Raiva humana: Prefeitura alerta para doença infecciosa causada por animais silvestres e domésticos
Com objetivo de orientar e advertir a população para os cuidados necessários, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), alerta para uma das doenças infecciosas mais perigosas causadas por animais silvestres (raposas, guaxinins, primatas, morcegos) e/ou domésticos (cachorros e gatos): a raiva humana.
A doença
As doenças transmitidas de animais para pessoas são consideradas zoonoses. No caso da raiva humana, se trata de uma doença viral aguda, progressiva e mortal, de notificação compulsória, individual e imediata aos serviços de vigilância sanitária.
A raiva é uma zoonose causada por um vírus transmitido por mamíferos, através da saliva de animais infectados. Geralmente, ocorre por meio da mordida dos animais, mas também pode acontecer em caso de arranhões ou até lambidas.
De acordo com o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Atualpa Soares, a doença é considerada fatal, visto que quase 100% dos infectados morrem, por isso, é considerada uma enfermidade de grande importância epidemiológica. Dentre os casos de raiva humana nos últimos anos no País, apenas dois casos registraram cura da doença: em 2008, em Pernambuco, e em 2017, no Amazonas.
”O alerta quanto à doença tem o intuito de orientar sobre a importância de procurar atendimento imediato nos casos de agressão em que o indivíduo não conheça a procedência do animal, a fim de evitar qualquer tipo de risco”, destaca.
Luta contra a raiva
No dia 29 de setembro foi celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Raiva. Na capital cearense, em 2021, 443.286 animais (cães) receberam a vacina antirrábica animal. Quanto à raiva em humanos, 4.299 pessoas foram tratadas preventivamente de acordo com o tipo de exposição e a condição do animal agressor, podendo ter sido através somente da vacina antirrábica humana e/ou da vacina e soro juntos.
Ciclos de transmissão
A raiva apresenta quatro ciclos de transmissão: o urbano, o silvestre, o aéreo e o rural.
Ciclo rural – representado pelos animais de produção: bovinos, cabras, cavalos, etc
Ciclo urbano – relacionado, sobretudo com os cães e gatos
Ciclo silvestre – envolve morcegos hematófagos e não hematófagos, também engloba saguis, raposas, macacos em geral, guaxinim etc
O período de incubação do vírus é variável, com uma média de 45 dias no ser humano (menor em crianças que em adultos), de 40 dias a 3 meses no cão, 25 a 90 dias nos animais herbívoros.
Confira as orientações
- Lave o ferimento com bastante água e sabão
- Não faça curativos e busque uma unidade de saúde
- Em caso de mordida de animal doméstico, observe por até 10 dias
- Não maltrate, machuque ou sacrifique o animal
- Se a agressão for por animal silvestre, busque a unidade de saúde e comunique a Unidade de Vigilância de Zoonose (UVZ)
Formas de prevenção
- Vacinação dos animais de estimação
- Evitar contato com animais que você não conhece
- Nunca tocar em animais silvestres
- Prevenir que morcegos entrem nas casas
- Não separe brigas entre animais, nem mexa com fêmeas e suas crias
Serviço
Unidade de Vigilância de Zoonoses: (85) 3131-7845 / 3105-1026
Campanha de vacinação contra a raiva continua até dia 11 de dezembro
A Prefeitura de Fortaleza imunizou 207.926 animais durante o dia “D” de vacinação contra a raiva, no último sábado (11/11), o que corresponde a 70% da meta preconizada pelo Ministério da Saúde. A campanha de intensificação contra raiva segue até o dia 11 de dezembro. A Regional I foi a que apresentou maior cobertura, registrando 93,39% de animais imunizados, seguido da Regional III, com 75,67%, e Regional V, com 69,24%, totalizando 121 mil animais.
A raiva é transmitida do animal para o homem e apresenta uma alta taxa de mortalidade, chegando a alcançar quase 100% entre os animais. Os principais transmissores são os animais silvestres, como morcegos, gambás e macacos, que contaminam cachorros, gatos e humanos de forma acidental. Os principais sintomas são o aparecimento repentino de uma agressividade no animal, salivação excessiva e paralisia.
O gerente da célula de Vigilância Ambiental, Atualpa Soares, destacou a atenção necessária aos animais que apresentam mudança no comportamento. “Quando um cão dócil, manso, começa a atacar todas as pessoas e se esconder, pode estar com a doença. Outra coisa que devemos ficar atentos é que o cão e o gato raivosos rejeitam a alimentação e não atendem ao próprio dono”, destacou Atualpa.
Fortaleza está há 14 anos sem registrar casos da doença em animais e humanos. Para as pessoas que foram mordidas ou arranhadas por animal suspeito de raiva, as dicas são lavar imediatamente a parte do corpo que foi agredida com água e sabão e procurar um serviço de saúde para receber orientações sobre indicação de vacina ou soro.
Para quem por algum motivo perdeu o dia “D”, a Secretaria Municipal da Saúde disponibiliza o serviço de vacinação antirrábica dos animais em dez locais, que estão funcionando de segunda a sexta-feira no horário de 8h às 12h e de 13h às 17h. São eles:
Regional I
- Posto de Saúde João Medeiros (Av. I, 982 – Vila Velha)
Regional II
- Posto de Saúde Paulo Marcelo (Rua 25 de março, 607 – Centro)
- Posto de Saúde Rigoberto Romero (Rua Alameda das Graviolas, 195 – Cidade 2000)
- Posto de Saúde Aída Santos (Rua Trajano de Medeiros, 813 – Vicente Pinzon)
- Posto de Saúde Pio XII (Rua Belizário Távora, s/n – Pio XII)
Regional III
- Box de Zoonoses Autran Nunes (Rua da Liberdade, 65 – Autran Nunes)
Regional IV
- Unidade de Vigilância de Zoonoses (Rua Betel, 2980 – Dendê)
Regional V
- Posto de Saúde Maciel de Brito (Av. A, 1ª etapa – Conjunto Ceará)
- Box de Zoonoses José Walter (Av. D, 300 - 2ª etapa – Conjunto José Walter)
Regional VI
- Box de Zoonoses Messejana (Rua Coronel Dionisio Alencar, 264 - Messejana)
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