A tarde e a noite deste domingo (25/06) na Avenida Beira-Mar foram tomadas por muita cor, brilho, música e palavras de afirmação dos direitos da população LGBTQIA+, na XXII Parada da Diversidade Sexual do Ceará, que teve como tema VRAAAHH! Todes nas Lutas por Políticas Públicas: por quem se foi, por quem está e por quem virá. Realizado desde 1999, o evento é idealizado pelo Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), com o Governo do Estado e com outros parceiros.
A coordenadora especial da Diversidade Sexual da SDHDS, Andrea Rossati, considera que a XXII Parada da Diversidade celebra uma nova conjuntura. "É um momento importantíssimo, porque a gente vem saindo de um cenário de exclusão, de preconceito, e se aproxima de uma nova conjuntura, da reformulação do respeito às diferenças, do respeito ao próximo, do respeito às diversidades sexuais e a identidade de gênero", observa.
O secretário da SDHDS Francisco Ibiapina destaca a relevância da Parada da Diversidade para a história de Fortaleza. "São mais de duas décadas festejando o orgulho de ser quem se é, o respeito à identidade de cada pessoa e o respeito à diversidade", ressalta, acrescentando que o evento reflete um esforço continuo da Prefeitura para realizar políticas públicas que contemplem a diversidade.
Participando da Parada há seis anos, Josiane Lopes conta que o evento contribuiu para que ela se empoderasse, parando de sentir vergonha, começando a se expressar mais e a lutar por seus direitos. "É o momento em que você não tem medo de colocar a roupa com a qual se identifica, de beijar alguém em público, porque a gente ainda sofre muito preconceito. Então é aquele momento de liberdade, e é maravilhoso", comemora.
Ativista do Mães da Resistência, coletivo de mães, pais e familiares de pessoas LGBTQIA+ que lutam pelos direitos de sues filhes por e com elus, Yandra Lobo segurava um cartaz falando da importância de abraçar filhos, filhas e filhes do jeito que eles são. Para ela, era também um momento de celebrar. "Quando a gente toma as ruas para falar abertamente dessas existências que muitas vezes são perseguidas, tanto de maneira manifesta como de maneira velada, é uma festa para as nossas famílias. A gente que chora tanto muitas vezes, a gente que tem que escrever nota pelos assassinatos das pessoas trans, quando nos reunimos em um dia como esse, estamos aqui para festejar, para dizer que é possível ser feliz na diversidade", explica.
Yandra salienta que a parada é também um momento de união e partilha de referências. "Parece que a marca do sofrimento é como se fosse algo que sempre se esperasse para famílias como as nossas, e quando a gente se une e forma um movimento social, a gente vê como é possível inventar o mundo novo", diz.
A XXII Parada da Diversidade Sexual do Ceará contou com plano operacional realizado pela Prefeitura de Fortaleza, com organização de trânsito, transporte, segurança, saúde e limpeza para garantir a tranquilidade e o conforto do público antes, durante e após o evento.