feira de ciencias
Os temas dos projetos são escolhidos a partir do diálogo entre o professor orientador e os estudantes e contemplam diferentes áreas do currículo escolar

Você sabe para onde vai o seu lixo ou conhece sobre a produção de bioplástico? Os estudantes das unidades municipais têm respondido essa e outras perguntas durante a etapa escolar da 12ª Feira Municipal de Ciências e Cultura. Na atual fase, que ocorre até 16 de junho, os alunos desenvolvem pesquisas e apresentam os resultados para uma equipe de avaliação designada pela gestão escolar e para toda a comunidade escolar. Os melhores projetos de cada unidade são selecionados para concorrer às vagas da etapa distrital, que engloba os trabalhos vencedores de cada Distrito de Educação.

A Feira Municipal de Ciências e Cultura de Fortaleza tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de trabalhos científicos no âmbito das escolas públicas da Rede Municipal. A iniciativa será dividida em três fases: escolar, distrital e municipal. Os temas dos projetos de pesquisa são escolhidos a partir do diálogo entre professor orientador e alunos e contemplam diferentes áreas do currículo escolar.

Na Escola Municipal de Tempo Integral (ETI) Deputado Roberto Mesquita, localizada no Vila Velha, foram apresentados 11 trabalhos. O projeto “Produção de bioplástico a partir do amido de mandioca”, realizado pelos alunos Davi Filomeno Pereira e João Lucas Machado, do 8º ano, foi um dos destaques da feira. Para a escolha do tema, os estudantes buscaram entender sobre os problemas ocasionados pelo uso abusivo de plásticos descartáveis.

O plástico produzido pelos discentes é biodegradável e não gera acúmulo de lixo na natureza, o que torna o trabalho uma alternativa para promover novos produtos menos agressivos ao meio ambiente. “A experiência foi nova e interessante pois nos aprofundamos no assunto. E descobrimos, por exemplo, que um plástico derivado do petróleo, o mais comum nas embalagens, demora mais de 400 anos para se decompor na natureza”, explica o aluno João Lucas Machado.

Segundo Macílio Sousa Carneiro, educador-orientador do trabalho sobre a produção de bioplástico, conta que, durante a pesquisa, os estudantes estavam motivados e conscientes sobre a importância de produtos sustentáveis para a construção de um futuro mais saudável. “Acredito que este é um projeto inovador, e é fundamental que outros alunos tomem conhecimento desse tipo de pesquisa. Estamos confiantes que vamos para a etapa municipal!”, ressalta, empolgado.

Também aluno da ETI Deputado Roberto Mesquita, Clayton Jhonatan Souza, do 8º ano, decidiu, por sua vez, assumir a missão de criar um projeto para “mudar a maneira de como lidamos com o ensino da Matemática”, segundo o banner exposto na feira. Com o tema “Visualização e criação em 3D através da realidade aumentada”, ele desenvolveu um trabalho cujo objetivo foi, também, defender que as novas tecnologias devem ser agregadas à educação. A orientação foi de Marcos Gomes, professor de Matemática.

“Aprendi mais sobre os conteúdos de geometria. Achei legal porque foi divertido desenvolver um trabalho em aplicativo, e a gente aprende se divertindo. Matemática é minha matéria favorita e fico feliz de colaborar com uma pesquisa para outros alunos que possam ter dificuldade neste assunto”, diz Jhonatan.

aluna rede
Com os aprendizados sobre reciclagem, a aluna Elloah Ferreira produziu uma bolsa feita de garrafa PET

Do outro lado da Cidade, no bairro Paupina, a Escola Municipal Anísio Teixeira também sediou trabalhos da Feira Municipal de Ciências e Cultura de Fortaleza. Os estudantes do 4º ano, a partir do tema “Do Lixo ao Luxo”, abriram as portas da sala para conscientizar visitantes e colegas acerca da produção do lixo no Brasil e deram uma aula sobre as diferentes possibilidades de reciclagem.

Com a orientação da professora Silvana Holanda, os discentes colocaram a mão na massa e produziram diferentes objetos com materiais coletados nos bairros em que moram. Na sala de aula, aprenderam que caixas de leite, garrafas PETs e caixas de pizza podem se transformar em porta-joias, cofre, carrinho, entre outros brinquedos.

Elloah Ferreira, de 10 anos de idade, foi uma das participantes do trabalho científico fomentado pelo evento que, nas palavras dela, “é muito legal, porque a gente tem a oportunidade de se apresentar e aprender muito. Eu sempre tive consciência em relação ao meio ambiente. Agora, eu aprendi a reciclar e fiz uma bolsa com a ajuda da minha família”, finaliza a estudante, desfilando com uma bolsa feita de garrafa PET.

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Alunos da Rede Municipal na cerimônia de abertura da Feira de Ciências e Cultural 2019
Cerimônia de abertura da feira ocorreu na Seara da Ciência da UFC e reuniu alunos, professores e demais profissionais da Rede Municipal

A edição 2019 da etapa municipal da Feira de Ciências e Cultura de Fortaleza iniciou na tarde desta terça-feira (10/09), durante cerimônia de abertura na Seara da Ciência da Universidade Federal do Ceará (UFC). Nos próximos dois dias (11 e 12/09), 60 equipes de alunos do 5º ao 9º e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Rede Municipal apresentam pesquisas científicas desenvolvidas em sala de aula. Ao longo do evento, cerca de 1.500 estudantes das escolas municipais visitam a feira, possibilitando maior intercâmbio científico e cultural entre os alunos. As exposições ocorrem também na Seara da Ciências.

Na sexta-feira (13/09), será o encerramento e a premiação da IX Feira de Ciências, com o anúncio dos 12 trabalhos mais bem avaliados pela comissão avaliadora, formada por mestrandos e doutorandos da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Esses finalistas serão classificados para a etapa regional do Ceará Científico, realizado pela Secretaria da Educação do Ceará (Seduc).

O secretário adjunto da Educação, Jefferson Maia, participou da cerimônia de abertura e destacou o papel da Feira de Ciências de Fortaleza ao longo dos nove anos de realização. “A feira traz um pouco dos trabalhos científicos desenvolvidos nas escolas municipais. As pesquisas evidenciam a qualidade e competência de nossos alunos e profissionais. Este ano, tivemos mais de 360 trabalhos inscritos, destes 120 foram para a etapa distrital e 60 estão na etapa municipal. A cada ano a nossa feira cresce mais", enfatizou.

Quem representou os alunos na abertura foi a aluna Maria Eduarda Amorim Lima, do 7º ano da Escola Municipal Aldaci Barbosa, no Edson Queiroz (Distrito da Educação 2). Ela participou da feira em 2018 e, neste ano, representou a Secretaria Municipal da Educação (SME) na I Mostra Nacional de Feiras de Ciências, que ocorreu junto com a Feira de Tecnologias, Engenharia e Ciências, em julho, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Na abertura, Maria Eduarda falou da experiência de iniciar no universo da pesquisa científica ainda na educação básica e se apresentar em um evento nacional. “Ter participado da feira foi uma experiência muito legal. Quando soube que ia pra longe apresentar o meu trabalho fiquei bem feliz. Em Mato Grosso, fiz amigos de outros lugares e foram dias inesquecíveis. Agradeço meu professor que me incluiu no trabalho e minha mãe que sempre me apoiou. Digo que todos somos capazes. É difícil, mas basta a gente acreditar”, discursou.

Participaram da cerimônia de abertura também o diretor da Seara da Ciência, Ilde Guedes, coordenadores dos Distritos da Educação, equipes da SME e demais profissionais da Rede Municipal.

Experiência
Na visão do professor da Rede Municipal Diego Rodrigues, a feira é uma forma de valorizar a produção de conhecimento das escolas municipais. Ele ressalta o valor da experiência para os alunos de se apresentar na Seara da Ciência. "A maior parte dos alunos pouco conhece a universidade. A feira é uma oportunidade de inserir os estudantes logo cedo no meio acadêmico. Além dos trabalhos produzidos nas escolas serem valorizados. Afinal, produzir conhecimento em uma instituição pública é um desafio. Estou feliz de participar deste momento com os alunos", comenta.

Feira
A Feira de Ciências e Cultura de Fortaleza é realizada pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Educação (SME), e conta com a parceria da Seara da Ciência e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O evento promove o intercâmbio cultural e científico entre os estudantes, incentivando a criatividade, inovação e letramento científico.

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