Registro da Festa de Iemanjá como Patrimônio Imaterial de Fortaleza será votado nesta sexta-feira
Principal festividade do calendário da Umbanda da capital cearense, a Festa de Iemanjá terá o pedido de registro como Patrimônio Imaterial de Fortaleza votado nesta sexta-feira (29/09), no Centro Cultural Belchior, durante reunião extraordinária do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic).
O pedido de registro para Patrimônio Imaterial de Fortaleza foi proposto pela União Espírita Cearense de Umbanda (Uecum), em 2011, e pelo Instituto de Difusão da Cultura Afro-Brasileira (Indica), em 2015. Em 2016 e 2017, coube à Célula de Gestão em Patrimônio Imaterial da Coordenação do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor) acompanhar a pesquisa e elaborar Parecer Técnico conclusivo, favorável às solicitações.
O trabalho, conduzido pela gerente da célula, Graças Martins, e coordenado pelo antropólogo Jean Souza dos Anjos, consistiu na observação e no amplo registro audiovisual e fotográfico da festividade, realizada anualmente no dia 15 de agosto, na Praia do Futuro e Praia de Iracema.
“Será um sonho realizado, a certeza de que a festa nunca acabará e se perpetuará para os nossos descendentes”, diz a vice-presidente da Uecum, Mãe Tecla, entidade a frente da Festa há mais de 50 anos na Praia do Futuro. Pai Ricardo, presidente da Associação Cultural Afro-Brasileira Pai Luiz de Aruanda, uma das precursoras da Festa de Iemanjá no aterro da Praia de Iracema, também comemora: "Já há algum tempo aguardávamos esse momento tão importante para todos que fazemos a Umbanda no Estado do Ceará", afirma.
Para o secretário da Cultura de Fortaleza, Evaldo Lima, o registro é uma forma de celebrar a longevidade da Festa de Iemanjá em Fortaleza. “É uma festa que nasceu num contexto difícil, de muita opressão e resistência, mas que hoje mantém fundamental importância, pois fortalece a compreensão do Brasil como um país multicultural ao oferecer visibilidade e proporcionar a difusão de saberes da nossa matriz afro-brasileira”, afirma Evaldo.
A pesquisa
Além do levantamento da quantidade de terreiros participantes da Festa (49 na Praia do Futuro e 23 na Praia de Iracema), foram identificados e catalogados os elementos constitutivos atuais, os agentes atuantes, os sentidos e significados absorvidos e atribuídos a eles, na preparação e na participação da celebração.
A documentação, que será apresentada pelo antropólogo Jean dos Anjos ao Comphic no dia da votação, contém elementos que facilitam a compreensão da origem da Festa de Iemanjá e seu processo de transformações na capital cearense.
Serviço
Votação do registro da Festa de Iemanjá como Patrimônio Histórico Imaterial de Fortaleza
Data: Sexta-feira (29/09)
Hora: 9h
Lugar: Centro Cultural Belchior (Rua dos Pacajús, 123 – Praia de Iracema)
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