi “É Osso”, com a premiação de R$ 12,6 mil, interpretada por Shirley Diógenes, sendo composta pela própria intérprete em parceria com Edinho Vilas Boas, ambos cearenses. A artista já teve outra composição sua, “Se Eu Fosse Eu”, vencedora do Festival no ano de 2020. Na ocasião, a música foi interpretada por Jeffe que também foi premiada na categoria melhor intérprete. No pódio e com o troféu, a artista dedicou a vitória para os demais participantes. “Nós já somos vitoriosos meus amigos. Nós vivemos de arte em um país que trabalha muito pouco pela arte. Isso aqui é para todos nós”.

Shirley Diógenes é atriz, cantora e compositora. Licenciada em Música pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), possui formação técnica em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atuou como atriz e cantora em diversos espetáculos, como a “Ópera do Malandro” de Chico Buarque, “Opereta” de Chiquinha Gonzaga, “Trindades”, “Salomé” e “Bárbaras: Canções do Palco Brasileiro”. É professora de música e expressão corporal em diversas escolas de Fortaleza, além de possuir algumas de suas canções gravadas por parceiros cearenses. Edinho Vilas Boas é cantor, compositor e produtor musical, formado pelo Instituto Federal do Ceará. Seu último trabalho lançado é o CD “Retumbante”. Edinho se destaca no cenário musical de música autoral brasileira através de importantes premiações.

Shirley Diógenes interpretando a canção é osso -  Foto Thiago Matine
Shirley Diógenes ficou em segundo lugar com a canção "É Osso" 

Voz e Violão

Já a terceira canção premiada nesta quarta edição do Festival, com o valor de R$ 5,7 mil, foi “Voz e Violão” de Pedrinho Callado e Paulinho Pedra Azul - ambos do Pará -, interpretado por Marcus Caffe. Pedrinho Callado é compositor, músico e produtor musical. Já lançou sete álbuns. Além de ser premiado em festivais Brasil afora, fez trilha para filmes e publicidades, produziu cinco documentários e dezenas de álbuns de outros autores. Paulinho Pedra Azul é compositor, cantor, letrista e artista plástico. Tem várias músicas de sucesso no Brasil destacando-se “Jardim da Fantasia”, popularmente conhecida como “Bem Te Vi”. Lançou diversos discos desde 1982. O intérprete Marcus Caffé é pesquisador de estéticas e personagens brasileiros, atua no segmento de shows temáticos e tem como destaque de sua personalidade o timbre peculiar e grande força interpretativa.

Marcus Caffé interpretando a canção voz e violão - Foto Thiago Matine
Marcus Caffé interpretando a canção "Voz e Violão", terceira colocada no Festival da Música 

Melhor intérprete

O prêmio de melhor intérprete, com o valor de R$ 5,7 mil, foi para Nayra Costa, cantora que perpassa as mais diferentes vertentes musicais, da música popular ao jazz e que é reconhecida por sua extraordinária potência vocal. Ela se apresentou com a canção “Pequeno Planador”, de Thiago Araripe.

Araripe é cantor e compositor nascido no Crato (região do Cariri Cearense). Em 1982 lançou o álbum “Cabelos de Sansão” com o grupo Lira Paulistana, relançado por Zeca Baleiro, de quem se tornou parceiro. Em São Paulo, dividiu palcos com Tom Zé, integrou o grupo Papa Poluição e participou de trilhas de filmes, como “Sargento Getúlio”. Seu mais recente álbum é “Terramarear”, que reúne 37 músicos e artistas de diversos continentes.

Nayra Costa vencedora de melhor intérprete -  Foto Thiago Matine
Nayra Costa foi vencedora de melhor intérprete com a música “Pequeno Planador”, de Thiago Araripe

LETRAS

Geandra (Enrico Di Miceli / Joãozinho Gomes)
Intérprete: Ariel Moura

Terpsícore engendra
as sapatilhas de Geandra,
as bordas borda-as a ouro
para susterem as asas das
sandálias de Hermes

A bailarina dança
À baila vem a lira
Alinha-se a esperança
E ali ela se aninha

E ali ela descansa
No fio com as andorinhas
Pensando em nova dança
Pra valsa em caixinhas

Desperta nas estampas
Em cântaros da China
Às vezes sobre as tampas
Das raras pucarinas

A noite se levanta
Estrelas pequeninas
Despencam todas, tantas,
Purpuram a menina

Porta-bandeira dança
O ato em si fascina
O que sua arte alcança
O ser não imagina

Soa a terceira campa
O palco se ilumina;
Existe uma Geandra
Em toda bailarina

É Osso (Shirley Diógenes e Edinho Vilas Boas)
Intérprete: Shirley Diógenes

Margarina
Café
Sabão em pó
Água sanitária
Fósforo
Alho poró
Frutas
Carnes
Ver dura
A vida dura
Pra pagar
Pra levar
Pra cumprir
Pra seguir na fila

Será que tem jeito?
É tudo tão caro
Me afogo no raso
Da gasolina
Triste rotina
O preço e o coração disparam

Então me contorço
Pra caber no bolso
É meu calabouço
A luz apagada
A água Pingada
E as minhas palavras
Debaixo do destroço

É osso !
É osso !

A gente acorda
Com a corda no pescoço
Mas o marketing de uma empresa diz num outdoor

Você tem que ser melhor
Você tem que ser melhor
Acorde cedo
Pague o preço
Veja só (Seja só)

O candidato
Diz que é o melhor
Aquela igreja
Vende o que é melhor
(A paz eterna)
Vem depois
Mas tá de promoção

"Dividimos em até 80 anos
Com os juros do cartão"

Voz e Violão (Pedrinho Callado / Paulinho Pedra Azul)
Intérprete: Marcus Caffe

Eu vou deixando acontecer
É preciso aprender
A ganhar e a perder
Mas preciso compreender
Que as palavras vem e vão.
São pra responder, afinal.
Eu vou cantando pra viver
Quero ver o sol nascer
Muita água pra correr
Fruta boa pra comer
Muita voz e violão.
Meu coração em paz.
Quero te amar, te abraçar
Quero teu bem, nada de mal
Gente que vem, gente que vai
Presta atenção, olha o sinal.
Somos do bem, gente legal.
Quem dá muito amor é chama, aquecer.
Sempre ter nos olhos
A fonte da luz
Como esta canção
Que agora conduz.
Se sobrar uma nota, melhor
Se faltar, natureza produz.
Antes da palavra tem meu coração
Depois, melodia com muita paixão.
Tanta poesia e eu só.
Na garganta apertada, um nó.

Pequeno Planador (Tiago Araripe)
Intérprete: Nayra Costa

Vejo, de um pequeno planador,
O Planeta Azul que nos restou
Nos seus tons de cinza, o desamor
Que as nossas verdes matas desfolhou

Mas a vida quer sobreviver
Coração é feito pra pulsar
A gente não dá o braço a torcer
E se dá as mãos pra superar

Êê, êê
Êê, êê

Que a lágrima não venha afogar
Fazer o coração endurecer
Há esperança pra continuar
Há fé em Deus pra não esmorecer

Êê, êê
Êê, êê
Amazônia.