Nova iniciativa da Prefeitura de Fortaleza, em vigor a partir da Lei nº 11.320/2022, regulamentada no decreto nº 15.578/2023, viabiliza que estudantes da Rede Municipal de Ensino possam expandir seus conhecimentos para além da Capital. O projeto inovador prevê que a gestão municipal custeie a participação dos alunos em eventos científicos, artísticos, culturais e desportivos fora da Cidade, incluindo passagens, hospedagem, alimentação e transporte.
Com base nesta nova lei, três estudantes e uma professora da Rede Municipal de Ensino irão representar Fortaleza na cidade de Campinas (SP), durante a final da 15ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (OHNB), que ocorrerá nos dias 26 e 27 de agosto. A equipe, chamada “Os Garotos Prodígios”, é a primeira a participar de evento nos moldes da nova lei.
Secretária da Educação, Dalila Saldanha, comenta que a regulamentação possibilita que os estudantes participem de eventos até fora do país. "É uma forma de estimular nossos estudantes e reconhecer o trabalho dos professores e gestores escolares. A participação em eventos fora do estado também faz parte de uma ação pedagógica importante no desenvolvimento desses jovens. Investimos continuamente em programas e projetos que visam ao aprimoramento das ferramentas de ensino e aprendizagem, com interação ativa na produção de saberes", afirma Dalila.
Trabalho em equipe
Formado na Escola Municipal José de Alencar (Jardim Iracema), o grupo dos alunos Paulo de Souza, 14 anos, Maria Eduarda Bezerra Caldas, 15 anos, e Joyce Emily Rodrigues Lima, 14 anos, é orientado pela professora Lara de Sousa Lutife. Outras duas equipes, Campeões e Jesus is the Way, ambas da Escola Municipal de Tempo Integral Vereador Alberto Gomes de Queiroz, também foram aprovadas para a etapa nacional da Olimpíada. A SME utilizou o critério de maior nota, entre as três, para realizar o desempate e, assim, escolher uma equipe para representar o Município no evento, conforme o decreto nº 15.578/2023.
A professora Lara Lutife narra que os encontros para orientação com os três alunos ocorreram na sala de inovação da escola. “A gente usou os nossos recursos da melhor forma, e eles foram desenvolvendo autonomia durante todo esse processo. A final, em Campinas, vai coroar esse trabalho. Para a gente, é uma honra poder representar o ensino público de Fortaleza em outro estado”, celebra a professora.
A estudante Joyce Emily compartilha que o nível de dificuldade foi sendo elevado a cada etapa da Olimpíada, o que também demandou maior dedicação da equipe. “Foi uma experiência nova e também foi importante, por exemplo, para eu entender mais sobre a história dos indígenas e entender sobre o que está acontecendo com eles nesse atual momento”, relaciona. A colega Maria Eduarda complementa que todo o engajamento ocorreu em equipe, assim como o compartilhamento de conteúdos."Quando alguém ficava com dúvida sobre alguma coisa, a gente se ajudava e entrava num acordo", reforça a estudante.
Empolgado com sua primeira viagem de avião, o aluno Paulo Santiago comemora que a experiência da Olimpíada permitirá um intercâmbio de conhecimentos e experiências. “O apoio da escola foi muito legal, eles nos ajudaram demais. E nós somos um trio, a gente sempre pesquisava juntos, respeitando a nossa própria linha de raciocínio”.
A Olimpíada
A Olimpíada Nacional em História do Brasil é um projeto de extensão da Universidade Estadual de Campinas, desenvolvido pelo Departamento de História por meio da participação de docentes, alunos de pós-graduação e de graduação. Com 103 grupos participantes, Ceará é o estado com maior número de equipes, seguido por Bahia (32), Minas Gerais (32), Pernambuco (32), São Paulo (28) e Rio Grande do Norte (20).
Em seis fases on-line, realizadas entre maio e junho, cada etapa da Olimpíada tem uma semana de duração e prevê questões de múltipla escolha, somadas à realização de tarefas. Em 2023, dos 30,5 mil grupos inscritos, 340 equipes de diversos estados do país foram selecionadas para a etapa final para a seleção. A participação ocorre em equipes formadas por um professor de História e três alunos do Ensino Fundamental (8º e 9º anos) e/ou Médio de escolas públicas e particulares.
Confira a pontuação das equipes
Equipe Os Garotos Prodígios (EM José de Alencar): nota 3.660,98/4.000
Equipe Os Campeões (ETI Vereador Alberto Gomes de Queiroz): nota 3.660,37/4.000
Equipe Jesus is the Way (ETI Vereador Alberto Gomes de Queiroz): 3.657,40/4.000