Prefeitura de Fortaleza alerta para riscos relacionados aos distúrbios da tireoide que comprometem a saúde
Profissionais da Rede Municipal de Saúde de Fortaleza chamam atenção da população para os riscos relacionados aos distúrbios da tireoide, uma glândula presente na região frontal do pescoço e que é responsável pelo equilíbrio do metabolismo no organismo e por diversas funções de órgãos e tecidos do corpo, como temperatura, respiração, dentre outras.
A disfunção da tireoide é um problema endócrino relacionado à alteração dos hormônios no organismo, chamados de T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), podendo comprometer a saúde cardíaca, ciclo menstrual, peso, capacidade de concentração, musculatura, intestino, humor e intensificar sintomas psicológicos, como depressão, ansiedade e insônia.
“A disfunção da tireoide não é uma doença silenciosa, ela expõe diversos sintomas físicos e emocionais que podem facilmente ser confundido com outros fatores, como cansaço e ansiedade, e por isso que é tão importante procurar o posto de saúde mais próximo ao sentir qualquer sinal que esteja interferindo no seu bem-estar pessoal”, reforça a endocrinologista da Policlínica Dr. José Eloy da Costa Filho, Mirella Vasconcelos.
A Prefeitura de Fortaleza conta com médicos especialistas em endocrinologia, que realizam o acompanhamento de cada paciente nas Policlínicas do Município. O primeiro passo, em caso de suspeita de alguma disfunção da tireoide, é procurar atendimento na Atenção Primária, em um dos Postos de Saúde do Município. Após consulta e exames iniciais, o encaminhamento é realizado para a rede especializada, para que seja possível diagnosticar o quadro e definir o tratamento mais adequado.
Em Fortaleza, de janeiro a outubro deste ano, 9.863 pacientes foram atendidos e passaram a ser acompanhados periodicamente por médico especialista em endocrinologia em uma das quatro Policlínicas do município: Dr. José Eloy da Costa Filho, no bairro Bonsucesso, Policlínica Dr. Lusmar Veras Rodrigues, no bairro Jóquei Clube, Policlínica Dr. João Pompeu Lopes Randal e Policlínica Dr. Luiz Carlos Fontenele, ambas no bairro Passaré.
Hipertireoidismo x Hipotireoidismo
Existem dois tipos de problemas relacionados à tireoide: o hipertireoidismo, quando há um excesso de produção do hormônio no organismo; e o hipotireoidismo, quando a produção do hormônio é insuficiente. Na maioria dos casos, a condição se dá a uma resposta inflamatória chamada de Tireoide de Hashimoto, uma doença autoimune, em que o organismo produz anticorpos contra a glândula e diminui a sua capacidade de produção.
Para detectar a alteração na glândula, é necessário realizar consulta com um médico endocrinologista, que solicitará exames de sangue, físicos e ultrassonografia da região do pescoço para um diagnóstico mais preciso.
No hipertireoidismo, os principais sintomas são alterações no ritmo cardíaco (arritmia, taquicardia ou palpitações), insônia, sensação de cansaço, ansiedade, perda de peso, dentre outros. Já nos casos de hipotireoidismo, o paciente apresenta alguns sintomas como sonolência, dores nas articulações, lapsos de memória, depressão, palidez, baixa libido e aumento de peso sem motivo aparente.
As causas são relacionadas a uso de medicamentos, transtornos autoimunes ou de ordem congênita, porém alguns maus hábitos podem prejudicar o equilíbrio da glândula, como sedentarismo, baixa ingestão de iodo, estilo de vida estressante, consumo exagerado de cafeína, tabagismo e baixa ingestão de gorduras saudáveis.
Câncer na tireoide
A primeira suspeita para o câncer de tireoide é através do aparecimento de um bócio na região do pescoço, formando um caroço visível na região e que pode vir acompanhado de nódulos, causando desconforto, tosse e rouquidão em alguns casos. O diagnóstico do bócio é feito primeiramente com a avaliação de histórico familiar, seguido de exame de toque e de sangue. Para detalhes mais específicos, recomenda-se a cintilografia, a ultrassonografia e a biópsia do nódulo.
Tratamento
No caso do hipotireoidismo, o tratamento envolve a reposição do hormônio T4 (tiroxina) de forma sintética. Já no hipertireoidismo, costuma-se usar medicamentos para interromper os efeitos ou a produção dos hormônios tireoidianos ou a remoção cirúrgica da glândula (total ou parcial). Em ambos os casos é necessário o acompanhamento a longo prazo. Quando se trata de um câncer da tireoide, o tratamento varia conforme o tipo e estágio do tumor. Pode ainda ser necessária a extração total da glândula, em caso positivo para câncer, e o acompanhamento semestral ou anual, de acordo com a gravidade, durante toda a vida do paciente, com exames regulares e medicação.
“Atualmente, cerca de 30% dos pacientes encaminhados ao endocrinologista têm algum distúrbio da tireoide. Quando o paciente é encaminhado para o especialista, ele é avaliado de acordo com os exames realizados anteriormente e histórico familiar, pois são fatores importantes para o diagnóstico. Caso haja necessidade, realizamos também exames laboratoriais complementares e de imagem, como a ultrassonografia, na própria Policlínica, sendo assim mais preciso o tratamento indicado para cada um. O paciente também já sai da sua consulta com o retorno agendado e a receita médica. Tudo para que ele se sinta mais seguro e amparado durante o tratamento”, reforça Mirella Vasconcelos.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) estima que 60% da população brasileira venha a desenvolver algum nódulo na tireoide durante a vida, seja criança, adulto ou idoso e sem os cuidados e acompanhamento adequados, as disfunções da tireoide podem agravar o quadro de saúde do paciente, desde o aparecimento de doenças como osteoporose, insuficiência cardíaca, até o acidente vascular cerebral (AVC), no caso do hipertireoidismo, e aumento do colesterol, anemia, dificuldade para engravidar e depressão, para pacientes com hipotireoidismo.
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