Fortaleza reduz anualmente índices de gravidez na adolescência
As ações intersetorias da Prefeitura de Fortaleza direcionadas aos adolescentes têm alcançado uma redução significativa da gravidez na adolescência. Conforme dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em 2016, dos 37.454 nascidos vivos na Rede Municipal de Saúde, 5.989, equivalente a 15,9% do total, foram de mães adolescentes. Já em 2021, dos 31.360 nascidos vivos, 3.559 eram de mães adolescentes, 11,2% do total.
A redução de 4,7 pontos percentuais desse indicador é um grande avanço quando levamos em consideração múltiplos fatores como histórico familiar, social e cultural, nas quais essas adolescentes estão inseridas, destaca a assessora técnica da área da Saúde da Mulher, Léa Dias.
“Um dos fatores mais importantes de prevenção é a educação, peça chave para a saúde integral, tanto no âmbito individual quanto coletivo. Munir os adolescentes, sejam meninas ou meninos, de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores irá capacitá-los para cuidar de sua saúde, bem-estar e dignidade, bem como para avaliar suas escolhas e como essas afetam as suas vidas”, afirma Léa.
Os índices de pré-natal também evoluíram nesse período. Em Fortaleza, o percentual de gestantes adolescentes que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, número preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), cresceu 10,3%, entre 2016 e 2021. Das 22.354 gestantes que realizaram seu acompanhamento no quantitativo orientado pelo MS, em 2021, 2.103 são adolescentes (59%) do total de 3.559.
Para obter estss evoluções, a Prefeitura realiza diversas iniciativas intersetorias para prevenção da gravidez precoce. As ações abrangem as Secretarias Municipais da Educação (SME), com o Programa Viva seu Tempo, e da Juventude, por meio dos Cucas, além de universidades, dentre outras instituições. Assim, a conscientização acontece de forma descentralizada, alcançando adolescentes e profissionais.
Programa Saúde na Escola
A iniciativa do Ministério da Saúde (MS), com o eixo Direitos Sexuais e Reprodutivos e Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), trabalha a prevenção da gravidez divulgando métodos contraceptivos. Os materiais são recebidos nas unidades de saúde e as informações sobre o uso são transmitidas aos adolescentes.
Atenção Primária à Saúde (UAPS)
A Atenção Primária à Saúde, através dos 116 postos de saúde da capital, atua promovendo palestras, oficinas, aconselhamento, atualização do cartão de vacina, roda de conversas dentro dos grupos de gestantes. São trabalhados assuntos como gravidez na adolescência, planejamento familiar, desafios da maternidade na adolescência, infecções sexualmente transmissíveis, importância do aleitamento materno, cuidados com o recém-nascido, direitos das gestantes e dos bebês, alimentação da nutriz, alterações psicológicas em virtude da gravidez ou do parto, dentre outros.
Além disso, os postos ofertam camisinhas de forma gratuita, fazem o acompanhamento do pré-natal dessas adolescentes e promovem grupos de apoio para gestante.
O atendimento especializado ocorre no Gonzaguinha da Messejana, com o projeto Sigo-Adolescente, que dá uma atenção integral as adolescentes considerando as condições de saúde física, mental, social e cultural, pré-natal humanizado e o acompanhamento a fim de evitar a reincidência de uma nova gestação.
No atendimento, são apresentados às adolescentes gestantes os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração - conhecidos como LARCs, com o objetivo de evitar a reincidência da gravidez na adolescência. "A literatura internacional mostra que esses métodos são mais eficientes para essa prevenção, como o DIU de cobre. Isso é oferecido para elas, mas é uma decisão individual", ressalta Léa Dias.
Métodos contraceptivos
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta de maneira gratuita nove métodos contraceptivos que ajudam no planejamento familiar. São eles: anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral; minipílula; pílula combinada; pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU); preservativo feminino e preservativo masculino.
Pré-natal
A mulher deve procurar o posto de saúde mais próximo da sua residência, a partir dos primeiros indicativos ,como o atraso menstrual, para diagnosticar a gestação. O objetivo é que a gestante comece o pré-natal precoce ainda no primeiro mês ou primeiro trimestre de gravidez.
Durante o atendimento de pré-natal na rede pública, a paciente já recebe o encaminhamento para a maternidade a qual fará o parto, realiza testes rápidos e consulta odontológica. A rede ainda promove a visita antecipada da gestante à maternidade e realiza busca ativa das gestantes faltosas.
Adolescência
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como adolescentes pessoas de 10 a 19 anos. Além do impacto emocional provocado, a gravidez na adolescência representa uma série de riscos tanto à saúde da gestante quanto à do bebê. Estudos mostram uma maior incidência de prematuridade e baixo peso em recém-nascidos de mães adolescentes, além de um maior risco de óbito perinatal. É frequente a reincidência de gravidez na adolescência, principalmente naquela menina que muda de parceiro, é solteira e tem baixa escolaridade. Também é preocupante a diminuição da idade da gravidez na adolescência.
Programa Viva seu Tempo otimiza ações de prevenção à gravidez na adolescência
A Prefeitura de Fortaleza, por meio das Secretarias de Saúde e Educação, participam, nesta sexta-feira (01/01), do lançamento do Programa Viva seu Tempo, do Comitê Interinstitucional de Prevenção à Gravidez na Adolescência. O evento será realizado às 9h, no auditório dos Centros de Apoio do Ministério Público (Av. Antonio Sales, 1740). O lançamento é alusivo à Semana da Prevenção à Gravidez na Adolescência.
A missão da iniciativa é oferecer meios para que os adolescentes cumpram todas as etapas de suas vidas, evitando a gravidez precoce, ocasionando o abandono dos estudos ou assumindo responsabilidades impróprias para sua idade.
Segundo a coordenadora geral do programa, Dra. Elizabeth Almeida, promotora de Justiça, a ideia partiu da necessidade de alinhar ações – até então desconectadas - já realizadas por cada uma das entidades envolvidas, de forma a otimizar recursos e garantir maior eficácia nos resultados, repercutindo na Saúde, na Educação e na Segurança pública. Além das Secretarias Municipais de Saúde e Educação, o Comitê Interinstitucional é composto pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), Universidade Federal do Ceará (UFC), Instituto Primeira Infância (Iprede) e secretarias da Educação e da Saúde do Estado do Ceará.
Dentro do programa, a SMS e a SME terão como ações o fortalecimento do Programa Saúde na Escola (PSE), com a realização de rodas de conversas nas escolas sobre os direitos sexuais e reprodutivos, formação de professores e alunos multiplicadores de ações de prevenção à gravidez na adolescência.
A SMS, por sua vez, terá agenda específica para facilitar o acesso dos adolescentes às consultas nos postos de saúde; qualificação dos profissionais para atendimento deste público em específico; e oferta dos métodos contraceptivos fornecidos pelo Ministério da Saúde. Além disso, reforçará a educação de adolescente para adolescente, com o projeto Jovens Articuladores da Saúde, que selecionará adolescentes de 16 a 25 anos para fortalecer a rede de atenção primária do município, estimulando o protagonismo juvenil, promovendo saúde e prevenção de doenças, assim como situações de risco da própria juventude em territórios de alta vulnerabilidade da cidade.
Adolescência
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como adolescentes pessoas de 10 a 19 anos. Além do impacto emocional provocado, a gravidez na adolescência representa uma série de riscos tanto à saúde da gestante quanto à do bebê. Estudos mostram uma maior incidência de prematuridade e baixo peso em recém-nascidos de mães adolescentes, além de um maior risco de óbito perinatal. É frequente a reincidência de gravidez na adolescência, principalmente naquela menina que muda de parceiro, é solteira e tem baixa escolaridade. Também é preocupante a diminuição da idade da gravidez na adolescência.
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