A criatividade está no ar. Mais precisamente na Academia do Professor Darcy Ribeiro durante o encerramento da etapa distrital da XI Feira de Ciências e Cultura de Fortaleza. Equipes das unidades escolares dos Distritos de Educação 2 e 6 apresentaram pesquisas, nesta quinta-feira (01/09), para uma banca de avaliadores encarregada de selecionar os 60 trabalhos para compor a etapa municipal do evento. Ao longo da semana, espaços como a Seara da Ciência e o Cuca Mondubim receberam os demais distritos participantes.
Um livro do autor Daniel Munduruku foi o ponto de partida para Gabriela Ferreira e Isabelli Praxedes, do 8° ano da Escola Municipal de Tempo Integral Guiomar da Silva (ETI), localizada no bairro Paupina. Com o objetivo de promover o conhecimento da cultura índigena, as estudantes apresentaram o trabalho "Escrita Indígena: Um caminho para a preservação da memória ancestral". Segundo elas, a pesquisa trouxe repertório para "estender este aprendizado para quem não entende sobre o assunto".
"Nós pensamos numa coisa diferente que ninguém poderia pensar em propor. A gente não conhecia este tema. Fizemos uma pesquisa bibliográfica com a ajuda da professora Márcia dos Santos, que já até visitou uma reserva indígena e nos contou sobre a experiência”, relata Isabelli, sendo complementada pela colega de apresentação: “Agora, a gente pode chegar numa roda de amigos e falar com propriedade sobre a importância dos indígenas para o Brasil”, conclui Gabriela.
Também expostos na feira, os benefícios do brinquedo pop it foram contemplados no trabalho defendido pelas alunas Camila Pacheco e Isabelle Batista, da Escola Municipal Professora Maria Odnilra Cruz Moreira, na Cidade 2000. Durante o retorno às aulas no pós-quarentena, explica a orientadora Kari Cristina Queiroz, o brinquedo disputava atenção com os materiais escolares. Desta forma, surgiu a ideia para o projeto "Pop it, brinquedo de inquietação".
"O que atrai tanto neste brinquedo? Este foi o nosso primeiro questionamento, a partir disso, começamos a pesquisar e descobrimos diversas maneiras de uso na própria sala de aula", diz a educadora, ao ouvir as discentes elencarem as vantagens da peça de silicone: "ele não serve só para apertar e soltar, serve também para diminuir a ansiedade, tirar o estresse e é, ainda, um recurso para alfabetização. Também pode ser muito bom para crianças autistas", argumentam.
Quem acompanhou todos os trabalhos com atenção e alegria foi a estudante Raquel Lorrany, que esteve entre os alunos que visitaram a feira. Ao lado dos colegas do 7º ano da ETI Maria Odete da Silva Colares, ela diz que a apreciação aos projetos escolhidos para disputar a etapa distrital "é um bom aprendizado e passa motivação. Para mim, é novo sair da escola e aprender fora dela por meio de uma oportunidade tão legal", diz, fazendo jus ao propósito do evento, que promoveu a visitação como forma de fortalecer o protagonismo estudantil, bem como despertar a curiosidade científica e o apreço à pesquisa em âmbito escolar.
Etapa distrital
Nesta fase da XI Feira de Ciências e Cultura de Fortaleza foram apresentados os 150 trabalhos selecionados a partir da Etapa Escolar realizada pelas unidades de ensino. As equipes apresentaram suas pesquisas para uma banca de avaliadores. Na segunda-feira (29/08), a Seara da Ciência foi palco dos trabalhos desenvolvidos pelos Distritos de Educação 1 e 3. Na quarta-feira (31/08), o Cuca do Mondubim recebeu as equipes para as apresentações dos Distritos 4 e 5. Os trabalhos concorrem à etapa municipal da feira.