“Esse evento é uma celebração da nossa cultura, nossa identidade. Vem acrescentar ao trabalho que a gente faz em sala de aula, que é resgatar nos alunos a sua identidade cultural e origens étnicas. Que eles possam crescer valorizando a sua raça e seu poder”, defendeu a professora Zilda Linhares, da Escola Municipal Jesus Cristo, ao definir a importância do letramento racial. A escola foi uma das 460 da Rede Municipal de Ensino reconhecidas com o Selo Escola Antirracista, em evento promovido nesta sexta-feira (01/03), pela Secretaria Municipal da Educação (SME).
Para demarcar mais um passo na construção de uma educação que valoriza as diferenças étnicas e raciais, a SME promoveu a primeira edição da comenda. A entrega, realizada no Teatro Municipal São José, fomenta as ações interdisciplinares antirracistas realizadas em sala de aula, assim como eventos e formações de profissionais.
“O Selo Antirracista é mais um passo para ampliar o trabalho que já implementamos. Na Rede Municipal não cabe o racismo ou qualquer tipo de preconceito. E é incentivando isso em atividades no chão das escolas que propagamos a conscientização e, principalmente, damos destaque à uma discussão antirracista de forma relevante e eficaz”, destacou a secretária Dalila Saldanha.
Enaltecendo as ações pedagógicas, o Selo Antirracista também reforça a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como as Leis nº 10.639/03 e 11.645/08, que incluem a obrigatoriedade das temáticas História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, respectivamente.
“Pela primeira vez, nós temos uma solenidade para reconhecer as unidades escolares que fazem esse trabalho. Sabemos da importância dessa pauta para a educação, para desenvolvimento de uma sociedade que respeita e acolhe a todos indistintamente. Além da solididade de entrega, lançamos hoje o regulamento do Selo já para o ano de 2024. É um momento de grande relevância para o currículo educacional”, pontuou Mônica Costa, coordenadora de Diversidade e Inclusão da SME.
Abordagem antirrascista dentro da sala de aula
A partir da criação do Selo, ao longo do ano letivo de 2023, as unidades escolares realizam uma programação específica envolvendo a temática, adaptada às diferentes etapas e modalidades de ensino. Essa abordagem personalizada permitiu que as escolas atendessem às necessidades e contextos de suas comunidades.
Na Escola de Tempo Integral Nossa Senhora de Fátima, por exemplo, o professor Adriano Ferreira implementou o Jornal Matraca. Somando-se à outras atividades desenvolvidas na unidade localizada no Álvaro Weyne, a publicação dá voz a cultura afro-brasileira e indígena, sendo um dos destaques nesta primeira edição do Selo.
“Esse reconhecimento nos dá mais força e reforça a necessidade de que seja desenvolvida e implantada nas escolas uma cultura antirracista. Como dizia Angela Davis: “Não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”. Com esse selo a Prefeitura de Fortaleza reforça mais uma vez a luta antirracista”, concluiu Adriano.
Programação da 1ª edição
Com a presença de representantes das 460 unidades escolares condecoradas, a primeira entrega do Selo Antirracista contou com apresentações de estudantes da Rede Municipal e roda de conversa com convidados. O momento teve a participação da coordenadora pedagógica Ozélia Horácio
Gonçalves, da psicóloga Priscilla Brito Tavares e da professora Najla Almeida Marques.