A Prefeitura de Fortaleza realiza, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), de 28 de agosto a 05 de setembro, ações em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo nas escolas municipais. Cerca de 720 alunos serão contemplados com palestras voltadas ao tema, em especial, aos riscos e malefícios ocasionados pelos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), popularmente conhecido como cigarros eletrônicos.

“É fundamental levarmos essas ações para dentro das escolas, orientar e conscientizar os adolescentes sobre os riscos do tabagismo para a saúde. Neste momento, uma das preocupações é com o uso dos vapes, cigarros eletrônicos que se tornaram moda. Porém, causam grandes complicações e podem, inclusive, levar à morte”, explica a coordenadora da Atenção Primária e Psicossocial de Fortaleza, Luciana Passos.

A psicóloga da SMS, Mariana Pinheiro, relembra que é na fase da adolescência que ocorre a maior exposição aos comportamentos de risco, sendo considerada uma fase de experimentações em decorrência das descobertas, das inquietações, da necessidade de explorar o desconhecido e de se aventurar sem preocupações com as consequências, incluindo nesta iniciação o cigarro.

Riscos do tabagismo

O fumo causa cerca de 50 doenças diferentes, a exemplo de doenças cardiovasculares, dentre elas hipertensão, infarto, angina e derrame, diversos cânceres e doenças respiratórias obstrutivas como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Na fumaça do cigarro existem cerca de 4.700 substâncias tóxicas diferentes, dentre elas as principais são: a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão.

Ao contrário do que muitos pensam, os cigarros eletrônicos também causam dependência, e possuem ainda mais de 80 substâncias tóxicas. Além disso, o uso da nicotina aumenta o risco de trombose, Acidente Vascular Cerebral (AVC), hipertensão e infarto do miocárdio, entre outros.

Programas municipais

A Atenção Primária à Saúde atua nas escolas, através do Programa Saúde na Escola (PSE) e do Programa Gente Adolescente durante todo o ano. Somente em 2022, cerca de 70 mil alunos estiveram envolvidos com práticas promotoras da saúde, prevenção e de educação para a saúde.

Campanha Nacional

Neste ano, o Ministério da Saúde (MS) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) trabalham a temática “Sabores e aromas em produtos derivados de tabaco: uma estratégia para tornar a população dependente de nicotina”, em alusão do Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto). A campanha visa, em especial, alertar a sociedade sobre o impacto causado pelo uso de aditivos na experimentação, na promoção da iniciação e na captação de crianças, adolescentes e jovens à dependência à nicotina.

Cerca de 200 profissionais da saúde e educação estiveram reunidos nesta sexta-feira (31/05) para debater estratégias de prevenção e controle ao tabagismo. O Fórum Temático, promovido pela Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará, resultou na carta "Caminhando para uma Fortaleza Livre do Tabagismo."

Durante a abertura, Ana Rosemberg, uma das pioneiras na implantação de programas de controle e tratamento do tabagismo no Ceará e no Brasil, comemorou a queda de 40% dos índices de fumantes no país, nos últimos 12 anos, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em Fortaleza, o índice de jovens que fazem uso do cigarro é de 5%, taxa menor que a média nacional de 6,7% entre pessoas de 18 e 27 anos que se declaram fumantes.

Considerado doença crônica caracterizada por dependência física e comportamental, o tabagismo tem tratamento oferecido hoje em 54 unidades básicas da Secretaria Municipal da Saúde, onde os fumantes podem se inscrever para o Programa de Combate ao Tabagismo.

Após a inscrição, o tabagista passa por uma triagem que define o nível de dependência do cigarro e a motivação em parar de fumar. O interessado no programa precisa entender o tabagismo como uma doença e que ele deve estar preparado para deixar de fumar em 30 dias. Em seguida, ele passa a integrar um grupo de apoio onde são realizados encontros que abordam, entre outros assuntos, o comportamento do fumante em relação ao cigarro e como ele pode quebrar os elos de dependência, vencendo inclusive a síndrome de abstinência, irritabilidade e alterações de humor.

No avançar das sessões, pacientes com maior dependência e que não apresentam redução no uso do cigarro ou com várias tentativas frustradas de deixar de fumar podem receber indicação do uso de tratamento medicamentoso, que também é disponibilizado gratuitamente e é associado ao tratamento comportamental nos grupos de apoio.